[EDITORIAL] Histórias da Rua Justino Teixeira, Campanhã, Porto. Um mapa-webdocumentário e 13 reportagens multimédia
- Admin
- 27/06/2023
- Atualidade Editorial Especiais
Que histórias se escondem na emblemática rua Justino Teixeira, na freguesia de Campanhã, no Porto? Qual a sua história e como se relaciona com o presente? Quem ali mora e que relações de comunidade existem? Que atividades tem? Que aspetos invisíveis existem e persistem? Que tipo de atividades ainda se mantêm? Que novas dinâmicas se impõem nesta rua em transformação? E, afinal, quem foi Justino Teixeira?
De março a junho de 2023, os estudantes finalistas da Licenciatura em Ciências da Comunicação da Universidade Lusófona – centro universitário do Porto, percorrem a Rua Justino Teixeira, na freguesia de Campanhã, no Porto, à procura dessas e de outras respostas.
O desafio foi lançado no âmbito da unidade curricular Transmedia e Narrativas Híbridas (lecionada pela Professora Vanessa Rodrigues), em parceria com o MIRA e em diálogo com o trabalho webdocumentário Os Malmequeres de Noêda, realizado em 2022 que documentou a memória em vias de extinção da Associação Recreativa Os Malmequeres de Noêda, que resultou, igualmente, em narrativas híbridas e transmedia. Esse material contribuiu, ainda, para a exposição no dia 17 de junho de 2023 que celebrou os 70 anos dessa coletividade.
A ideia deste novo trabalho na Rua Justino Teixeira foi resgatar a memória desta rua histórica, alvo de grandes transformações nos últimos cinco anos, quer de beneficiação de pavimento, quer de deslocalização de empresas que ali alimentavam o comércio local, numa relação estreita com a estação ferroviária de Campanhã. O resultado são 13 reportagens multimédia e um webdocumentário em forma de mapa, apresentadas numa sessão pública no dia 27 de junho, das 09:30 às 14:00, na sala 1.2. da universidade, devolvendo as narrativas à cidade e seus personagens.
Recolheram-se testemunhos da comunidade nos bairros da rua Justino Teixeira, como a história de Maria Idália, Rosa Marques, Fernando Monteiro, entre outros. Desvelou-se as raízes da infância e a escola Ramalho Ortigão e algumas invisibilidades da rua Justino Teixeira, como as ruínas das fábricas. Perscrutou-se no lado artístico desta rua emblemática, ao mesmo tempo que se conhece melhor o legado público do engenheiro Justino Teixeira.
De seguida, sintetizamos todas as histórias, para que as possa conhecer uma-a-uma, direcionando-o para as reportagens. Para conhecer as narrativas no webdocumentário, basta escolher navegar no mapa abaixo que integramos nesta publicação.
HIPERLIGAÇÃO DO WEBDOC: MAPEAR A RUA JUSTINO TEIXEIRA
Justino Teixeira, um legado deixado em Campanhã
Por Hugo João Santos e João Sá Ferreira
A rua Justino Teixeira, localizada na freguesia de Campanhã, no distrito do Porto, é descrita como uma tranquila viela em contraste com a agitação da cidade. O nome da rua homenageia Augusto César Justino Teixeira, um engenheiro ferroviário português nascido em Alandroal em 1885 e falecido em 1923. Hoje, esta rua possui 850 metros de comprimento e abriga várias casas residenciais, estabelecimentos comerciais, restauração, atrai turismo para o alojamento local e serviços, sobretudo ligado à reparação e manutenção automóvel.
O conselheiro Justino Teixeira, como também era conhecido, foi responsável pela elaboração de um ramal ferroviário em 1880, que ligava a estação de Campanhã ao Terminal da Alfândega do Porto. Esse ramal tinha como objetivo facilitar o transporte de mercadorias e também fornecer água para a região, permitindo a irrigação dos campos. Embora atualmente o ramal esteja inutilizado, há planos por parte da câmara municipal do Porto para reativá-lo futuramente. Uma nota de ressalva pertinente é que, em 2020, durante a pandemia por Covid-19, este trajeto foi muito utilizado para caminhadas e passeios de bicicleta.
