Em que medida as desigualdades regionais afetam a qualidade de vida das regiões situadas nas periferias distritais?
- Diana Ferreira
- 02/07/2020
- #Social Atualidade Especial Grande Reportagem Híbridos
Jancido, São Pedro da Cova, Lordelo e Lourosa
Durante cinco meses investigamos as maiores desigualdades regionais em quatro territórios da região norte. Auscultamos o que preocupa a quem vive na pele o dia-a-dia longe das grandes metrópoles.
Estivemos na aldeia de Jancido e na vila de São Pedro da Cova, no concelho de Gondomar, fomos a Lordelo no concelho de Paredes e percorremos a cidade de Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira.
E o que falta, em geral? Uma rede de transportes públicos e equipamentos atualizados, acesso à saúde, serviços bancários e postais, oferta cultural e educação precária.
Em alguns casos, é preciso percorrer grandes distâncias para ter acesso ao ensino obrigatório, superior ou profissional. Questões ambientais e mais espaços verdes fazem também parte do coro de reivindicações.
[Por: Diana Ferreira, João Tavares, Marta Oliveira e Diogo Rodrigues]
Litoral vs Interior
Portugal centra-se numa economia aberta de pequenas dimensões, ou seja, com grandes diferenças de acordo com a região geográfica sendo que está integrada numa espaço em que convivem muitos países.
O interior de Portugal apresenta variadas assimetrias aos vários níveis, quer ao nível comercial, quer ao nível cultural, quer educacional e entre vários outros pontos essenciais ao desenvolvimento de uma região.
Litoral e as cidades saturadas
De acordo com a Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), cerca de 60% da população reside na faixa costeira e cerca de 45% do total da população está concentrada nos centros urbanos de Lisboa e Porto.
Porém, o problema não está apenas centralizado na densidade populacional nas cidades, mas sim, onde a densidade é 19 vezes superior à verificada nas áreas rurais, sendo igualmente alvo de recursos, investimentos e serviços. Nas zonas mais rurais, o investimento não se aplica e o desequilíbrio surge.
De acordo com o cenário atual e perspetivas para o futuro, será fundamental que sejam levadas em conta soluções pragmáticas para a luta contra as desigualdades regionais, entre o litoral e o interior.
O desenvolvimento económico harmonioso e integrado de Portugal é um dos nossos maiores desafios e todos devemos contribuir para o ultrapassar a partir do lugar que ocupamos na sociedade.
Regionalismo vs Vida Citadina
Os conceitos Regionalismo e Vida Citadina/Urbana são termos opostos, que caracterizam duas formas de viver diferentes, em vários aspetos: económicos, infraestruturas disponíveis, serviços disponíveis e até mesmo no número de habitantes que cada realidade aufere.
O termo Regionalismo pode ser caracterizado como a tendência para defender e valorizar os interesses específicos da região em que uma pessoa vive, sendo um vocábulo ou expressão regional que significa provincianismo. Para compreender melhor o termo Regionalismo, é importante fazer uma distinção entre os conceitos Regionalização e Regionalismo.
A Regionalização é um conceito de organização do Estado Democrático, de poder uno mas partilhado pelas diversas parcelas com potencial diferenciado do território, que assim podem contribuir de forma específica mas integrada para a valorização mais proveitosa de um País; O Regionalismo é um valor potencial da natureza de um povo, com características e vontade própria e arreigada nas tradições e cultura específica.
Bem conjugados e aproveitados, estes dois valores podem servir para que o desenvolvimento de uma comunidade regional se processe de modo harmonioso e potenciador das suas características e potencialidades.
O conceito de Vida Citadina/Urbana pode ser definido simplesmente por alguém que vive na cidade, no meio urbano, que demonstra afabilidade, civismo e comportamentos urbanos, apresentando os costumes próprios da vida na cidade.
Para entender o conceito de Vida Citadina/Urbana convém compreender o que se entende por Espaço Urbano, isto é, uma região da cidade definida como o conjunto que integra e sobrepõe as diferentes atividades.
É, por isso, produzido através das práticas dos agentes sociais e dos interesses destes, que são implementados de geração em geração e que estão intrinsecamente relacionados ao consumo e produção do Espaço Urbano. Sendo eles, os grandes industriais; os proprietários fundiários; os promotores imobiliários; o Estado e também os grupos sociais excluídos.
É preciso, no entanto, estabelecer uma distinção entre o conceito urbano e cidades. Existem cidades, por exemplo, que não são consideradas urbanas, por possuírem uma pequena quantidade de habitantes e uma baixa dinâmica económica. Cidades com menos de 20 mil habitantes são consideradas espaço rural.
A evolução ao longo da história levou à existência de um processo de urbanização, ou seja, um crescimento do Espaço Urbano em relação ao Espaço Rural. A industrialização é o principal fator do processo de urbanização.
O processo de crescimento do espaço urbano ocorre por dois fatores: os fatores atrativos e fatores repulsivos. Por fatores atrativos entende-se o crescimento industrial em que boa parte da população do campo é atraída pela oferta de mão de obra, e às possibilidades de crescimento e emancipação sociais. Por fatores repulsivos entende-se o crescimento das cidades em função da saída dos trabalhadores do campo, em face da mecanização da produção agrícola ou da concentração fundiária.
Acessibilidade do Interior vs Acessibilidade no Litoral
O espaço urbano e o espaço rural são conceitos utilizados na geografia para caracterizar dois pólos geográficos opostos. O citadino concentra um maior número de densidade populacional sendo que a mesma é predominantemente jovem e empreendedora.
Dedicando-se sobretudo ao sectores secundário (indústrias) e terciário (comércio e serviços). Existindo muito maior número de oportunidades de emprego e educação, o que faz com que a população seja constituída por muitos que se deslocam do interior para a periferia. A população é mais alfabetizada, com maior poder de compra, sendo que se encontra mais concentrada.
Em cidades como o Porto e Aveiro assistimos a uma maior concentração de infraestruturas (centros comerciais, hipermercados e grandes empreendimentos urbanísticos). A rede de transportes é diversificada de forma a estabelecer ligação em toda a sua extensão.
A oferta cultural deverá ser vasta e eclética permitindo um fácil acesso por todos aos mais diversos espaços.
A zona rural também chamada de campo é aquela que não faz parte dos meios urbanos sendo utilizada para o desenvolvimento de atividades de agricultura, pecuária, silvicultura, conservação ambiental, turismo rural (ecoturismo), extrativismo, entre outras.
A paisagem neste meios é essencialmente composta por espaços verdes e bem cuidados, não se assistindo à poluição característica dos grandes centros urbanos (cidades).
Em zonas como S. Pedro da Cova, Jancido, Lourosa e Lordelo deparamo-nos como uma população composta na sua maioria por idosos, com pouca instrução e maior dedicação ao culto religioso sendo que o povoamento é mais disperso. As habitações são de maior capacidade existindo uma maior afinidade e conhecimento entre as populações.
Existe uma menor densidade populacional, as ofertas no que concerne ao emprego e ensino são escassas o que faz destes locais dormitórios das cidades.
A rede de transporte é mais escassa, menos diversificada, o que leva a que uma parte da população seja obrigada a residir nas grandes cidades durante a semana e que regressem aos seus locais de origem apenas ao fim de semana.
Principais Diferenças: Vila, Cidade e Aldeia
Cidade
O número de cidades aumentou substancialmente em Portugal nos últimos 30 anos. A lei que estabelece os parâmetros que permitem às terras subir de escalão e tornar-se cidade foi definida a 2 de Junho de 1982. Hoje existem 156 cidades. Esta lei indica um critério demográfico de mais de 8 mil eleitores em aglomerado populacional contínuo e um conjunto de outros requisitos tais como:
- Instalações hospitalares com serviço de permanência,
- Farmácias,
- Corporações de bombeiros,
- Casa de espectáculos e centro cultural,
- Museus e bibliotecas,
- Instalações de hotelaria,
- Estabelecimento de ensino preparatório e secundário,
- Estabelecimento de ensino pré-primário e infantários,
- Transportes públicos (urbanos e suburbanos),
- Parques ou jardins público.
As terras que possuam, pelo menos, metade destes equipamentos podem aspirar a ser cidade.
Assim a cidade caracteriza-se pela sua capacidade para atrair empresas e criar pólos de desenvolvimento tecnológico, que lhe permitem ser completamente auto-suficientes, ou seja, uma cidade não pode ser considerada apenas um “amontoado de gente”.
Apesar da existência de vários critérios subsiste o critério do volume populacional, uma vez que as cidades são as áreas mais densamente povoadas do mundo.
Vila
As vilas são o ponto intermédio entre as aldeias e as cidades, tendo em conta o número de habitantes e de serviços disponíveis, tem alguma independência económica, no entanto tem de recorrer às cidades para outro tipo de serviços mais especializados. As vilas podem englobar várias cidades, não depende apenas do volume populacional.
As próprias terras podem não querer perder o seu estatuto por uma questão turística ou para manter tradições. Muitos mantêm a posição que a passagem de Vila para cidade dá-lhes uma imagem de aglomerado populacional como apenas se trata-se de um dormitório, perdendo toda a sua identidade.
No entanto, isto não é assim tão linear, no fundo é apenas uma questão de estatuto e nome, porque as fronteiras entre vila e cidade não são definidas de forma exímia.
Aldeia
Devido à grande densidade populacional no litoral onde estão situadas a grande parte das cidades, as aldeias têm ganhado um novo estatuto criando movimentos para aqueles que se querem aventurar a ter um estilo de vida diferente.
As aldeias são caracteristicamente rurais tendo autonomia para subsistir por si só uma vez que todo o excedente económico gerado é consumido pela população local. No entanto estas são vistas como cidades satélite que dependem das vilas para ter acesso ao comércio e serviços.
PORTO
Segundo a carta de foral, o Porto foi fundado em 1123, conta com cerca de 237.591 habitantes na área com 45 km2. A cidade do Porto situa-se no Douro Litoral, é conhecida como cidade Invicta e os seus habitantes são denominados portuenses. O Feriado Municipal é datado no dia 24 de Junho.
Localizado no Noroeste da Península Ibérica e de Portugal, é nas margens do rio Douro que surgem os pontos turísticos. O centro histórico encontra-se classificado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Património Cultural da Humanidade. O Porto é capital do Distrito e é composto por sete freguesias. A sua área Metropolitana conta com 18 concelhos e, cerca de 1.300.000 habitantes e uma área total de quase 2400 km2. A cidade fica a 320 km de distância de Lisboa, a capital do país.
GONDOMAR
Gondomar é um concelho que se insere na região norte, pertencente ao distrito do Porto e à sua área metropolitana. Aquando dos últimos censos verificados em território nacional no ano de 2011 contava com 174.159 habitantes. O concelho de Gondomar é banhado pelos rios: Rio Douro, Rio Tinto, Rio Torto, Rio Sousa e o Rio Ferreira. As suas praias fluviais são um grande atrativo para o turismo na época balnear, das quais se destacam a Praia de Marecos, Melres, Zebreiros e Lomba.
