Em casa, pelo bem comum
- Diogo Rodrigues
- 26/05/2020
- #Social Atualidade oanoemqueomundoparou
Patrícia Santos, 38 anos, assistente operacional no Hospital de Santo António, no Porto, cidade de onde é natural, apesar de, atualmente, residir em Rio Tinto, no concelho de Gondomar.
Patrícia foi diagnosticada com Covid-19 em finais do mês de março. Por isso, foi forçada a interromper a sua atividade profissional. Afirma que os sintomas são bastante semelhantes aos de uma gripe normal “tosse, febre, dores de cabeça e dores musculares”.
A portuense, explica, que os principais desafios, fruto de se encontrar infetada com esta doença são: o facto de ter de estar fechada num quarto para não contagiar o marido e o filho, estando separada dos mesmos. Ela chega mesmo a dizer num tom meio irónico, meio conformado “Até o meu cão tem mais liberdade do que eu”. A nossa entrevistada declara muito emocionada que o facto de não poder estar com o seu filho, a faz sentir especialmente nervosa, acrescentando que é uma pessoa de afetos, e que o simples facto de não lhe ser possível abraçar, a leva a explodir, não escondendo as suas emoções, chorando bastante com a abordagem desta temática.
Refere que tem tentado ocupar-se vendo televisão e fazendo ginástica, que é algo de que gosta particularmente e que, por norma, não consegue praticar devido ao pouco tempo que dispõe. Pelo facto de estar positiva, é o marido Jorge que efetua as deslocações de primeira necessidade.
A profissional no ramo da saúde descreve a atuação do Governo como boa em termos de medidas tomadas, mas lamenta o desrespeito evidenciado, face aos trabalhadores desta área. Patrícia deixa a mensagem para que aproveitem a vida, dizendo diariamente o quanto gostam uns dos outros, pois de um dia para o outro podemos ficar sem esse privilégio.