Além de seu trabalho ferroviário, Justino Teixeira também foi responsável pela construção da Creche de Cedofeita, um edifício que foi inaugurado em 1891 com a presença do rei Dom Carlos e da rainha Dona Amélia. A creche foi confiscada durante a implantação da República em 1910, mas posteriormente devolvida à Paróquia de Cedofeita.
O trabalho de Justino Teixeira como engenheiro ferroviário foi reconhecido e elogiado, e seu nome foi destacado num artigo do jornal “A Gazeta dos Caminhos de Ferro”. A rua Justino Teixeira, inicialmente chamada de “Rua Nova da Estação” no século XIX, teve seu nome alterado posteriormente.
Apesar de ser uma rua pouco conhecida pelos habitantes do Porto, a Justino Teixeira tem estado em constante transformação. Atualmente, está em vias a segunda fase de pavimentação da via.
As raízes da infância e a escola Ramalho Ortigão
Por Beatriz Pacheco e Catarina Barros
A Escola Eb2,3 Ramalho Ortigão é casa para muitos alunos e professores, desde 1957, primeiro como escola industrial. Nos anos 80, abre-se à comunidade. Apesar de já não frequentarem a escola, os alunos mantêm boas recordações dos tempos que lá passaram.
Para se perceber melhor a história da Escola Eb2,3 Ramalho Ortigão e a relação que existe entre os alunos, o coordenador Miguel Almeida e o professor Luís Macieira, contam as mudanças e as transformações que decorreram ao longo dos anos.
Rui João de Castro, tem 70 anos e frequentou esta escola durante o seu 1º e 2º ano de escolaridade. Relembra-se dos bons tempos que lá passou e das amizades que mantém com ex-colegas até aos dias de hoje.
Rui Castro não é o único ex-aluno que mantém recordações boas dos seus tempos na Escola Eb2,3 Ramalho Ortigão. Existe um grupo na rede social Facebook, onde professores e ex-alunos partilham fotografias, vídeos, poemas e histórias para manterem essas memórias vivas. Esta escola caracteriza-se pelo ambiente familiar que estabelece entre os professores e os alunos.
A Casa Fonseca, localizada na Rua Justino Teixeira, está presente na vida de Rui Castro há cerca de dois anos. Almoça diariamente neste espaço e aproveita para manter a conversa em dia com os funcionários. Para além disso, como frequenta diariamente este café, Rui Castro, tem a oportunidade de observar as transformações que a Rua Justino Teixeira foi sofrendo ao longo deste tempo.
Do passado ao presente: a rua Justino Teixeira pela voz dos moradores
Por: Beatriz Costa e Fernando Coelho
O bairro do Campos é um dos muitos bairros que existem na rua Justino Teixeira. Sempre foi um bairro unido, como uma família. Aquilo que mantém vivo o bairro e as pessoas que lá moram são as recordações, dos mais antigos moradores, aos mais recentes. Todos eles têm uma história para contar.
Fernando Monteiro, 66 anos, nascido e criado na Rua Justino Teixeira, Maria Idália Magalhães, 62 anos, nascida em Viseu e criada desde 1976 na mesma rua. Maria Fernanda Silva é moradora há 80 anos e Rafael Pereira, quinze anos, dos mais jovens habitantes dos bairros. Quatro histórias que se cruzam entre o otimismo e a incerteza do futuro desta rua histórica. Pressão habitacional, uma comunidade em desaparecimento, mas também boas recordações dos laços criados são algumas das ideias-chave destes quatro moradores.
Rua Justino Teixeira, uma rua a desaparecer?
Por Teresa Beleza e Bruno Borges
De Joaquim Cardoso à minhota de raiz e ao mecânico que tem a companhia do irmão praticamente todos os dias na oficina, falam tudo o que lhes vai na alma numa conversa. Joaquim natural de Penafiel veio para o Porto com 7 anos, foi combatente no Ultramar, em Angola e depois de janeiro de 1974 mudou-se para a Rua Justino Teixeira onde vive até aos dias de hoje com a sua esposa. Maria Alice, minhota de gema, muda-se de Valença do Minho para a Rua Justino Teixeira com a casa às costas e acompanhada dos seus 6 filhos para estar mais perto do marido que era, na altura, trabalhador ferroviário. Numa oficina, logo no início da rua, encontram-se dois irmãos, os irmãos Pinto. André Pinto Mecânico na Garagem Universal há mais de 30 anos, acompanhado por José Pinto, contam um pouco daquilo que foi mudando na zona.