O Rio Douro influencia fortemente a gastronomia do concelho onde o sável e a lampreia são os destaques, realizando-se um festival gastronómico que decorre entre os meses de fevereiro e março. O feriado municipal em honra de nossa senhora do rosário, têm lugar na primeira segunda feira de outubro.
Um locais mais emblemáticos da cidade é o monte crasto, uma fortaleza que constitui um miradouro com 194 metros de altitude. Gondomar, é ainda considerado como a capital da Ourivesaria pela arte de trabalhar a talha e a filigrana.
As freguesias de São Cosme, Rio Tinto, Jovim, Fânzeres, Valbom, Melres, São Pedro da Cova, Foz do Sousa, Covelo, Medas, e Lomba foram integradas à data de 1868. No ano de 1927 a sede do concelho de São Cosme foi confirmada como Vila de Gondomar. Gondomar no ano de 1991 ascende a cidade, bem como Rio Tinto no ano de 1995.
JANCIDO
Jancido é uma localidade que se insere na freguesia da Foz do Sousa, a maior freguesia do concelho de Gondomar. É um ambiente rural relativamente perto do Porto, através da estrada nacional 108, e autoestradas A43 e A41. Uma ligação perfeita entre o natural e o urbano. Aqui podemos visitar 3 diferentes rios: Ferreira, Sousa e Douro, o que nos dá uma proximidade especial ao ambiente.
Esta é uma terra de um povo alegre e determinado, mas acima de tudo unido. A prova disso é que no ano de 2012, reergueram a velha Ponte das Longras durante 10 semanas, sem qualquer tipo de apoio, apenas com a força da comunidade. Uns anos depois, uma equipa de voluntários reconstroem os moinhos de Jancido, com o objetivo principal de preservar o património da aldeia.
As estruturas têm mais de 200 anos e são alimentadas pelo pequeno curso de água, com a afluência proveniente das nascentes existentes ao longos dos seus 1000 metros de curso. São 8 os Moinhos de Rodizio que existem. Estes tinham como única função a transformação do milho, e outros cereais, em farinha que teria como aplicação principal o fabrico de pão.
Estes Moinhos são de distintos proprietários, tendo assim herdado os nomes das suas famílias: Moinho do Quintas, Moinho do Oliveira, Moinho do Capela, Moinho do Almeida, Moinho do Crestina e Moinho do Garrido. Durante a época de 1970, estes Moinhos deixaram de laborar, gradualmente, por consequência do aparecimento dos moinhos elétricos. Deste modo, existem memórias que o último moinho a funcionar foi o Moinho do Capela, em 1979.
Existem várias atividades possíveis de realizar nesta localidade tais como Yoga desfrutando assim dos ares do rio, BTT a partir de trilhos, bem como experiência 4×4. Também podemos desfrutar de atividades tais como a canoagem.
Jancido, apesar de ser uma aldeia, tem crescido cada vez mais ao nível da acessibilidade, priorizando os seus habitantes nas categorias de turismo e lazer. Porém, existem categorias ainda por desenvolver e que têm especial relevância para a aldeia, como é caso dos transportes, serviço de saúde e até ao nível das caixas multibanco, lugar onde só existe uma que serve Jancido e as aldeias vizinhas. No que toca à cultura, seria apreciado por parte dos habitantes a existência de uma instituição que promovesse teatro e outros espetáculos culturais.
– Obras Mais Úteis –
Em Jancido, um dos espaços verdes mais utilizados pelos habitantes são os “Moinhos de Jancido”. Estes moinhos estão localizados num monte, com fácil acesso. Recentemente tanto os moinhos, como a zona onde se encontram está a ser reconstruída, o que leva ao aparecimento de habitantes de outros lugares para visitar este lugar.
Segundo Paulo Campos, habitante de Jancido e um dos voluntários que está a reerguer os moinhos e o local onde eles se encontram, afirma que pretendem, através destas obras, atrair turistas para o local, dar a conhecer esta aldeia ao país e que esta comece a ter mais desenvolvimento.
“Estou muito orgulhoso do trabalho que todos temos feito. Posso afirmar que a ideia surgiu através de um grupo de amigos, que fez parte da comissão de festas de Santo Ovídio 2016 e para não perder os laços, tiveram a ideia de se juntarem e reconstruírem os moinhos. Temos feito limpezas, devastação, reconstrução dos moinhos, plantação de árvores em família entre outras iniciativas. Pretendemos melhorar o espaço para as pessoas que nos visitam e continuar o trabalho que os nossos antepassados fizeram.”
Relativamente às obras realizadas, segundo o presidente da junta, a obra mais útil foi a construção da A43, que foi uma mais valia para o desenvolvimento da freguesia.
– Parques –
A nível de parques, no concelho existem alguns, mas nem todos têm a manutenção que deveriam ter.
Segundo Ana Neves, habitante de Jancido, afirma que os parques deviam estar em melhor estado e que a freguesia devia ter mais cuidado na preservação dos mesmos.
“Parece-me que não se preservam bem os parques que possibilitam o lazer e o exercício físico.Parece-me também que a Junta de Freguesia poderia promover atividades desportivas e empenhar-se na construção de parques, pois na minha freguesia é a população que se empenha na preservação do ambiente construção de espaços de lazer.”
Na opinião de Custódia Sousa, habitante de Jancido, falta um parque na cidade no concelho, e os poucos parques que existem só são zelados de quarto em quatro anos. Relativamente ao lugar de Jancido é da opinião que os espaços verdes estão a ser melhorados.
Menciona que é a população da aldeia que voluntariamente faz com que isto aconteça, para que todos tenham um espaço para caminhar, correr, fazer piqueniques e aproveitar ao ar livre. O espaço que neste momento está em obras e a ser melhorado no presente é o espaço dos moinhos.
Segundo o presidente da Junta, “Os Parques que existem na Freguesia, todos eles são importantes para nós, e são muito usados quer pela Freguesia quer por quem nos visita, e são vários, Parque de Merendas de Covelo, a nível de Freguesia é o mais bem equipado, Parque Merendas de Santo Amaro, Parque Merendas de Travassos.
Em Jancido existe parque Merendas de Longras junto aos Moinhos, “No aspeto de Parques estamos muito bem, temos é que os estimar e não vandalizar como acontece muitas vezes que não sabemos dar valor à riqueza que temos.”
“O Ambiente é muito importante para nós, felizmente Foz do Sousa e Covelo, é a maior Freguesia do Concelho em área verde, aliás o Alto de Concelho todo ele é muito rico em áreas verdes, enquanto nas Freguesias Urbanas é preciso fazer parques verdes ou parques Urbanos, nos no Alto de Concelho já os temos e Naturais, o que se lamenta é as pessoas fazerem muitas vezes desses espaços vazadouros dos seus lixos, isso é que é grave, ainda há muita falta de educação e respeito por aquilo que temos de mais belo, a Natureza.
Há um projeto de parceria câmara/junta para a dinamização da famosa linha de Midões, que está para muito breve, vai começar na Marginal até aos moinhos.”
– Transportes –
Na aldeia de Jancido, fizemos uma análise em relação às acessibilidades dos transportes públicos. Contudo, percebemos que existe um nível de desagrado por parte dos habitantes.
A companhia de transportes em questão neste lugar é a “Gondomarense”, companhia que deve, de acordo com os habitantes, rever o espaço de intervalo entre horários.
Segundo a opinião de Margarida Cunha, habitante de Jancido e estudante universitária da Universidade Católica de Braga, “Há poucos transportes públicos e não se adequam às necessidades da população”, afirma.
São vários os habitantes que se queixam relativamente ao horário dos transportes.
Margarida, a nível do tempo de deslocação que iria demorar; e Ana Luísa, que é também estudante universitária no Porto, afirmando que sente alguma incompatibilidade entre os horários da faculdade e os horários da camioneta.
“Os transportes públicos são bastante precários. Acaba por restringir o dia a dia dos moradores, no meu caso, o tempo que demoro desde o Pólo Universitário até casa é de 1h30.”
De forma a tentar perceber se a opinião do presidente da junta, Isidro Sousa, coincide com a dos habitantes, este afirma que “É preciso população porque se não a houver, as empresas transportadoras não investem. Na minha opinião, o que nos faz imensa falta é um circuito interno, que fizesse a ligação a todos os lugares da Freguesia, e a todas as instituições que são mais usadas, nomeadamente, Escolas, Farmácia, Igreja, Centro de Saúde, Juntas de Freguesia, Cemitérios, Comércio e Indústria.”
– Educação –
Ao nível da educação, na aldeia de Jancido existe um infantário e uma escola primária.
A nível do ensino básico e secundário, os habitantes têm de se deslocar a outra freguesia ou concelho, tendo como opção a Escola Básica de Jovim, a Escola Secundária de Gondomar e a Escola Básica e Secundária à Beira Douro como escolas mais próximas.
Tal como afirma o presidente da junta, Isidro Sousa, se os alunos optarem por cursos de áreas mais específicas têm obrigatoriamente que sair do concelho.
Segundo a opinião de Ana Beatriz Sousa, Jancido está bem servido. O número de escolas está proporcional à densidade populacional das diferentes freguesias.
– Serviço de Saúde –
O serviço de saúde que os habitantes de Jancido têm, passa pelo Centro de Saúde da Foz do Sousa. Os Hospitais mais próximos são o Hospital Escola Fernando Pessoa, que é o hospital privado de Gondomar, o Hospital S. João e o Centro Hospitalar do Porto – Hospital Santo António.
Madalena Cunha é enfermeira nesta unidade e afirma que “Esta unidade para a qual trabalho é bastante profissional e tenta atender às necessidades básicas dos utentes.”
Ana Beatriz Sousa, estudante de Medicina na Academia Militar, afirma que comparativamente ao que vê em Lisboa, que sente que tanto em Gondomar como na Foz do Sousa, os pacientes estão bem servidos.
Menciona também que a única lacuna é não existir um hospital público mais perto, uma vez que, desde a aldeia de Jancido até ao Porto, o tempo de viagem é de 20 minutos, isto sem trânsito, se for em hora de ponta, com trânsito, pode demorar bastante tempo.
Centro de Saúde da Foz do Sousa, por Marta Oliveira Farmácia, por Marta Oliveira
– Vida Rural vs Vida Citadina –
A cidade é caracterizada pela sua capacidade para atrair o grande comércio e criar pólos de desenvolvimento tecnológico, que lhe permitem ser completamente auto-suficientes.
Já as aldeias têm ganho um novo estatuto criando movimentos para aqueles que se querem aventurar a ter um estilo de vida diferente. As aldeias são caracteristicamente rurais tendo autonomia para subsistir por si só uma vez que todo o excedente económico gerado é consumido pela população local.
Os habitantes de Jancido dão-nos a sua opinião sobre este tema.
Custódia afirma que viveu grande parte da sua vida no meio rural, e que apesar de existirem desvantagens, prefere viver em Jancido, por ser mais saudável, existência de uma maior liberdade e pela privacidade.
Ana Cunha afirma que não trocaria, por nada, o ambiente rural pelo citadino.
