Com a pandemia, a carência de mimos é sentida nos lares
- Diana Ferreira
- 14/07/2020
- #Social Atualidade oanoemqueomundoparou
Paula Pereira tem 52 anos e vive em Lordelo, Paredes, local onde trabalha. Paula é Encarregada Geral na Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo (ADIL), mais conhecido como lar, não só para idosos, mas também funciona como creche.
“Eu faço a minha função de encarregada como também fazemos de tudo.”
Em tempos de pandemia os horários foram verificados e os funcionários trabalham como equipas, dividindo-se, para que durante 15 dias fiquem na ADIL e, após esse período, possam dar lugar uma nova equipa.
“Compreendem bem, e percebem, e temem e querem-se proteger.“
A ADIL trabalha sobretudo com idosos, sendo essencial a desinfeção e o redobrar da importância dos cuidados de saúde dos utentes. Assim sendo, Paula conta-nos um pouco da sua rotina diária, com quem trabalha e de que forma está a reagir a toda esta situação pandémica causada pelo Covid-19.
“Estamos todos em conjunto e brincamos muito, e brincamos com a situação e falamos muito disto. E depois eles começam “Ui vocês estão com a máscara? Nós não vos apegamos…” E nós dizemos “Não, não são vocês que se vão proteger, nós é que estamos assim para vos proteger a vocês.”
Por outro lado, narra vários acontecimentos caricatos relativos às reações dos utentes e de que formas estes têm encarado todas as práticas fundamentais aos seus cuidados.
“Até aqui nós nem dávamos conta o que as famílias levavam [nas visitas]. Enfim, estavamos no nosso trabalho, levávamo-los para o bar… E agora é que a gente percebe a eles está-lhes a fazer falta aqueles miminhos que alguns [família] levavam.”
Por fim, Paula conta-nos sobre o seu período de férias quinzenal, tempo esse onde procura investir no descanso, na cultura e nas chamadas com os familiares.
Realça a importância que as relações interpessoais possuem na vida de cada um, em especial na sua, e recorda com saudades os momentos divertidos com as amigas.
Ouça o testemunho completo aqui.