A história do emigrante que partiu em plena crise Portuguesa e regressou com uma nova crise mundial
- Daniela Couto
- 09/07/2020
- #Social Atualidade oanoemqueomundoparou
Num momento em que se instalava uma grave crise financeira em Portugal, José Couto, de 45 anos, decidiu emigrar para a Noruega em busca de melhor qualidade de vida para si e para a sua família.
Diz nunca ter gostado de viver na Noruega, país onde cai neve frequentemente e a escuridão não dá lugar ao brilho do sol, no entanto, a cada duas semanas regressava ao seu país de origem. Essa condição foi um dos motivos que o levou a permanecer durante oito anos na Noruega.
Em março deste ano regressou para Portugal definitivamente. Demonstra alegria por estar de volta após estes anos, porém não deixa de referir o momento de pandemia com que o mundo se depara.
“Fui para a Noruega em tempos em que se instalava uma grave crise em Portugal (…) passados estes anos regresso a Portugal com uma nova crise mundial, a nível de saúde pública”, revela em tom calmo.
Após uma chegada sem qualquer controlo nos aeroportos, José decidiu fazer 15 dias de quarentena voluntária para não colocar ninguém em risco. Após esses dias, mantendo o máximo de cuidados, José iniciou uma nova rotina, saindo todos os dias de casa somente para trabalhar. Protege-se através do uso de luvas e confessa que leva a sério o distanciamento social para não correr qualquer risco.
Relembra que no início do mês de março a situação da Noruega encontrava-se pior do que no seu país de origem, tendo um maior número de casos. Relata uma situação que nunca pensou que poderia ser possível: “houve uma maior procura nos supermercados, acabando por faltar os bens alimentares e tinha de procurar noutros lugares ou cidades para encontrar o que queria”.
A ação do Governo Norueguês foi eficaz, pelo que rapidamente evitaram um cenário pior e, no mês de abril, a situação de pandemia em Portugal passou a ser pior.
“Tudo vai correr bem, porque juntos somos mais fortes”, diz em tom emotivo.
Revela as saudades dos passeios em família e, sobretudo, das visitas aos seus pais, mas sabe que quanto mais cedo se afastar, mais rápido os poderá voltar a abraçar. Não termina sem deixar um agradecimento a todos os profissionais de saúde “que têm feito um excelente trabalho”.