“Apesar de haver algumas falhas como é de esperar, tudo o resto compensa, desde o ambiente acolhedor em que todos se conhecem e todos se ajudam, por ser um sítio calmo, por ter muita natureza à volta e transparece descontração e pureza. Também são dinamizadas bastantes atividades ao ar livre, o que me cativa. Assim sendo, posso afirmar que me sinto muito grata por ter crescido num lugar como Jancido”
– Bancos –
Na aldeia de Jancido os habitantes só contam com uma caixa de multibanco. Alguns dos habitantes afirmam ser bom e mencionam que se sentem satisfeitos, apesar de não existirem mais caixas de multibanco nas aldeias próximas de Jancido.
Contrariamente, Beatriz Sousa afirma que apesar de ter uma caixa de multibanco perto de casa, existe população que demora cerca de quinze minutos para conseguir levantar dinheiro, uma vez que a maioria das lojas de comércio local não aceitam multibanco e a população precisa de dinheiro com alguma frequência.
– Cultura –
A aldeia de Jancido conta com pouca oferta cultural.
Ana Neves, habitante de Jancido, afirma que é uma pessoa muito ligada à parte cultural e sente algum desagrado pelas atividades culturais na aldeia e na freguesia serem escassas.
“Gostaria que existissem mais atividades musicais e teatro na minha aldeia/freguesia. Desloco-me à cidade do Porto para ter possibilidade de assistir a espetáculos. A nível de Concelho dá-se primazia às freguesias do mais próximas do centro e as freguesias com maior número de população. Estas freguesias têm um maior número de atividades culturais, o que não acontece na freguesia em que vivo.”
Segundo do presidente da Junta de Freguesia, Isidro Sousa, este afirma que a cultura é muito importante numa Freguesia.
“Nós temos uma cultura muito variada e muito rica, nomeadamente os Ranchos o Teatro a musica, as exposições é pena que não que as pessoas as vezes não dão valor aquilo que é nosso, a nossa Freguesia é muito rica em festas, temos em toda a Freguesia pelo menos 11 festas por ano, a Cultura é a riqueza do Povo.
Santo Ovído, Feira Medieval, espetáculos de musica e teatro, e à pouco tempo e que está na moda os nossos moinhos, que graças a um grupo de jovens voluntários cheios de garra, tem dinamizado e muito bem aqueles velhos moinhos que estavam todos desativados, dá gosto ver todo aquele trabalho feito por voluntários, parabéns.”
Ao longo do ano são ainda promovidas diversas iniciativas por parte da Comissão de Festas, como jantares de grupo, festas temáticas e sessões de cinema ao ar livre.
Existe também um clube de futebol, a “União Desportiva Sousense” que foi fundando no dia 1 de Dezembro de 1937. O estádio está equipado com um relvado sintético. É um clube de honra, e é dono de uma história rica de acontecimentos marcantes. Uma das suas maiores conquistas passou pelo facto de terem participado na Primeira Divisão Nacional do Campeonato de Juniores.
– Comércio –
Em Jancido, o setor comercial não é muito variado, uma vez que, na freguesia, só existem mercearias locais e minimercados. O comércio local sempre existiu e, em prol disso, vários habitantes optam por produtos mais frescos, colaborando com os pequenos vendedores. Para se deslocarem aos supermercados e hipermercados têm de se deslocar ao concelho.
Conversamos com Isabel Pinto, sócia e gerente do Minimercado Isabel, localizado em Jancido. Esta afirma que trabalhar como dona do minimercado têm vantagens e desvantagens.
“As vantagens são as de estarmos mais próximos das pessoas que não se podem deslocar aos hipermercados, criar laços de amizade e confiança com os clientes, de podermos chegar a quem não tem ninguém e saber que pode contar connosco. As desvantagens, é um emprego muito trabalhoso.”
Menciona também que o hipermercado mais próximo não afeta as vendas do seu negócio, porque as pessoas começam a perceber e a estar atentas aos preços que não fazem muita diferença e até em muitos casos os do comércio tradicional são bem melhores.
Começam também a preferir ir às lojas mais pequenas e mais próximas, porque sabem que encontram produtos frescos e de qualidade sem perderem muito tempo nos hipermercados. Por último, uma das características, tem a ver com o facto da população também gostar de um atendimento personalizado.
Refere que tem noção que os habitantes frequentam os dois tipos de comércio, porque os hipermercados têm a vantagem de ter maior variedade de produtos.
“As pessoas vêm ao comércio tradicional comprar a qualidade a frescura, os preços. Depois vão aos hipermercados comprar os bens que o comércio tradicional não tem.”
– Próximas Obras –
Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Foz do Sousa, as próximas obras a serem realizadas são: a construção de um Albergue para animais, já no próximo ano junto ao campo de futebol do Grupo Desportivo do Covelo.
Na desativada EB1 da Lixa, o edifício vai ser todo transformado para albergar a GNR de Medas, que há muitos anos está em S.Cosme, as obras estão orçamentadas à volta de 1 milhão de euros.
Na Avenida Dr. Francisco de Sá Carneiro, está a ser construída uma rotunda para melhorar a fluidez do transito, e o acesso à rua Combatente Rolando dos Santos Pinto, e à rua de Favais, essas duas ruas tem muito movimento por causa do trânsito aquático e turístico.
E por último, na Foz do Sousa e Covelo, em 2021 vão ser investidos mais de quatro milhões e meio de euros em saneamento.
SÃO PEDRO DA COVA
S. Pedro da Cova é uma vila pertencente ao distrito do Porto, localizada no concelho de Gondomar. Foi uma freguesia independente até o ano de 2013, altura em que, devido a uma reforma administrativa empreendida pelo Governo, fundiu-se com a Vila de Fânzeres, originando a União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova cuja sede é a vila Gondomarense de Fânzeres.
O símbolo identitário da vila, é o seu brasão de armas que está eternizado como um traço importante da identidade dos seu património.
S. Pedro da Cova, chegou a ser concelho, durante 16 anos, desde 1820 até 1836. Sendo que perdeu essa designação, devido à sua escassa população; à data tinha apenas 697 residentes.
Este local foi, durante a segunda guerra mundial e até a década de setenta, um dos principais pólos económicos e industriais do país, representando cerca de 70% da riqueza económica nacional, muito por culpa das minas de carvão aí existentes.
O setor mineiro chegou a empregar 1800 trabalhadores, aquando do seu auge.
Em 2011 (últimos censos), contava com uma população de 16478 habitantes, sendo que a mesma, era predominantemente idosa, com uma média de cerca de 65 anos. A sua densidade populacional é de 1186,3 habitantes por km2 e conta com uma área de 13,89 km2.
Verificando-se a existência de poucos jovens e, ainda menor, número de nascimentos. Os habitantes locais são vulgarmente conhecidos por Pedroenses.
Fazem parte do seu Património paisagístico o “Cavalete do Poço de S. Vicente” para homenagear e perpetuar a memória das minas de carvão. São ainda pontos de destaque da vila o “Museu Mineiro de S. Pedro da Cova – Casa da Malta”, “Igreja Matriz de S. Pedro da Cova” e a “Capela de S. Vicente” localizada no lugar de Beloí.
O atual presidente, eleito nas últimas eleições Autárquicas para dirigir os destinos da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, chama-se Pedro Miguel Teixeira Martins Vieira. Para chegarmos a esta vila poderemos utilizar a EN108 com ligação à estrada D. Miguel e a Nacional 2 com ligação ao IC29.
Em São Pedro da Cova deparamo-nos com os problemas relacionados com a saúde, nomeadamente o tempo de espera verificado por alguns testemunhos. Além disso, outros problemas associados às dependências bancárias e à inexistência de parques na vila. Ao nível da cultura, São Pedro da Cova não conta com qualquer tipo de manifestação cultural, quer ao nível cinematográfico, teatro e musical, entre outras artes. No que diz respeito à educação, a maior lacuna verificável é a não existência de cresces. A par disso, para frequentar os CTT é necessária uma viagem longa, uma vez que só existe um posto de correios e localiza-se fora da vila.
– Obras Úteis –
Neste sentido contactamos o Presidente da Junta da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova o qual foi claro ao afirmar que “A obra mais importante realizada na nossa Freguesia foi sem dúvida o alargamento do nosso cemitério”.
Desde sempre existiu um desleixo em termos organizacionais do espaço existente o que leva Pedro Reis Vieira o Presidente da Junta a afirmar “A determinada altura com o aumento da população, o espaço para albergar os nossos entes queridos tornou-se insuficiente”. Neste sentido procedeu-se a um aumento e reordenamento das sepulturas existentes. Esta obra foi realizada em 2016 e estima-se que o investimento despendido na sua remodelação tenha sido na ordem dos 30 mil euros.
Pedro Reis destaca que já foi inúmeras vezes interpelado pelos Pedroenses, para justificar o motivo pelo qual não possuem uma esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) dado que a esquadra mais próxima se situa na vila vizinha de Fânzeres, dificultando deste modo o acesso a quem não dispõe de viatura própria.
Ainda no âmbito desta temática tentamos contactar o Presidente da Câmara de Gondomar que não se mostrou disponível para o efeito.
– Transportes –
A Freguesia de S. Pedro da Cova é servida por duas empresas de transportes distintas: a Empresa de Transportes Gondomarense (ETG) e a STCP (Serviço de Transportes Coletivos do Porto).
A Gondomarense é responsável por fornecer aos Pedroenses (habitantes de S. Pedro da Cova) as linhas 10 (Ervedosa – Lameira) e a 24 (Ervedosa – Hospital Fernando Pessoa).
A STCP fornece as linhas 801 (S. Pedro da Cova – Cordoaria) e o 804 (S. Pedro da Cova – Hospital de S. João).
A este respeito inquirimos a auxiliar de ação médica Barbara Rego de 26 anos, natural de S. Pedro da Cova, que quando questionada acerca deste assunto declara “o principal problema é a supressão de transportes principalmente ao fim de semana na linha 804, sendo que ao Domingo não existe esta linha e ao Sábado apenas funciona até as 13h”.
Pedro Vieira por sua vez refere que a rede de transportes que abrange a Vila de S. Pedro da Cova é bastante insuficiente carecendo de reforço urgente.
Visto que as carreiras existente não cumprem os mesmos trajetos, leva a que não seja possível haver uma distribuição equitativa em termos de horários, acabando por beneficiar uma parte da população em detrimento da outra.
Rui Baltazar de 56 anos e vendedor no ramo automóvel, natural da Vila adverte para o facto “embora não utilize os transportes, visto que possuo viatura própria sei que a mesma é bastante carente principalmente nas horas de ponta” referindo que a localidade é um dormitório da Invicta.
– Educação –
A oferta educativa na vila de São Pedro da Cova vai desde o ensino pré-escolar (Jardim de Infância de Vila Verde, Jardim Infância “O Mineiro”), o Ensino Básico (Escola Básica de Vila Verde, Escola Básica de Silveirinhos, Escola Básica do Passal e Escola Básica Cimo da Serra ) e ainda os Centros Escolares de Carvalhal/Mó e o de Belo Horizonte que comportam ambas as vertentes.
