Projetos académicos alterados pela pandemia

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Projetos académicos alterados pela pandemia

Texto por Andreia Oliveira

Fotografia cedida por Marisa Cabral

Marisa Cabral tem 22 anos, vive em Viana do Castelo e está a terminar o seu mestrado na Faculdade de Economia do Porto. 

Habituada a estar sempre ativa e a organizar o seu tempo em torno do mestrado, estágio e ainda o seu trabalho num restaurante local aos fins de semana, Marisa sente que não fez nada durante o tempo em que se encontrou de quarentena, em casa. 

Devido à pandemia gerada pelo novo coronavírus, viu-se obrigada a alterar a sua tese e a forma como a estava a elaborar.

“O meu maior desafio tem sido obter respostas para os meus inquéritos…Sempre pensei que a minha faculdade fosse adiar a data de entrega da tese, o que não aconteceu. Então é um bocadinho complicado”, desabafa Marisa Cabral.

Confessa que “não tem sido nada fácil a nível emocional”. Saber lidar com a frustração de estar longe de quem mais gosta e de não estar a conseguir candidatar-se às empresas que tinha em mente, tornou-se um dos maiores desafios deste período.

Esta jovem refletiu que o facto de ter de aprender a trabalhar a partir de casa e, ao mesmo tempo, partilhar o espaço de trabalho com o seu irmão de oito anos – que assistiu a aulas online e à telescola- foram também duas tarefas difíceis de conjugar.

“É um bocadinho conflituoso estarmos os dois a trabalhar… Sempre odiei trabalhar com barulho, nem com música e agora tenho o meu irmão na sala ao lado, a ter aulas de música.”

Voltar à casa dos pais, foi também um desafio. “Já não estava a morar na casa dos meus pais desde o 1º ano de faculdade, neste momento estava a morar na residência do Porto, e tive de voltar a adaptar-me a casa”, no entanto sente que foi a decisão mais segura, do que continuar num espaço partilhado com outros estudantes.

Entre procurar trabalho e terminar a tese, o pouco tempo livre que tem, tenta aproveitá-lo junto da sua família e amigos. 

A sua maior vontade é voltar a estar com quem mais gosta. Marisa aprendeu a dar mais valor a coisas banais, como um abraço ou um simples café na esplanada com os amigos. 

“Eu já nem me lembro de dar um abraço, que é diferente, acho que já nem sei qual é a sensação.”

Perspetivas futuras? Acredita que Portugal vai conseguir dar a volta e que em breve, tudo vai ficar bem.

Conheça o testemunho completo aqui.