Uma rua que conta memórias de um local que em tempos foi dos lugares mais movimentados do Porto, restam apenas memórias e histórias ainda por descobrir.
As faces invisíveis da Rua Justino Teixeira
Por: Catarina Ferreira, Enzo Teixeira, Inês Diana Silva, Débora Oliveira
Nas últimas décadas do século XX, a rua Justino Teixeira era um ponto importante no comércio da freguesia de Campanhã. Décadas depois, os armazéns outrora movimentados, as fábricas repletas de funcionários, os bairros e ilhas cheios de moradores começaram a desaparecer. No seu lugar estão agora edifícios abandonados, desertos e as antigas casas dão lugar a alojamentos locais.
Fernando Lopes é dono do Minimercado Stop, em frente ao terminal intermodal de Campanhã. O negócio, que é de família, foi reinaugurado há 20 anos na rua. Da sua infância em Justino Teixeira Fernando recorda as vezes que jogava futebol com tampas de garrafa a fazer de baliza e os momentos que saia de casa para ajudar o pai na loja:”Nas férias vinha para aqui ajudar o pai, tinha 13 ou 14 anos.”
José Teixeira tem 55 anos e é dono da Auto Justino Teixeira, uma empresa de reparações de automóveis. Assim como Fernando Lopes, também se recorda muito bem da vividez da rua nas décadas 80 e 90. Na sua memória ainda guarda todas as fábricas que já operaram na rua Justino Teixeira.
Marta Carvalho, trabalha no Peach Hostel e mora num dos bairros que ainda permanecem intactos na rua. No entanto, luta diariamente para manter a casa devido a uma batalha judicial com a senhoria. Marta nasceu e cresceu na rua, e a geração do seu filho também.
Justino Teixeira: Uma rua de comércio e caridade
Por: Estrela Sofia e Francisca Cruz
A rua Justino Teixeira é conhecida pela sua vertente industrial que tem vindo a sofrer algumas alterações ao longo do tempo. A “Auto Justino Teixeira”, “A Casa Fonseca” e “Os Compadres” são alguns dos estabelecimentos comerciais que se mantêm na rua. Atualmente, a caridade invadiu a rua. A “Associação Viver de Afetos” chegou à rua há um ano e meio depois de ter mudado de instalações.
A oficina “Auto Justino Teixeira” está na rua desde 1966. Com 57 anos de história tem várias memórias para contar. José Teixeira, funcionário da oficina, assistiu de perto a todas as alterações sentidas na rua. Entre muitas lembranças, recorda toda a zona industrial de Justino Teixeira. Diz que a rua “decaiu, mas está agora a renascer”. Ainda sabe quais eram as oficinas que faziam parte da zona. Hoje, apesar de ser uma rua quase discreta com a saída de cada vez mais empresas, a Auto Justino Teixeira mantém-se aberta e firme, com os seus fiéis clientes.
Há quem consiga sobreviver ao isolamento da rua, mas há quem não tenha a mesma sorte, como é o caso do “Bufete Os Compadres”. José Vieira, proprietário dos Compadres, chegou à rua com 27 anos e pôs mãos ao negócio, no qual está à frente há 37 anos. Durante uma conversa, falou-nos sobre os seus clientes, que eram funcionários de empresas, muitas delas com mais de uma centena de empregados que, agora, estão a fechar e a ir embora para outros locais. Conta que sempre foi uma rua movimentada devido aos negócios que agora está a ficar deserta. José viu-se obrigado a fechar as portas de um café com história há mais de 50 anos, porque ficou sem os seus clientes.