Nesta vila encontra-se localizada uma Escola Secundária e uma Escola Profissional cujos cursos ministrados são: Línguas e Humanidades, Artes Visuais e Ciências e Tecnologias. As saídas profissionais abrangem as áreas de: designer gráfico, gestão e programação de sistemas informáticos, apoio à gestão desportiva e auxiliar de saúde.
Pedro Vieira lamenta que a oferta formativa seja escassa e que os alunos tenham de migrar para outras freguesias para continuação dos seus estudos.
Já Barbara Rego alerta para o facto de que as ligações rodoviárias não passam perto dos estabelecimentos de ensino e que esse é um dos principais problemas para quem não tem viatura própria para efetuar a deslocação.
Daniel Silva, 25 anos, técnico de máquinas Comando Numérico Computadorizado (CNC) menciona o seu exemplo “eu inclusivamente tive de me deslocar para um concelho vizinho a fim de poder tirar o meu curso”.Referindo de seguida tal como Barbara que os alunos de Erasmus utilizam os estabelecimentos locais para cumprirem esta jornada.
– Serviços de Saúde –
A este nível a vila de S. Pedro da Cova encontra-se dotada de um Centro de Saúde (Centro de Saúde de S. Pedro da Cova) e três farmácias (Farmácia Carrilho, Farmácia Magalhães e Farmácia Central de S. Pedro da Cova).
Os Pedroenses dispõem igualmente de duas clínicas para a realização de colheitas de sangue e outras análises.
Quando questionado sobre esta temática o vereador local refere que o Centro de Saúde não tem capacidade para fazer face as necessidades de toda a população. Declara ainda que, devido a este fator, os profissionais de saúde são obrigados, muitas vezes, a encaminhar os utentes para os hospitais públicos mais próximos, sendo eles o centro Hospitalar e universitário do Porto (Hospital de Santo António) e o Hospital de S. João, igualmente localizado no Porto.
O político menciona que devido à construção do Hospital Privado Fernando Pessoa, localizado no concelho de Gondomar, a situação melhorou um pouco, mesmo que apenas os cidadãos com maiores e melhores condições económicas possam recorrer ao mesmo.
Na opinião de Bárbara Rego, seria necessário que o centro de Saúde tivesse maior capacidade e um maior número de profissionais,”como muitas vezes não consigo consulta para o dia pretendido, sou obrigada a recorrer ao hospital mais próximo ou então a um médico particular. Se o caso não for muito grave terei de me deslocar ao centro de saúde no dia seguinte e candidatar-me a uma vaga.”
Esta opinião é corroborada por Rui Baltazar que confidencia “acabei por perder a paciência com a falta de meios e com os elevados tempos de espera (2 meses), como tal vi-me forçado a pedir transferência para o centro de Saúde de Gondomar.”
Já Daniel Siva não tem ideia se o número de profissionais de saúde é suficiente, mas vai dizendo que as filas de espera são imensas e que somente com consulta marcada satisfaz as suas necessidades.
De uma forma genérica os inquiridos acabam por efetuar as análises clínicas mais perto do seu posto de trabalho e não tanto no local de residência. As clínicas existentes acabam por serem procuradas predominantemente pela população idosa e pelos mais jovens, no fundo os que passam mais tempo na vila.
O Presidente da União de Freguesias aproveita para recordar que os Pedroenses têm ao se dispor uma corporação de bombeiros (Bombeiros Voluntários de S. Pedro da Cova), sempre pronta para transporte e socorro dos seus habitantes. Acrescentando que os mesmo são imprescindíveis no dia a dia da população.
– Bancos e Correios –
No que diz respeito às dependências bancárias atualmente existem apenas duas agências: Caixa de Crédito Agrícola e Millennium BCP. No passado o grupo BPI também operava na vila, mas devido à reestruturação a nível dos balcões existentes em território nacional o mesmo foi encerrado.
Pedro Vieira, Barbara Rego e Daniel Silva concordam que este número de dependências é manifestamente suficiente, uma vez que são utilizados maioritariamente pelos séniores.
A auxiliar de ação médica alerta para a falta de estacionamento na área anexa aos balcões.
Já Rui Baltazar é de opinião contraria recordando que o número de bancos tem vindo cada vez mais a diminuir e que os existentes se encontram em pólos opostos da vila o que causa grandes transtornos em caso de necessidade. No entanto são unânimes quando questionados sobre o número de caixas multibanco, referindo que são suficientes e que se encontram espelhadas de forma congruente pela vila.
No que concerne a Postos de Correios, Pedro Reis Vieira não tece comentários, inclusivamente demonstra alguma irritabilidade quando questionado sobre se a existência de um único balcão é suficiente.
Barbara Rego e Daniel Silva não hesitam face a este tema “os correios estão mal localizados, é necessário apanhar dois transportes do sítio onde residem”. Os mesmos mostram igualmente desagrado pela forma como não são atendidos sempre que estabelecem contacto telefónico para tentativa de resolução de alguma situação, o que leva a uma deslocação que seria desnecessária.
Rui Baltazar afirma que embora não utilize com regularidade este serviço, perceciona que no caso dos habitantes sem viatura própria é-lhes particularmente complicado devido à má localização.
– Comércio –
Na vila de S. Pedro da Cova existe apenas um supermercado. No entanto todos os inquiridos são unânimes ao constatar que o mesmo não é suficiente para as necessidades daqueles que o procuram. Referem igualmente que este é o espaço que mais frequentam, uma vez que o leque de oferta é grande e variado. Apontam como desvantagens o facto de ser um espaço fechado e de existirem sempre filas para pagamento. Em termos de desvantagens destacam os preços dos legumes e das frutas serem sempre mais altos que no comercio local.
27 de Setembro, por Paula Rodrigues O Pomar, por Paula Rodrigues
Talho da Covilhã, por Paula Rodrigues Cabeleireiros de São Pedro da Cova, por Paula Rodrigues
Em termos de comercio tradicional são muitas as lojas espalhadas pela vila: frutarias, cabeleiros, centros de estética, lojas de mobiliário, escolas de condução, talhos, gabinetes de contabilidade, postos de abastecimento, agências funerárias, escritório de advogados, padarias e cafés.
Rui Baltazar adverte para o facto de várias mercearias e peixarias terem encerrado portas, devido à concorrência desleal com as grandes superfícies.
O Presidente da União de Freguesias responde que embora a oferta seja fraca, os cidadãos locais podem sempre deslocar-se aos concelhos limítrofes e assim ampliar o seu leque de escolhas.
Barbara Rego é frequentadora assídua do comercio local assim como de feiras, optando por estas em detrimento dos supermercados. Aqui consegue preços mais em conta nomeadamente no vestuário e nas frutas e legumes.
O técnico de maquinaria embora não frequente com regularidade o comercio local, sempre deixa escapar “gosto muito de frequentar feiras sempre que necessito de vestuário, aqui os preços são mais atrativos e não tenho de estar em filas de espera”.
Pastelaria Leovir, por Paula Rodrigues
Pingo Doce, por Paula Rodrigues
Clínica Veterinária Dr. Luís Paiva, por Paula Rodrigues
Rui Baltazar sente-se atraído por ambos os tipos de comercio “gosto de um pela oferta e pelos preços e do outro pela personalização e qualidade”.
Parece ainda relevante destacar que S. Pedro da Cova apesar de ser uma vila conta desde 2006 com um pequeno centro comercial.
Em tempo útil não conseguimos contactar os comerciantes locais devido ao estado de pandemia, uma vez que estes estabelecimentos se encontravam encerrados ou com a sua atividade limitada.
– Cultura –
Em termos culturais a freguesia de S. Pedro da Cova conta com pouca oferta cultural, sendo que todos os inquiridos destacam que os eventos religiosos se sobrepõem aos demais , Daniel Silva justifica este facto apontando que tal razão se deve à antiguidade da vila e à faixa etária predominante na população. O mesmo refere que gostaria de mais atividades desportivas.
Por outro lado, Bárbara Rego realça que apreciaria que existissem workshops de pintura, artesanato, espetáculos de dança, cinema ao ar livre, teatro e atividades de cariz infantil.
Os eventos musicais seriam do agrado de Rui Baltazar que se encontra satisfeito com a oferta cultural existente.
Pedro Vieira afirma que “sem cultura não há futuro” e que as gentes de S. Pedro da Cova são apreciadoras de bons eventos culturais. Nesse sentido têm vindo a ser desenvolvidas medidas por parte da Junta de Freguesia com vista a diversificar o leque de escolhas culturais ao dispor dos Pedroenses.
As festas de âmbito religioso que têm lugar na vila são na sua grande maioria realizadas na cripta da Igreja de S. Pedro da Cova que funciona como salão de espetáculos. As datas alusivas a dias religiosos são as seguintes:
- São Pedro e São Paulo – 29 de junho
- São Vicente e Nossa Sra. das Mercês – 15 de agosto
- Sta. Bárbara – 4 de dezembro
Noutros quadrantes as datas mais relevantes e festivas são:
- Comemoração do 25 de Abril
- Elevação de S. Pedro da Cova a Vila – 30 de junho
- Festival Cultural de S. Pedro da Cova – Gasómetro – no mês de julho
Ao longo do ano são ainda promovidas diversas iniciativas quer por parte da Junta de Freguesia quer pelas mais de meia centena de coletividades que compõem a União de Freguesias: Festivais de Folclore; Encontros de Dança Moderna; Torneios Desportivos;
Festa de Natal para as crianças e idosos; Colónia Balnear para a Terceira Idade; Concurso de Quadras Populares ao São Pedro, Prémio Nacional de Poesia e Freguesias em Movimento.
Do Património cultural da Vila destacamos:
- A Casa da Juventude
Inaugurada a 9 de Maio de 2014 está localizada no antigo edifício do Centro Lúdico Municipal, a Casa da Juventude de S. Pedro da Cova é o mais recente espaço lúdico direcionado para o público infantojuvenil. Localiza-se mesmo ao lado da Igreja Matriz de S. Pedro da Cova.
- Igreja Matriz de S. Pedro da Cova
Inaugurada a 22 de Setembro de 1963 veio substituir a anterior Igreja. Esta obra contou com o empenho e dedicação de toda a população que contribuiu para a sua construção.
Grandes artistas participaram na sua conceção e construção, sendo ainda hoje considerado um monumento de rara beleza a nível nacional.
- Estátua do Mineiro
Inaugurada a 1 de Maio de 2008 é uma homenagem a todos os homens e mulheres, que entre finais do século XVIII e meados do século XX, trabalharam em condições desumanas nas Minas de Carvão de São Pedro da Cova, na extração do seu minério.
- Cavalete Poço de São Vicente
É um dos “ex-libris” da Vila de S. Pedro da Cova classificado como de interesse nacional, simbolizando o período áureo da exploração das Minas de Carvão.
- Museu Mineiro
Edificado entre 1963 e 1964, com estrutura em betão de modo a adaptar-se à forma do terreno que era bastante acidentado.
