Dar a voz por aqueles que não a têm
- Daniela Couto
- 10/07/2020
- #Social Atualidade oanoemqueomundoparou
Catarina Dias tem 25 anos e é natural de Paços de Ferreira. Atualmente exerce funções numa cafetaria de um posto de combustível, onde continua a trabalhar com restrições e medidas de segurança como “o uso de máscara, o uso de luvas e o distanciamento das pessoas”.
Confessa o receio em estar com a sua família quando chega a casa, no entanto, tem mantido todos os cuidados básicos, “como desinfetar as mãos sempre após a minha chegada a casa e tentar evitar ao máximo andar com a roupa do trabalho em casa”. Conta-nos ainda como se tenta manter ocupada e realça um amor inexplicável pelos animais.
Já pertenceu à Associação Patudos de Paredes, uma organização sem fins lucrativos, que acolhe e promove a divulgação de animais para adoção responsável. Neste momento está com um novo projeto em funcionamento: administra a página do Facebook “Focinhos d´Amor”, onde partilha animais que se encontram na rua, canis e associações de forma a facilitar as adoções.
Em relação aos animais, Catarina realça que o número de abandonos têm vindo a aumentar, assim como existem menos adoções devido ao momento atual. Refere que este problema é fomentado pelas notícias falsas de que os animais podem transmitir o vírus e pelas restrições impostas nas visitas aos canis e associações.
“Nós, neste momento, estamos todos a sofrer, todos a ter efeitos negativos com este novo vírus, sejam pessoas, sejam animais”, refere Catarina em tom calmo.
Em tempos em que o distanciamento social é exigido, Catarina enfrenta o desafio de não poder estar com quem lhe é mais próximo. Diz ser “uma pessoa do toque, do contacto, dos abraços e dos beijinhos”, e tem a certeza que será a primeira coisa que fará quando tudo isto terminar.
“E vamos ficar todos bem”, termina de forma risonha e confiante.