Fernando Fonseca, também proprietário de um negócio de restauração na Rua Justino Teixeira, sente a falta de movimento, mas consegue manter aberta a famosa “Casa Fonseca”. Fernando conhece a rua como as palmas das suas mãos. Cresceu, estudou, viveu e trabalha nesta rua. Nasceu a 11 de junho de 1962, na aldeia Formosa, perto da Serra da Estrela. Veio para o Porto com seis anos, juntamente com a sua família que tomou conta do negócio que, atualmente, é proprietário. A “Casa Fonseca” é um restaurante de família aberto há 54 anos, sempre foi uma casa cheia, hoje sente diferenças. Com o passar dos anos, a rua foi ficando menos movimentada com as saídas das fábricas: algumas empresas faliram e outras mudaram-se para outros locais, o que fez com que o número de pessoas que frequentavam o restaurante diminuísse.
Além do comércio, a rua Justino Teixeira também abraça a caridade. Ricardo Teixeira, de 37 anos, é natural do Porto e utente na Associação Viver de Afetos. Estudou na Escola Básica de Ramalho de Ortigão, na Rua Dr. Sousa Avides. Atualmente, frequenta o curso modular de empresas. A “Associação Viver de Afetos”, foi fundada em 2015, tem sede na Rua Justino Teixeira há mais de um ano e meio, depois de se ter mudado da Rua Pinto Bessa. A instituição preocupa-se com os mais desfavorecidos e pessoas em risco de exclusão social. Oferecem apoio e formação profissional que ajuda na melhoria da qualidade de vida. O companheirismo e a amizade são valores vividos na associação. Ricardo diz que a associação o faz sentir útil e feliz.
Entre o passado e o presente a rua sofreu uma transformação industrial, enfrentando a saída de empresas e uma diminuição no movimento comercial. A presença da “Associação Viver de Afetos” demonstra que a rua também se tornou um local de apoio e solidariedade. Essa combinação de mudanças e resiliência reflete a vida dinâmica e diversificada de uma rua que procura adaptar-se aos desafios e continuar a desempenhar um papel importante na comunidade.
As novas expressões artísticas da rua de Justino Teixeira
Por: Vicente Ribeiro
Nas casas abandonadas, na prateleira de uma loja de antiguidades, no palco ou até numa galeria escondida, a arte flui como a água e passa na rua Justino Teixeira. Distintas, a loja de antiguidades “Coisa do Tempo do Mundo”, a companhia de teatro “Visões Úteis” e a galeria “Spa-saluteperart” não só partilham a mesma rua como também a projetam para além das suas fronteiras físicas, expandindo o contacto com novos circuitos e comunidades
Pedro da Silva Cabrita é o proprietário de um espaço que destoa daquela que é a identidade histórica e atual dos negócios da rua Justino Teixeira. O colecionador de antiguidades e velharias, natural de Alcochete, cresceu rodeado pela prática da sua família: a caldeiraria, cujos ensinamentos continua a aplicar na sua profissão atual. Rodeado de centenas de antiguidades, Pedro ainda encontra o mundo que conheceu fora de Portugal nas antiguidades que coleciona, restaura e vende na Rua Justino Teixeira.
Recentemente, a companhia de teatro profissional Visões Úteis encontrou, na Rua Justino Teixeira, a sua nova casa. Na loja nº653, o novo espaço de ensaios e formação da companhia aproxima-a das várias comunidades com que estabelece um contacto e relação de proximidade duradoura: desde as escolas de Campanhã até aos bairros da cidade portuense. Com várias iniciativas assentes na inclusão, diversidade e inovação, a companhia de teatro Visões Úteis redefine assim a fronteira existente entre a arte, as pessoas e os seus locais.
Moradores na rua Justino Teixeira há 14 anos, os artistas de belas artes Marta Lima e Rui Ferro partilham com o seu local de habitação uma galeria de artes. No local onde outrora existiu uma fábrica de colas, a galeria “Spa-saluteperart” (saúde pela arte, em francês) conta com as várias obras e criações do casal, recebendo também artistas várias nacionalidades. Para Marta e Rui, este autêntico “espaço de encontro” representa “um sonho maior de estar e reunir as pessoas”, que possibilita ao mesmo tempo um local onde possam acontecer novas conversas em torno da arte.