Era conhecido como “Casa da Malta”, um edifício que foi construído para o alojamento dos mineiros provenientes de outras regiões e lugares distantes de São Pedro da Cova. Hoje em dia este espaço é utilizado como Museu e privilegia o serviço educativo e documental, a organização de exposições temporárias, conferências e formações.
A nível desportivo podemos encontrar as seguintes infraestruturas:
- Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de S. Pedro da Cova
A sua inauguração ocorreu em 2005 e é utilizado para a prática de várias modalidades desportivas tais como: basquetebol, futsal, voleibol entre outras.
- Piscinas Municipais de S. Pedro da Cova
Foram inauguradas em 2007 pelo então Presidente da Câmara Municipal de Gondomar Major Valentim Loureiro. A missão principal das Piscinas é o fomento do desporto e aprendizagem das modalidades de natação e associadas, com a disponibilização de espaços desportivos e a prestação de serviços na área do lazer, do desporto, da educação e da saúde da população em geral, dos alunos, instituições particulares e de outras entidades.
- Clube Desportivo de S. Pedro da Cova
O clube foi fundado em 7 de Abril de 1937. Os seus jogos em casa são disputados no Estádio do Laranjal que conta com um relvado natural e dois campos pelados no seu complexo desportivo, localizado ao lado das piscinas municipais da freguesia.
Com vista à preservação das tradições e costumes foi criado em Maio de 1987 o Grupo Folclórico e Etnográfico de S. Pedro da Cova que conta na sua formação com elementos cujas idades variam entre os 8 e os 80 anos.
Estátua do Mineiro Cavalete Poço de São VIcente Casa da Juventude Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de São Pedro da Cova Piscinas Municipais de São Pedro da Cova Clube Desportivo de São Pedro da COva
– Parques –
No que respeita aos parques, os Pedroenses não contam com nenhuma oferta, visto que têm de se deslocar até Fânzeres para poderem desfrutar dos mesmos.
O Presidente da União de Freguesias destaca que no passado já existiram estes espaços, no entanto os mesmos foram encerrados visto que sofreram várias tentativas de vandalismo. Existem algumas zonas verdes que permitem caminhadas ao ar livre. Pedro Reis Vieira conclui dizendo “a Junta de Freguesia, dentro das suas possibilidades, vai tentar corrigir isto”.
Todos os depoimentos revelam que esta é uma das principais lacunas sentidas na Vila.
– Ambiente Rural vs Citadino –
Quando questionamos Bárbara Rego sobre a sua preferência entre viver no meio rural ou no citadino, a mesma declara “eu gosto muito mais do meio rural, é mais aconchegante, mais calmo enquanto que o meio citadino é muito mais barulhento, quer o ruído venha das pessoas como dos transportes. Ainda que na cidade tenhamos acesso aos hospitais, Super e hipermercados. Apesar de tudo gosto mais do meio rural”.
O Pedroense Daniel Silva, à semelhança de Bárbara Rego não trocaria a calma, o ar puro e a proximidade entre os habitantes do meio rural pela poluição, ruído e azáfama vividas nas cidades.
A opinião de Rui Baltazar vai de encontro com os demais e responde eloquentemente “não trocaria, nunca. Gosto do local onde vivo, pela qualidade, tranquilidade e até mesmo pela segurança da qual dispomos”.
– Próximas Obras –
Segundo o responsável pelos destinos da Freguesia, neste momento estão envolvidos num projeto que muito o orgulha a criação de um “Parque de Lazer” nesta Vila.
Tanto Daniel Silva como Rui Baltazar comungam da mesma visão de que seria bastante premente que se apostasse no melhoramento das acessibilidades respeitantes aos transportes públicos investindo em mais linhas, mais trajetos e numa maior frequência dos mesmos.
Bárbara Silva por seu turno destaca que se sente bastante preocupada dado que neste local não existem creches, referindo que futuramente e caso seja mãe terá de ultrapassar esta dificuldade. A sua outra sugestão seria a construção de um lar de idosos já que o mais próximo se situa na vila vizinha.
PAREDES
Paredes é um concelho da região norte, com raízes no Vale do Sousa e, atualmente, desde 2013, pertencente à área Metropolitana do Porto. Em 2011, último ano em que foi contabilizada a população, residiam quase 87 mil habitantes, pertencentes às várias 18 freguesias; população essa, considerada jovem. A fundação de Paredes como município aconteceu no ano de 1836 e, atualmente, é presidente da câmara o Dr. Alexandre Almeida, pertencente ao Partido Socialista.
O concelho é igualmente reconhecido como líder nacional na indústria do mobiliário, assim como pelas suas paisagens verdes e património edificado, isto é, desde os monumentos, lendas, tradições, artesanato, gastronomia e eventos culturais que, segundo a própria Câmara, merecem uma mais ampla divulgação para visitas mais frequentes e desfruto dos apreciadores de cultura.
Paredes nem sempre foi considerado cidade, só no ano de 1991, mais precisamente no dia 20 de junho, quando ascendeu à categoria de cidade. Após esse feito, três outras vilas do concelho foram igualmente consideradas cidades, sendo elas Lordelo, Rebordosa e Gandra.
Atualmente, apesar de todos os progressos realizados não só pela câmara, como também pelas próprias freguesias, de certo modo não são considerados suficientes para uma fluência ao nível da cultura, do comércio, educação, transportes, bancos e parques.
É neste âmbito que fomos conhecer a cidade de Lordelo, nomeadamente os seus habitantes, e investigar as suas opiniões no que toca ao crescimento e fluidez nos vários níveis, de acordo com as características existentes. Assim como conversamos com os lordelenses, habitantes de Lordelo, conversamos igualmente com o presidente da Junta e o vice-presidente da Câmara, de forma a perceber até que ponto encontramos dificuldades a serem superadas nos próximos anos.
LORDELO
Lordelo, freguesia e cidade pertencente a Paredes, conta com cerca de 9km² de área e com cerca de 10 mil habitantes, contabilizados no ano 2011. A cidade é igualmente conhecida como “São Salvador de Lordelo”, sendo o atual presidente da junta, Fernando Nuno Serra.
Os habitantes de Lordelo contam com um património definido pela “Torre dos Alcoforados”, situado no meio de um terreno agrícola junto ao Rio Ferreira, rio esse também pertencente ao património da cidade. Além disso, Lordelo conta com vários moinhos de água, espalhados ao longo das margens do Rio Ferreira; da mesma forma que conta com a Alameda, jardim que se estende em frente à Igreja Matriz da cidade.
Um dos espaços verdes mais apreciados pelos lordelenses, é precisamente o Parque do Rio Ferreira, um dos pulmões da cidade, situado perto da Junta de Freguesia de Lordelo.
Atualmente, Lordelo conta com vários tipos de acessibilidades, porém, não se encontram suficientemente desenvolvidas para acarretar com as necessidades dos seus habitantes e, por essa razão, procuramos investigar quais os problemas associados à falta condições existentes na cidade aos vários níveis e entender quais as estratégias que estão a ser pensadas para melhorias dos espaços.
Em Lordelo, as questões essenciais ao bem-estar da população prendem-se muito nos transportes públicos, uma vez que a diversidade não é muita e que as dificuldades em ter acesso a determinados locais é muito reduzida. Os lordelenses sentem necessidade de se integrarem em escolas pertencentes a freguesias vizinhas por falta de diversidade de ensino, no que toca às várias áreas no ensino superior, ou nos cursos profissionais. Ainda a par dos problemas existentes nesta freguesia, o problema ambiental estende-se, sendo priorizado para bem da saúde pública, situação que o presidente da junta está, atualmente, a tentar solucionar em conjunto com as entidades responsáveis.
Referente aos bancos em Lordelo, houve uma queda na quantidade, de oito para três, o que descontentou parte da população. Por outro lado, são considerados suficientes para a freguesia, apesar de não estarem bem distribuídos. O comércio tradicional, por sua vez, não se sente ameaçado porque a população prefere, ao nível qualitativo, dirigir-se aos pequenos comerciantes.
Culturalmente, Lordelo procura ser uma freguesia diversificada em todos os níveis que lhe são permitidos, indo de acordo com os orçamentos estipulados e com os interesses dos habitantes residentes na freguesia. Os parques são lugares muito apreciados por parte dos lordelenses, lugares que estimam e que, com todo o problema ambiental existente, se têm queixado, com vista a verem o problema solucionado o mais rapidamente possível.
– Obras Mais Úteis –
O município de Paredes é constituído por várias obras úteis aos habitantes paredenses, isto é, não servem apenas Paredes, como cidade, como também servem todas as freguesias existentes em Paredes enquanto concelho.
Para Francisco Leal, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Paredes, existem várias obras úteis construídas com base nas necessidades dos habitantes paredenses, tais como “A remodelação das escolas e adoção de medidas para aumentar a segurança rodoviária e a mobilidade com a construção de passeios pedonais em todo o concelho”.
Relativamente a Lordelo, enquanto freguesia, as várias obras que foram implementadas e que existem na cidade, são fruto de vários planos que existiram, previamente, com vista a ir de encontro às necessidades dos lordelenses.
Por outro lado, para Fernando Nuno Serra, presidente da junta de freguesia de Lordelo, a opinião é incerta, sendo que o próprio afirma “Não existe propriamente um barómetro que possa medir um grau de utilidade das obras em determinado território. Todas as obras realizadas são resultado de um estudo prévio e de uma necessidade em determinado momento ou conjuntura, portanto, todas as obras são extremamente úteis.”
– Transportes –
Na freguesia de Lordelo, exploramos as acessibilidades ao nível público na área dos transportes, um dos pontos mais importantes para uma fluidez de movimento entre as periferias e os centros urbanos.
São, por isso, necessários para que tanto os habitantes lordelenses se possam movimentar, não só entre concelhos, como também entre distritos.
Atualmente, a única empresa de transportes que serve Lordelo é precisamente a “Auto-Viação Pacense”, transporte esse com horários e carreiras com paragens limitadas.
Segundo a opinião de Deolinda Moreira, habitante lordelense e estudante universitária no Instituto Politécnico do Cávado e Ave, “A rede de transportes públicos é muito reduzida, apenas podemos contar com um transporte público rodoviário, ou seja, autocarros, com horários bastante reduzidos”, constata.
As dificuldades são iminentes não só para Deolinda, como para Eduarda Neves, atualmente empregada como preparadora e com viatura própria para que se possa deslocar até ao seu local de trabalho. A jovem, explica que quando estudava, tinha de contrariar as adversidades.
Os transportes na freguesia de Lordelo não abrangem toda a zona de forma igual e, nos lugares por onde a “Pacense” passa, os horários não são diversificados, nem suficientes.
Tendo em conta a opinião de Eduarda e de Deolinda, entramos em contacto com o presidente da junta de Lordelo, Nuno Serra, que rapidamente se prontificou a explicar a situação em que a freguesia se encontra.
