As artes da pandemia emigraram para Inglaterra
- Eduardo Carvalho
- 04/07/2020
- #Social Atualidade oanoemqueomundoparou
Pedro Magina tem 22 anos e é natural de Gaia, Porto. Atualmente reside em Bournemouth, cidade no sul de Inglaterra. Com o sonho de se tornar produtor de animações, candidatou-se à ‘Arts University’ de Bournemouth, no curso de ‘Animations Productions’. Encontra-se no último ano de licenciatura e, para ajudar a aliviar as contas de casa e os pais, arranjou emprego num restaurante como empregado de mesa.
Mora com a namorada e está de quarentena desde 20 de Março, saindo apenas para compras ou para apanhar ar à volta da urbanização.
Como se trata de um emigrante, não obteve respostas tão rápido como esperava, também devido ao ‘Brexit’, que podia resultar em se mudar para Londres para obter documentos de forma mais acessível, ou então teria de vir para Portugal durante este período.
Quanto ao confinamento, relata que o início foi mais difícil de gerir, sendo que vivia ansioso pelo dia seguinte, não sabendo com o que contar, devido a respostas tardias do governo, adiantando que o país fechou muito tarde, comparando com Portugal, devido ao elevado número de casos que já eram conhecidos em Inglaterra. O curso foi adaptado para ser realizado a partir de casa e com materiais facultados pela universidade. Para além disso, no mês de março afirma só ter recebido o vencimento a 50%, agravando as preocupações para os restantes meses.
Com as respostas das instituições governamentais, aliviou a ansiedade ao saber que o vencimento ia ser pago a 80%, deixando uma crítica positiva a esta ação governamental.
Pedro relata ainda poucas mudanças no comportamento no futuro, apenas aquelas em termos de higiene e a crença no desconhecido, na medida em que não se sabe o dia de amanhã e de que forma é que tomamos controlo dele.
Pelo lado positivo ocupa o tempo a trabalhar para a faculdade e a jogar com amigos de Portugal pela Internet, nunca faltando a ‘Netflix’ ou os abraços à namorada, a que dá grande valor e sente falta dos da família, ansiando por voltar a casa.
Em jeito de conclusão descreve a quarentena como difícil, chata, ansiosa e…. Netflix e apela ao comportamento coletivo e à responsabilidade como as melhores medidas de ataque a este vírus, projetando as coisas a melhorar, como aliás já estão, porque “não há impossíveis”.
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