Casa nova, alma antiga. Reabertura do bolhão desagrada a vendedores mais velhos

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Casa nova, alma antiga. Reabertura do bolhão desagrada a vendedores mais velhos

Mercado do Bolhão reabre portas após quatro anos fechado para obras de reabilitação

Fotografia: Teresa Beleza / Legenda: Mercado do Bolhão

Após quatro anos do fecho para obras, da passagem para o mercado temporário e da reabertura do novo Bolhão, os vendedores veteranos mostram-se insatisfeitos com a abertura de portas das novas “casas”.

Voltar a casa é sempre bom, mas Amélia Rodrigues, nome fictício, vendedora do Mercado do Bolhão há 24 anos, afirma que apesar de ter boas condições de trabalho e tudo ser novo, preferia o antigo mercado. “Gosto de uma coisa! Limpeza! Cada qual tem a sua água”, afirma Amélia Rodrigues.

As condições de higiene no mercado melhoraram a olhos vistos com as novas obras. Já o tamanho e a disposição das bancas fazem duvidar os vendedores. “Esta banca, dividida a meio, dava bem para mim e para a minha colega do lado”, aponta Amélia Rodrigues, queixando-se que nem sempre consegue estar atenta a todos os clientes. Confessa, até, preferir o mercado velho. A alma mantém-se, mas a casa para muitos já não é a mesma.

Portugueses ao fim de semana

Ana Santos, vendedora há 22 anos, diz que nunca viu tanta gente dentro do mercado do Bolhão, contudo, afirma que “entram mais turistas agora do que há quatro anos”.  O mercado passou a ser “um dos pontos turísticos do Porto” e os turistas “aproveitam sempre para comprar alguma coisa”.

Entre as cerca de 80 bancas podem encontrar-se desde produtos frescos até ao artesanato português, artigos procurados por turistas e portuenses. Ao fim de semana, a maioria dos clientes são portugueses, garantem os comerciantes.