O presidente da junta, Fernando Nuno Serra, declara que “Hoje, é impossível viver numa sociedade dominada pela globalização e ter uma rede de transportes como a que temos na freguesia, que está ao nível de qualquer realidade do «Terceiro Mundo»”. É com base nesta afirmação e com consciência posta na atualidade, e num futuro promissor, que Serra dá a entender que outros problemas se sobrepõem e que colocam em causa a saúde dos lordelenses.
Confirmamos que o Rio Ferreira está em más condições, problema que provém da câmara municipal de Paços de Ferreira, cuja Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), presente na freguesia de Arreigada, está a prejudicar a fauna e a flora do rio, promovendo um esgoto a céu aberto.
O Rio Ferreira atravessa o centro de Lordelo, fazendo parte dos parques pertencentes à freguesia, onde a população circula, não só para lazer, como para merendar. O problema do rio tem vindo a causar adversidades na saúde dos lordelenses, não só àqueles que passeiam perto dele, como também aqueles que perto dele vivem.
Apesar disso, Nuno Serra assegura que a situação está “praticamente resolvida”, porém, os transportes disponibilizados à população parece-lhe “[uma situação] ainda longe de estar resolvida”, sendo que tem concentrado os seus esforços e energias primordialmente no problema ambiental.
A par da situação dos transportes e do ambiente na freguesia de Lordelo, está Francisco Leal, vice-presidente da Câmara de Paredes, que constata “Atualmente a rede de transportes é deficitária e urge aumentar e diversificar os transportes”, reafirma.
É, por isso, essencial que os membros autárquicos e os habitantes lordelenses tenham uma opinião uniforme no que toca aos problemas existentes, sendo o primeiro passo para a resolução dos mesmos.
– Educação –
Ao nível educacional, Lordelo foi lugar onde existiram várias escolas primárias, porém, nos dias que correm, existem dois centros escolares preparados para receberem alunos desde o pré-escolar (infantário) até ao quarto ano de escolaridade. Compreendem várias salas de aulas e os espaços envoltos são capazes de dar o espaço necessário às crianças para o seu desenvolvimento físico e pedagógico.
Ao mesmo tempo, situa-se na freguesia a Escola Básica e Secundária de Lordelo, que aglomera centenas de alunos, desde o quinto ano de escolaridade até ao décimo segundo, quer ao nível do curso de Línguas e Humanidades, quer o curso de Ciências e Tecnologias; cursos esses que dão permissão à entrada no ensino superior.
Escola Básica e Secundária de Lordelo | Fonte: Câmara Municipal de Paredes
Além do ensino básico e secundário, a escola também oferece cursos aqueles que optam por não seguir o ensino regular e permitem o ingressar em opções como o ensino profissional, direcionado a áreas mais práticas e igualmente procuradas pelos alunos.
Na opinião de Deolinda Moreira, a visão que existe em Lordelo não abrange todo o tipo de cursos e opções para que os alunos possam escolher livremente e, isso obrigou-a a procurar as suas escolhas fora do concelho. Através do seu testemunho, Deolinda fala um pouco sobre como é visto o ensino profissional na freguesia e que mentalidade deve mudar.
Para melhor compreensão da escolarização na freguesia, conversamos com Rui Pimenta, professor e membro da direção da Escola Básica e Secundária de Lordelo, que aufere “As opções de oferta formativa existente na freguesia de Lordelo (Paredes), resultam, por um lado, da existência de um número de alunos necessário à abertura de turma e, por outro, ao cumprimento de critérios concertados no quadro das Comunidades Intermunicipais (CIM).”
O professor refere ainda que “O encaminhamento de alunos para outros estabelecimentos de ensino, ou de outros para o agrupamento de escolas de Lordelo (Paredes), deve ler-se: primeiro, como uma possibilidade do sistema educativo para dar resposta às preferências dos alunos e, segundo, quando se verifica, como uma situação em que aos estabelecimentos de ensino não foi possível reunir os critérios necessários ao funcionamento de turma.”
A opinião dos alunos vai, parcialmente, ao encontro da do professor Rui Pimenta, sendo que, Ana Ribeiro, ex aluna da escola, exemplifica o caso da sua mudança.
Através do ângulo de visão de Inês Rodrigues, professora de História dos alunos que envergam, no secundário, o curso de Línguas e Humanidades, percebemos que a própria considera o ensino é suficientemente alargado a todas as áreas.
Apesar disso, Rodrigues sabe que existem alunos que procuram outro tipo de curso, porém, considera o número residual e incapaz de criar uma nova turma.
Já para Nuno Serra, existe o sonho de aspirar a que cidade de Lordelo seja portadora da obtenção de todas as respostas académicas dentro da freguesia, elaborando “Quem não gostaria de ter ensino superior na sua terra? Ou quem não gostaria de ofertas em todas as áreas profissionais?” porém, afirma que o importante seria apostar na área da mobilidade, para que “Facilitem o acesso a outras ofertas educativas”, ofertas essas que não marcam presença na realidade da freguesia.
Obras na Escola Básica e Secundária de Lordelo | Fonte: Câmara Municipal de Paredes
De forma a complementar o presidente da junta, o Vice-Presidente da Câmara do concelho denota que “Era importante que todas as crianças pudessem frequentar a creche e o pré-escolar, o que ainda não acontece.”, acrescentando ainda que “As obras que a escola está a sofrer são importantes para cumprir este desiderato de dar aos nossos alunos as melhores condições físicas e humanas”, confere.
– Serviço de Saúde –
O serviço de saúde disponível para os habitantes lordelenses passa, não só pelo centro de saúde, como também pelos Hospitais mais próximos, isto é, o Hospital de São João, no Porto e o Hospital Padre Américo (Tâmega e Sousa), em Penafiel.
Ermelinda Coelho é enfermeira especialista na unidade de Saúde Familiar e considera que “A unidade de saúde na qual exerço funções, prima-se pela excelência nos cuidados de saúde à população abrangida. O SNS é universal, tendencialmente gratuito e tem demonstrado estar à altura das necessidades da população”.
Porém, na opinião de Deolinda Moreira, existem ainda lacunas que devem ser tidas em conta. A própria, faz questão de emoldurar as condições e oferecer exemplos de pacientes que fazem parte da sua família.
“Maioritariamente os pacientes têm necessidades de se deslocarem a outros locais. Por exemplo, a minha avó sofre de Parkinson e necessita de ser seguida por especialidade. E a solução que encontramos é ir a Penafiel, à Arrifana, porque em Lordelo não tínhamos como ajudar a minha avó nesta situação.”
Os casos de emergência são variáveis existentes no que toca ao serviço de saúde presente na cidade de Lordelo, por um lado, Ermelinda refere que “Em caso de emergência, o hospital de referência para os utentes da Unidade de Saúde de Lordelo é o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (CSHT)”, acrescenta que o tempo de deslocação até ao estabelecimento prende-se em “sensivelmente 20 minutos”, sendo que fica a cerca de 14km da freguesia.
Deolinda, enquanto utente, refere que já ocorreram várias situações com a sua família que a deixaram reticente quanto ao serviço de saúde oferecido.
A própria utente, fortalece ainda, a opinião de que o posto médico está apenas preparado para consultas de rotina, acrescentando “Não temos um serviço de saúde mínimo e exemplar para situações que nos acontecem no dia a dia”, completa.
Por outro lado, o presidente da junta é o próprio a pronunciar-se sobre o centro de saúde da freguesia na medida em que “sofreu uma remodelação administrativa que resultou num serviço melhor para os utentes”, porém, considera de igual forma, que para que o lugar possa capitalizar melhor o trabalho que realiza, deverá resolver o problema das “listas de espera”.
Não esquecendo que existem sempre farmácias que apoiam os utentes com necessidades de menor urgência e clínicas que trabalham em conjunto com o centro de saúde com diagnóstico de análises.
Farmácia Nogueira, em Lordelo – por Diana Ferreira Policlínica de Análises de Lordelo, por Diana Ferreira
Em caso de emergência, Nuno Serra defende que existem hospitais devidamente preparados para receber os pacientes provenientes de Lordelo, tais como o Hospital Padre Américo e o Hospital de São João, ambos distantes, porém, são os estabelecimentos mais próximos existentes. Segundo o presidente da junta “O Hospital Padre Américo, que é o Centro Hospitalar que nos serve, considero estar geograficamente distante para poder ter a utilidade que se pretende, e nesse sentido poderia ser mais adequado o Hospital de São João que, com a A42 nos coloca mais próximo do que Penafiel”, afirma.
Por outro lado, algo que Nuno Serra aspira igualmente, acreditar que a “Unidade de Saúde Familiar, poderia oferecer um serviço mais parecido com um Hospital (uma espécie de mini-Hospital) estando aberto 24 horas por dia”, acreditando que, desta forma, Lordelo seria mais autónomo e a necessidade dos lordelenses se dirigirem ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (Hospital Padre Américo), reduziria. De uma forme idêntica, facilitaria a resposta em caso de emergência, sendo que, após triagem, o paciente poderia seguir diretamente para o Centro de Saúde, lugar que o acompanharia.
Ao mesmo tempo, o vice-presidente de Paredes, relata que o papel dos Bombeiros Voluntários de Lordelo, é igualmente relevante, uma vez que a freguesia “dispõe de um Posto de Emergência Médica”, isto é, o INEM.
– Bancos e Correios –
Segundo o vice-presidente da Câmara, Francisco Leal refere que “Em Lordelo, já existiram mais agências bancárias que acabaram por fechar. As existentes parecem ser suficientes, até porque as operações bancárias são quase todas feitas pela internet”, reparando-se que em Lordelo já existiram mais agências bancárias em número superior ao correspondente às necessidades dos habitantes lordelenses. Por essa e por outras questões associadas, acabaram por fechar.
Novo Banco em Lordelo, por Diana Ferreira Santander em Lordelo, por Diana Ferreira
A par de Francisco Leal, Nuno Serra expõe que é, de facto, uma questão que muitos dos habitantes da freguesia colocam, relatando “É uma pergunta que me fazem imensas vezes, tentando perceber porque encerraram quatro bancos nos últimos anos em Lordelo. A resposta é dada pela principal lei do mercado: a oferta e a procura.”, conclui.
Nuno Serra é consciente de que, se houvesse necessidade de abrir uma nova agência bancária na freguesia, pretendentes não iriam faltar.
Na opinião de Deolinda Moreira, habitante lordelense portadora de necessidade de deslocação ao banco, a própria refere que se sente suficientemente servida e compreende a razão pela qual várias agências bancárias fecharam na freguesia. Apesar disso, pensa que existe ainda alguns clientes insatisfeitos pelo fecho de determinadas agências fecharem.
Por outro lado, Ana Ribeiro refere que para certas ações é necessário dirigir-se a outras freguesias, uma vez que o número de bancos se tornou reduzido e nem todas as funcionalidades ao dispor.
Relativamente ao serviço dos correios, e segundo as opiniões dos testemunhos, a população parece estar satisfeita, nomeadamente no que toca à população de idade mais avançada, cuja opção de levantamento de reforma é dirigir-se aos correios. A opinião de Eduarda é um dos testemunhos.
