O infomedia no seu segmento “O Ano em que o mundo parou”, recolheu a história de Maria Odete Castro, de cinquenta anos, advogada de profissão, nascida na cidade invicta, mas residindo atualmente na zona centro de Gondomar.

A nossa entrevistada começa por dizer que se encontra em quarentena desde dia doze de março, saindo apenas para ir ao correio, uma vez que todas as outras atividades tais como:  ir ao supermercado, farmácia e assuntos extremamente necessários, estão a cargo do seu marido.

Uma das regras adotada pela família é a de que sempre que alguém saí para o exterior, no regresso o calçado é deixado fora de casa ficando a arejar e essa pessoa toma um banho,  as suas roupas vão para lavar, evitando o contato com o ambiente limpo da habitação.

Odete, afirma que o que lhe provoca maior saudade é o facto de não poder ir ao escritório para  exercer a sua profissão de acordo com os moldes normais uma vez que se encontra na modalidade de teletrabalho visto que os processos por ela acompanhados estão em suspenso e os tribunais de portas fechadas. O escritório será o primeiro local ao qual a portuense irá quando esta pandemia estiver debelada.  

A advogada, diz que de uma maneira geral tem mantido as emoções estáveis, confessando que que a maior dificuldade é mesmo arranjar o que fazer nos tempos que a mesma descreve como “tempos vazios”. Conta que a sua principal distração tem sido fazer as lides domésticas e palavras cruzadas, o grande passatempo da família por estes dias.

A chefe de família refere que este período de exceção pelo qual estamos todos a passar talvez seja a altura ideal para abrandar e entender que temos por vezes de aprender a relativizar, tentando que no futuro passemos a desacelerar um pouco.

A oradora introduz no seu discurso a mensagem final de que este isolamento deve ainda ser aproveitado não só para fazer arrumações em casa, mas também para organizar a nossa mente, estando desta forma melhor estruturados futuramente.

Ouça o testemunho completo aqui.