Deambulações pela Rua de Justino Teixeira para um retrato ilustrado
Por: Inês Pinheiro
Durante quase quatro meses, percorri a rua de Justino Teixeira através de diversas idas ao terreno, recolhendo informação e contexto visual para a elaboração de uma ilustração e de um mapeamento sonoro. O objetivo era claro: tentar compreender as suas nuances e detalhes, para assim conseguir representar a sua singularidade.
Outrora uma das vias mais movimentadas da área de Campanhã, poucos e poucas atravessam-na agora além daqueles que aqui trabalham ou habitam. Preenchida pelo setor automóvel, esta via passa, neste momento, por um processo de transformação. Os novos estabelecimentos, o recente projeto de pavimentação e os antigos pontos de restauração são alguns dos elementos inerentes a esta rua que se apresentam como importantes para esta reportagem.
Campanhã é a minha Casa: Catarina Almeida e Raquel Souza
Por: Catarina Almeida e Raquel Souza
Sérgio Marques, de 52 anos, nasceu e foi criado na rua Justino Teixeira. Com o objetivo de mostrar à comunidade mais sobre as pessoas que vivem naquela região criou o projeto “Campanhã é minha casa.” Nesta iniciativa, juntamente com três realizadores, reuniu vídeos de moradores para criar curta-metragens que mostram como Campanhã é um território de afeto e comunhão. Sérgio lembra-se do ar de aldeia que havia em Justino Teixeira, de brincar até tarde ao ar livre, de jogar futebol com os vizinhos, do padeiro que deixava o pão de porta em porta e da senhora que vendia leite em embalagens de plástico.
Atualmente, após as mudanças que ocorreram na zona, como as obras do metro e a construção do terminal intermodal, muito se alterou. Ele salienta a sua preocupação em relação ao desaparecimento dos antigos moradores da rua para dar lugar a alojamentos locais e estabelecimentos comerciais. Para ele, Justino Teixeira é o seu lar e fará o possível para preservar a identidade daquela rua que o viu nascer. “Campanhã é a minha casa é uma frase boa…é uma frase de orgulho.”
Rosa Marques, a mãe de Sérgio, tem 80 anos e há 54 anos mora em Justino Teixeira. Natural de Fafe, foi viver para o Porto ainda criança e após o seu casamento mudou-se para Campanhã. A princípio considerava aquela zona muito triste e abandonada. No entanto, o nascimento dos filhos e o bom relacionamento que mantém com seus vizinhos, que a têm ajudado após a morte do seu marido, ensinaram-na a amar a rua Justino Teixeira.
No presente, Rosa ocupa os seus dias com a pintura, o bordado e caminhadas até ao café para conversar com os seus vizinhos. As peças que ela produz estão orgulhosamente espalhadas pela casa que divide com a sua cadela e os seus dois gatos que lhe fazem companhia. Rosa conta que já se habitou à rua Justino Teixeira, à casa e às pessoas dali. “Agora já me sinto bem aqui.”
Luísa Xavier, Joaquim Rodrigues e Raquel Pimentel são três mentes empreendedoras da Justino Teixeira.
Por: Catarina Pinto e Margarida Marques
Luísa Xavier é a sócia-gerente da São Rock Climbing, um espaço de escalada único localizado na Rua de Godim. Luísa, originalmente de Minas Gerais, Brasil, descobriu o local ideal para o seu negócio em setembro de 2019 com a ajuda de um amigo do Porto. Apesar de enfrentar desafios, como a pandemia por COVID-19 e reformas em andamento na área, Luísa acredita que estas melhorias beneficiarão o seu negócio a longo prazo.
Ao trabalhar na comunidade de escalada do Porto, ela aprecia a atmosfera acolhedora e amigável criada pelos seus vizinhos. Luísa valoriza o senso de comunidade e a energia positiva presente no seu estabelecimento, que oferece um ambiente divertido e de apoio para os escaladores.