Consoante as palavras do funcionário bancário, residente em Lordelo e atualmente empregado na freguesia vizinha, José Vinha expõe que “Os Correios em Lordelo, têm uma oferta muito diversificada e abrangente, no que diz respeito ao seu core business. Relativamente aos serviços financeiros que oferecem a população, resumem-se a pagar os vales postais e comercialização de produtos de aforro.” e acrescenta que “Se optassem por abrir uma agência do Banco CTT, inequivocamente que para a população seria uma mais valia, na oferta de serviços e produtos bancários a particulares.”, conclui.
Por outro lado, todos os bancos existentes e os correios (CTT), sendo que existe apenas uma estação de CTT, estão todos localizados no centro da cidade de Lordelo, forçando os habitantes de toda a freguesia, a dirigirem-se ao centro da cidade.
Comentamos ainda o fator de proximidade e disponibilidade de serviços com o ex-funcionário bancário em Lordelo, atualmente bancário na freguesia vizinha, José Vinha, o qual se disponibilizou para refletir sobre a situação presente em Lordelo, relativa à distribuição dos bancos e às suas funcionalidades, “Uma localidade como Lordelo, que em 2015 tinha oito agências bancárias, de outras tantas Instituições e que atualmente tem três agências, viu a oferta de serviços reduzida nomeadamente aos presenciais.”
Além disso, acrescenta que “Este fator, afetou particulares e empresas, assim como a população idosa, maioritariamente com menos apetências para as novas tecnologias, com uma taxa reduzida de utilização de cartão multibanco, privilegiando o uso dos cheques para levantamentos em numerário.”
O funcionário leva em conta, de igual forma, a distância entre os habitantes e os próprios bancos, sendo prontamente prejudicial para aqueles que não vivem no centro da cidade, “Nestes casos regista-se uma inequívoca diminuição de oferta, ficaram restringidos aos atuais três Bancos, submetendo-se aos preçários e serviços praticados, além de um possível aumento dos custos provocado por eventuais deslocações a agências de outras Instituições de crédito fora de Lordelo. Acresce ainda algumas dificuldades de mobilidade, provocadas por problemas físicos.”, conclui.
– Comércio –
Em Lordelo, o setor comercial é diversificado, uma vez que a freguesia é possuidora de supermercados, hipermercados e feiras locais. O comércio local sempre existiu e, em prol disso, vários habitantes optam por produtos mais frescos, colaborando com os pequenos vendedores.
Por outro lado, existem igualmente habitantes que são detentores de necessidades por produto mais diversificados e, por essa razão, optam por visitar os hipermercados. Mas quais as vantagens e desvantagens de cada opção?
Conversamos com Emanuel Cunha Marques, dono e colaborador no café e pastelaria “Na Calçada”, em Lordelo. Na opinião do comerciante “Os hipermercados tornam-se atrativos pela diversidade de produtos, e por isso o comércio tradicional perde clientes, ainda assim, o cliente mais atento procura e é fiel à qualidade.”, constata.
A par da opinião de Emanuel, surge Elisabete Rocha, comerciante local e dona do minimercado “Laura” que reflete o que, para si, o comércio tradicional possui de diferente “Existe uma maior qualidade, maior proximidade com o cliente e mais facilidade na encomenda de um produto específico.”, justifica.
Ambos entram em acordo no que toca à importância que o comércio local tem na freguesia, ao que Emanuel acrescenta “A proximidade com o cliente, permite estabelecer laços de proximidade e confiança, felizmente há quem reconheça as qualidades e distinções nos produtos e se mantenha fiel ao comércio local.”
Elisabete considera que o comércio local foi afetado pelos grandes centros comerciais, isto é, de acordo com as suas palavras, “os hipermercados e os shoppings”, lugares capazes de atrair os habitantes pela disposição de produtos que, num minimercado, não existem.
Já Emanuel Marques afirma que os hipermercados não foram ponto de distração para abertura do seu local comercial, afirmando “O nosso negócio não é de todo afetado pela presença próxima de hipermercados, tendo nós um produto e conceito distinto. O nosso produto não se vende em supermercados, nesse sentido e indo de encontro ao fato «confiança», continuamos a atrair os nossos clientes pelos produtos e ambiente distintos.”
Na opinião do comerciante os habitantes lordelenses visitam os dois tipos de comércio, isto é, são clientes quer dos grandes centros comerciais, como é o caso dos hipermercados e dos shoppings: porém, também são clientes do comércio local, pelo fator qualidade e proximidade.
Na mesma linha de pensamento, Emanuel acrescenta que “Na atualidade, a população de Lordelo em geral usa a cidade enquanto dormitório, fazendo a sua vida social fora. Ainda assim e como em todas as exceções, há uma tomada de consciência de que também se faz bem por cá, e as mentalidades evoluem. Haverá sempre dois fatores importantes e distintos, preço e qualidade.”, ressalva.
Além da distinção entre comércio tradicional e os as grandes áreas comerciais, Deolinda Moreira chama a atenção para importância das feiras.
Por outro lado, na opinião de Ana Ribeiro, a opção pelos supermercados centra-se na variedade de produtos existentes e disponíveis para compra.
Nuno Serra assegura que os hipermercados são “parte do comércio local, estão interligados na nossa comunidade e no nosso mercado de consumo, e tem tipo um papel importante no desenvolvimento da freguesia.”, confere. Por outro lado, acrescenta que o pequeno comércio tem ganho um novo “fôlego”, de acordo com a sua opinião, “pelas suas características de proximidade e de tratamento personalizado.”
Por fim, reflete ainda sobre os pequenos comerciantes, defendendo que “não se devem sentir derrotados e procurem aquilo que os podem diferenciar das grandes superfícies. Será um desafio estimulante.”
Através do ponto de vista de Francisco Leal, a ideia sintetiza-se a mesma, “O comércio local tem de conviver com a realidade da existência de grandes superfícies comerciais.”, opinando ainda sobre a importância do comércio tradicional nos tempos complexos em que vivemos “A realidade da pandemia [Covid-19], veio trazer uma nova vida para a sociedade, permitindo uma maior proximidade e qualidade de produtos e atendimentos personalizado.”, conclui.
– Cultura –
Em termos culturais, a freguesia de Lordelo possui várias iniciativas no âmbito da promoção, não só literária, como também artística, tal como teatro e música. O presidente da junta, é o primeiro a esclarecer todo o tipo de iniciativas existentes na freguesia, divulgando “Há mais de 20 anos que fui convidado para, juntamente com outros Lordenses, dinamizar aquilo que nós chamamos inicialmente de “Semana Cultural” que depois passou por um processo de reorganização e passou a chamar-se “Jornadas Culturais”.
As Jornadas Culturais são vários eventos organizados e dinamizados pela junta de freguesia com vista a compreender todos os habitantes lordelenses na participação das mesmas. Em 2013 foram realizadas atividades físicas com a colaboração do ginásio local.
Em acréscimo a esta iniciativa, Serra refere que “reforçamos esse esforço de cultura e criamos uma agenda mensal com oferta cultural, desde apresentações de livros, feiras, visitas culturais, espetáculos musicais, de dança, festas e festivais, entre outros…”, isto é, com o apoio da grupo administrativo organizador das festas de Lordelo, a freguesia tem-se cada vez mais merecedora de artistas conhecidos, não só musicais, como ao nível do teatro, da escrita e do desenho e escultura no seu geral.
O vice-presidente da câmara, acrescenta ainda, a importância da “Fundação ALORD”, lugar que vê crescer teatro e artistas de música amadores, exposições culturais e escritores conceituados. O próprio, refere que Lordelo “desenvolve diversas atividades culturais quer seja na sua Biblioteca, no seu auditório [Fundação ALORD] ou na sua escola musical e de dança, abrangendo todos os escalões etários.”, conclui.
A cidade, além de contemplar a diversidade e promover a atividade artística, é também reconhecida tradicionalmente por outras associações que desenvolvem atividades para a cidade, segundo Leal, “destaca-se o grupo cultural e recreativo «Os Expansivos» com as suas danças e cantares, grupo de cavaquinhos e teatro.”
É a partir das enunciações de ambos os presidentes que contactamos Ana Ferreira, membro da Fundação “ALORD”, que procurou ir mais além, realçando o valor que a cultura tem para a freguesia “O turismo tem vindo a ganhar um espaço crescente e com esperança do desenvolvimento da nossa terra, com fim de resolver a crise generalizada que afeta a maioria das áreas rurais, nomeadamente, as menos favorecidas.”
Em relação à cultura, Ana procurou ainda informar que “Apesar destes eventos estarem normalmente associados, numa primeira fase, a motivações culturais, artísticas ou educativas, importa conhecer as implicações que a nível turístico tem a sua celebração”, refere.
Ana Ribeiro, opina sobre a situação atual da cidade enquanto jovem e participante nas iniciativas organizadas não só pela freguesia de Lordelo, como nas freguesias vizinhas.
É igualmente importante referir que, na opinião de Ana Ferreira, a cultura deveria ser ainda mais diversificada no que toca às faixas etárias para as quais é produzida, isto é, através das suas palavras, “embora cada localidade se adapte ao seu público alvo, dever-se-ia fazer atividades para todas as idades, para chamar as pessoas a participarem e até conhecerem novas tradições e diversificar atividades pois, em Lordelo, existem atividades que já fazem parte do «calendário» há muitos anos e isso torna-se repetitivo.”
- Outras iniciativas presentes na freguesia
Por fim, existem igualmente outras iniciativas a ter conta, são elas o Aliados Futebol Clube de Lordelo, as Piscinas da Freguesia de Lordelo, o Lar de Idosos e creche “ADIL” (Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo) e ainda várias associações, as quais segundo Ana Ferreira, existem e têm funções “desde iniciativas de cariz social, para apoiar as famílias carenciadas, angariação de fundos para instituições sem fins lucrativos e para recolha de apoios monetários ou para aquisição de artigos ortopédicos para famílias com dificuldades.”, finaliza.
Academia de Formação – Aliados Futebol Clube de Lordelo, por Diana Ferreira Piscinas de Lordelo, por Diana Ferreira
“ADIL”, por Diana Ferreira“ADIL”, por Diana Ferreira
– Parques –
O ambiente verde presente em Lordelo é a característica predominante na freguesia, resultado disso, são os diversos parques à disposição dos habitantes da cidade. Protegê-los é prioridade e, em favor disso e como referido anteriormente, Nuno Serra combate os despejos realizados pela ETAR de Arreigada, através de todos os meios que estão ao seu alcance.
Entre os habitantes que testemunharam, opinando sobre os vários aspetos da cidade, ao longo da presente reportagem, Ana Ribeiro demonstra-se impaciente quanto à situação atual.
Ao mesmo tempo, Cristiana Rocha classifica a situação do rio como “desagradável” e demonstra, tal como Ana, a sua preocupação em relação à situação.
O parque do Rio Ferreira, o parque mais frequentado em Lordelo, é lugar não só para passeio, como para atividades, realização de merendas e onde decorre, anualmente, o corta mato escolar.
É, por isso, um parque muito apreciado pelos lordelenses e, no estado em que se encontra, passou a ser menos frequentado, especialmente em momentos de efetuação de descargas.
