Ser padre em tempos de pandemia

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Ser padre em tempos de pandemia

Por Gabriela Silva

José Carlos Lopes, 36 anos, é padre na diocese de Aveiro.  É responsável pela paróquia de Talhadas, no concelho de Sever do Vouga, e pela paróquia de Valmaior, no concelho de Albergaria a Velha.

No dia 13 de março, a Conferência Episcopal Portuguesa suspendeu as celebrações comunitárias da Eucaristia. A vida das duas paróquias ficou interrompida por tempo indeterminado. 

José Carlos Lopes admite que é “esquisito” ser padre em tempos de pandemia. 

O pároco foi desafiado de várias formas. Primeiro a a refletir sobre a adaptação da Igreja Católica a estes  tempos excecionais. Depois, ponderar a responsabilidade de ser pároco em tempos de pandemia. E ainda as obrigações do ofício, como realizar funerais e a enfrentar o vazio nas celebrações comunitárias. 

“A vida de uma paróquia, acho eu e sinto eu, passa pelo contacto uns com os outros. O estarmos, o convivermos, o celebramos, partilharmos as preocupações mas também as alegrias”, diz. 

A relação com Deus passou a ser doméstica para muitos paroquianos, principalmente com os mais idosos. 

Por razões de saúde pública, os funerais passaram a ter o número de pessoas limitado no cemitério não existe velório e nem decorre a eucaristia. José Carlos Lopes admite que não estava preparado para a celebração de funerais em tempos de pandemia. Apesar de a adaptação às regras ter sido fácil, o sentimento mudou. 

O pároco teve a preocupação da recitação da palavra bíblica e a procura de levar um pouco de serenidade e harmonia à família enlutada. 

“Quis também que aquele tempo fosse um tempo de oração e fosse também um tempo da própria família, através da oração se poder despedir do familiar.” desabafa. 

Tal como outros locais, Sever do Vouga apostou na transmissão em direto das celebrações da eucaristia na rede social Facebook. 

Todos os domingos, os párocos juntam-se numa das igrejas do arciprestado para a celebração da eucaristia, com todas as distâncias de segurança, vão contrariando o vazio dos locais de culto.

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O meu nome é Gabriela Silva. Tenho 20 anos e sou colaboradora na editoria de Saúde. A minha ida para a editoria de Saúde surgiu na procura de sair da zona de conforto e também porque era das editorias que não tinham quase ninguém. A minha professora da primária, já há muitos anos, comentou com os meus pais que qualquer dia eu iria ser jornalista. Todas as semanas tínhamos de apresentar um pequeno texto sobre uma notícia que tínhamos visto na televisão. Eram tardes à procura da notícia mais insólita e mais original, foi aí que surgiu o bichinho pela comunicação. Ser jornalista é mais do que um sonho de criança. O bom jornalismo é aquele que coloca o mundo em questão, isso é o que me move.