Joaquim Rodrigues, proprietário da Rauto Clinic, uma oficina localizada ao lado do São Rock Climbing, tem sido mecânico a consertar veículos na Rua de Godim nos últimos dez anos. A oficina de Joaquim é caracterizada por paredes azuis e brancas, carros elevados, pneus novos e usados.
Apesar de não residir na área, Joaquim tornou-se um rosto familiar em Campanhã. Ele reconhece as melhorias na rua e o crescente movimento na área. Joaquim construiu uma base de clientes fiéis que o seguiu de locais anteriores.
Embora ciente de algumas oficinas próximas, ele mantém um bom relacionamento com apenas uma, preferindo uma abordagem pacífica e não intrusiva para assuntos comerciais e pessoais. Joaquim tem sido um vizinho solidário de Luísa, oferecendo orientação e amizade desde a sua chegada.
Raquel Pimentel, fisioterapeuta e coproprietária da Oito-80 Functional Fitness, um ginásio localizado na rua particular Justino Teixeira. O ginásio é especializado em Crossfit e está situado num armazém ao lado de outro negócio. A escolha do local levantou dúvidas iniciais devido à sua natureza e pouco iluminada.
No entanto, Raquel e o seu parceiro foram motivados pelo espaço, pela atmosfera ao ar livre e pela oportunidade de operar perto do coração da cidade. Eles mudaram-se da Rua do Falcão para Campanhã, trazendo os seus clientes, que são considerados familiares devido ao ambiente acolhedor e íntimo que promoveram.
O ginásio também tem um amado Labrador de chocolate chamado Snatch, que recebe muito amor e atenção dos clientes. Raquel acredita que Campanhã tem um futuro promissor, com o estabelecimento de startups e acomodações locais atraindo gerações mais jovens e revitalizando a área histórica.
Ela recebe novas melhorias e reformas em toda a zona industrial de Campanhã para melhorar o ambiente geral. A combinação da localização ideal, amplo espaço, luz natural, clientela unida e paixão pela profissão fez do número 116 na Rua particular Justino Teixeira um lugar memorável para a Raquel e para todos que a visitam.
Equipa de trabalho do web documentário e reportagens multimédia 2023 sobre a Rua Justino Teixeira
09h30 – Sessão de abertura: Professora Vanessa Rodrigues (Transmedia e Narrativas Híbridas) e Manuela Matos Monteiro (MIRA)
Primeira parte: 10h00 – 11h15
10h00-10h15: A história da rua Justino Teixeira (João Ferreira e Hugo Santos)
10h15-10h30: As raízes da infância e a escola Ramalho Ortigão (Catarina Barros, Ana Beatriz Pacheco)
10h30-10h45: A comunidade nos bairros da rua Justino Teixeira (Beatriz Costa, Fernando Coelho, Joana Amaro, Bárbara Pires)
10:45-11h00: Histórias de moradores na rua Justino Teixeira (Teresa Beleza, Bruno Borges)
11h00-11h15: Histórias de moradores na rua Justino Teixeira (Catarina Almeida, Raquel Souza)
Coffee Break: 11h15-11h30
Segunda Parte: 11h30-13h30
11h30-11h45: Invisibilidades da rua Justino Teixeira (Catarina Ferreira, Débora Oliveira, Enzo Favero, Inês Silva)
11h45-12h00: Uma rua voltada para o comércio e a caridade: estabelecimentos comerciais e a associação, na rua Justino Teixeira (Estrela Flores, Francisca Cruz)
12h15-12h30: O lado artístico da rua Justino Teixeira (Vicente Ribeiro)
12h30-12h45-Conhecer a rua Justino Teixeira através de ilustração e de som (Inês Pinheiro da Silva)
12h45-13h00: Inovações e proximidades da rua Justino Teixeira (Catarina Pinto, Margarida Marques)
13h00-13:30- Reflexões em torno do processo de trabalho e memória futura (Ricardo Gárzon e Catarina Almeida)
13h30 – 13h50 – A importância do testemunho oral para a História (Miguel Santos – Historiador)
13h50 – 14h00 – Encerramento
Direção do curso da Licenciatura em Ciências da Comunicação
Prof. Vanessa Rodrigues