Veículo elétrico: o carregamento para a sustentabilidade?
- Diana Silva Fonseca
- 14/06/2021
- Atualidade Inovação Multimédia Portugal
[Reportagem de Beatriz Santos, Diana Fonseca e Miguel Valdoleiros]
Muitas pessoas já começam a aderir à mobilidade elétrica, considerada como uma nova forma de sustentabilidade. Apesar de ainda ser um fator novidade em Portugal, as cidades começam a preparar-se para receber estes veículos. No entanto, a capacidade dos municípios não reflete a possibilidade financeira de todos os cidadãos.
A poucos quilómetros do centro de Vila Nova de Gaia, está Rui Moreira na garagem do condomínio onde vive. Prepara-se para sair em direção ao trabalho, pois tem um fornecedor à espera – é empresário por conta própria no ramo da ourivesaria.
Com a típica pressa garante que tem o telemóvel carregado, mas esta já não é a sua única preocupação diária porque também o seu carro tem de ter bateria cheia para poder seguir viagem. Rui conduz um carro 100% elétrico (um BMW i3 de 2017 que custa 50 mil euros). O carregamento é sempre feito durante a noite. A luz para de piscar e tira a ficha do carro.
Contas feitas, aponta que faz cerca de 5 mil quilómetros por mês e por esse mesmo motivo começou a preocupar-se com as consequências financeiras – “isso obrigava-me a fazer, no mínimo, duas revisões [ao carro] por ano e com esta opção de um elétrico comecei a poupar”. Esta tipologia de veículo não tem filtros, não usa óleos e não tem tubos – coisas que um carro a combustão obriga a rever anualmente.
Mas também as sequelas ambientais começavam a pesar na consciência de Rui: “agora custa-me imenso ir na estrada, atrás de um veículo a combustão e ver que emite imenso fumo”. Durante muitos anos conduziu este tipo de viatura, porém quando teve oportunidade trocou por uma a GPL (gás natural) “por ser menos poluente e mais barata”.