A freguesia tem conhecimento do caso, todos estão revoltados, incluindo o próprio presidente da junta, Nuno Serra, o qual inclusive se apresentou na Assembleia da República com uma amostra de água do Rio Ferreira, utilizada pelo deputado António Cunha, como exemplo do seu discurso, ao questionar o Ministro do Ambiente e da Ação Climática relativamente ao problema ambiental existente.
O presidente da junta defende os lordelenses, declarando que “Os espaços verdes, na minha perspetiva, nunca são demais. Pese embora, que se deve procurar um equilíbrio entre equipamentos e espaços públicos e o custo da sua manutenção, sob pena de darmos «um passo maior que a perna»”
Lordelo, por Diana Ferreira
A par da opinião de Nuno Serra, o vice-presidente da Câmara constata que “Os parques nunca são demais, mas penso que em Lordelo, existem vários parques e espaços verdes que vão correspondendo às necessidades da população, destacando-se o parque do Rio Ferreira.”
– Ambiente Rural vs Ambiente Citadino –
Para compreensão do ponto de vivência dos habitantes de Lordelo e tendo em conta todos os aspetos anteriormente referidos, quisemos entender se, porventura, se tivessem oportunidade de se mudarem para a cidade, se o fariam…
As repostas foram diversas, porém, a conclusão, foi unânime. A opção pela sua cidade e pelo ambiente rural com o qual convivem no dia a dia foi a escolhida, tendo em conta o silêncio, a pacatez e inexistência de confusão.
Ana Ribeiro
Cristiana Rocha
Eduarda Neves
Deolinda Moreira
– Próximas obras a serem construídas –
É de acordo com todos os momentos em que conversamos a respeito das necessidades dos habitantes de Lordelo, que conversamos com Fernando Nuno Serra, presidente da junta de Lordelo e Francisco Leal, vice-presidente da Câmara de Paredes sobre os próximos projetos a serem realizados não só na freguesia, como no concelho.
Nuno Serra, responde à questão com as diversas obras pensadas ao longo dos tempos e que terão utilidade para os demais habitantes da freguesia.
“Temos imensos projetos para a freguesia, mas será fundamental levarmos à prática aqueles com que nos comprometemos com a população quando nos propusemos a eleições. Desde logo a concretização de um sonho antigo e de uma ambição dos Lordelenses, é a requalificação do Mercado de Lordelo; A Construção de um complexo de piscinas descobertas, a requalificação do Jardim Central em frente à Junta de Freguesia, a criação de uma praia fluvial (logo que o rio fique despoluído) a criação da Casa da Juventude/Cultura; a construção de um parque de lazer e convívio na antiga Escola de Parteira.”
Por outro lado, ao nível da freguesia e do concelho, Francisco Leal considera que serão necessárias, efetivamente, a construção de várias obras.
“Estão projectadas várias obras para todas as freguesias do concelho, destacando-se as obras de remodelação das Escolas Básicas e secundárias de Lordelo e Rebordosa, já em curso, a recuperação do Pavilhão Municipal de Paredes e a Piscina ao ar livre no parque da cidade de Paredes, parques de lazer de Louredo e Cete.”
AVEIRO
Aveiro é uma cidade portuguesa com cerca de 55 mil habitantes. É sede de um município com 78 450 habitantes e 197,58 km² de área, subdividido em 10 freguesias. É um importante centro urbano, portuário, ferroviário, universitário e turístico. O presidente da Câmara Municipal é José Ribau Esteves.
É também capital do distrito de Aveiro. O distrito de Aveiro tem 714 200 habitantes (2011) e uma área de 2798,54 km². Tem 19 municípios, com um total de 147 freguesias. É o 14º maior distrito de Portugal.
A presença humana em Aveiro remonta, pelo menos, à Pré-História recente. O seu grande desenvolvimento surgiu em período histórico. Aveiro teve na produção do sal e no comércio naval as suas mais valias.
Em 1759, D. José I elevou Aveiro a cidade. É um município territorialmente descontínuo, visto que compreende algumas ilhas fluviais na Ria de Aveiro e uma porção da península costeira (freguesia de São Jacinto) com quase 25 km de extensão que fecha a ria a ocidente. O município tem limites terrestres e aquáticos através da Ria com Ílhavo e Murtosa.
A cidade de Aveiro foi distinguida com a Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a 29 de março de 1919, e como Membro-Honorário da Ordem da Liberdade, a 23 de março de 1998.
SANTA MARIA DA FEIRA
Santa Maria da Feira é uma cidade portuguesa com aproximadamente 12 511 habitantes. É sede do município com 213,45 km² de área e 139 312 habitantes (2011). Está subdividida desde 2012/2013, altura da reorganização administrativa, em 21 freguesias. Além da sede, incluí também 12 cidades. O atual Presidente da Câmara é Emídio Sousa.
As origens da cidade da Feira são remotas e deve-se, provavelmente, à formação de uma povoação perto do Castelo. O topónimo “feira” aparece pela primeira vez, num diploma de 1117, assinado por D. Teresa.
Foi sempre conhecida por Vila da Feira até à sua elevação a Cidade a 14 de agosto de 1985.
A bandeira da cidade é o seu principal símbolo, é branca e vermelha, com cordões e borlas de prata e vermelho.
O brasão é um escudo azul com um castelo de prata lavrado de negro, aberto e iluminado de vermelho, quadrado, em perspetiva, com os ângulos exteriores formados por quatro torrões cobertos de cinco cones, sendo o maior o do centro. O centro do castelo é encimado por nuvens de prata, realçadas de azul, que sustêm uma imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo, vestida de vermelho, com um manto de azul e resplendor de ouro. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel branco com a legenda de negro: “SANTA MARIA DA FEIRA”.
Na freguesia de Espargo, localiza-se o maior e mais moderno centro de congressos do país, o Europarque, e um centro de ciência, o Visionarium, ambos pertencentes à Associação Empresarial de Portugal.
O feriado Municipal é no dia 20 de janeiro, sendo conhecido como o dia das Fogaças.
LOUROSA
Lourosa é uma cidade e freguesia do concelho de Santa Maria da Feira, com 6,41 km² de área e 8 636 habitantes (2011) sendo a terceira cidade mais populosa do concelho. O atual presidente da Junta de Freguesia é o Dr. Armando Teixeira.
A fundação de Lourosa tem origens muito distantes, vão para além da formação da nacionalidade, um período anterior à organização do país. No entanto, a formação da cidade como hoje é conhecida, apenas ocorreu em 1128, após a Batalha de São Mamede.
Lourosa outrora uma aldeia rural, foi sofrendo ao longo dos anos grandes transformações, assim sendo, foi denominada Vila no dia 25 de setembro de 1985. A 19 de abril de 2001 passou a Cidade, um motivo de grande orgulho para os Lourosenses (habitantes de Lourosa).
Lourosa é conhecida como a cidade dos três C’s: Cidade Capital da Cortiça, sendo a indústria da cortiça a mais preponderante na região.
O brasão da Freguesia foi criado no pós 25 de abril de 1974, a pedido do então presidente da junta Dr. Manuel Coelho. É constituído por três elementos: louro, rosa e uma citação em latim.
O nome Lourosa surgiu da união de louro (árvore que abundava neste lugar) e rosa (nome de uma linda rapariga da terra).
Lourosa ficou conhecida por todo o país devido a um episódio que remonta a 1964, que ficou conhecido como O Cerco a Lourosa. O episódio sucedeu-se no dia 14 de outubro, quando ainda era uma aldeia. A Igreja decidiu transferir o padre Damião, o que provocou o descontentamento da população que fez vigias vários dias à porta da Igreja.
Perante tamanha contestação do povo, em pleno Estado Novo, Salazar enviou jipes com centenas de militares da GNR armados que cercaram a aldeia matando duas jovens e ferindo mais de 20 pessoas.
Em Lourosa, a rede de transportes coletivos está debilitada e necessita de ser melhorada, no que diz respeito aos horários e às carreiras. Ao nível da educação, existe uma grande lacuna, pois não há ensino secundário, sendo que, para completar a escolaridade obrigatória, os alunos têm de se deslocar para escola vizinhas.
O serviço de saúde tem vindo a melhorar ao longo dos anos, pelo que a população está satisfeita com a Unidade de Saúde Familiar existente. Por outro lado, os lourosenses afirmam que os serviços dos CTT têm vindo a piorar desde a sua privatização.
O comércio tradicional convive com as grandes superfícies e as pessoas escolhem o local de compra dependendo dos produtos que querem adquirir. Culturalmente, a freguesia de Lourosa é pobre, pois todos os grandes eventos têm lugar na sede do concelho, Santa Maria da Feira
– Obras mais úteis –
Emídio Sousa foi vereador durante oito anos, antes de tomar posse como Presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, no final de 2013.
Ainda como vereador deu início ao projeto de saneamento básico e abastecimento de água, com a construção de quatro Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).
Durante o seu mandato tem feito várias obras, tais como, construção de escolas, de pavilhões, de lares de terceira idade, apoios aos centros sociais e pavimentações. Mas a obra de que mais se orgulha tem a ver com o desenvolvimento económico da região.
– Transportes –
Na freguesia de Lourosa existe apenas uma empresa de transportes, a Autoviação Feirense, que serve a população de quase todo o concelho, embora os horários e as carreiras sejam limitadas.
Filipe Silva, estudante universitário no Porto, refere: “tenho transportes públicos que me levam praticamente ao local desejado, mas seria bom haver maior concorrência na minha zona, ou seja, maior oferta. E até mais tipos de transportes, por exemplo, o ferroviário”. Relativamente aos horários, salienta que aqueles que estão indicados nas redes sociais nem sempre correspondem aos que de facto existem.
Ana Maria Pereira, educadora de infância, não tem muita necessidade de utilizar os transportes públicos, pois vai a pé até ao seu local de trabalho, no entanto, deixa algumas críticas à rede viária de transportes.
O Presidente da Câmara de Santa Maria da Feira considera que a rede de transportes coletivos não abrange todo o concelho, “estamos debilitados”. Espera que o problema seja minimizado, logo que esteja concretizado (pode demorar mais de um ano) o projeto que está em concurso público internacional, no seio da área metropolitana do Porto.
Mas neste momento, “estou muito preocupado, não temos uma rede de transportes adequada às nossas necessidades”.
– Educação –
Em Lourosa, existem algumas escolas primárias, mas apenas uma escola de ensino básico, sendo que para concluir a escolaridade obrigatória, os alunos têm de se deslocar para outras freguesias do concelho (Fiães e Santa Maria da Feira), ou até para fora do concelho.
Quanto ao ensino, Ana Maria Pereira considera que “estamos bem resolvidos até ao 9º ano”. O ensino é bom, mas existe uma lacuna que nunca foi preenchida.
Uma das bandeiras de Emídio Sousa é a aposta contínua na educação, que considera excelente até ao 9º ano, embora reconheça que até ao 12º ainda há muito a fazer.
– Serviço de Saúde –
Atualmente, os lourosenses têm à sua disposição uma Unidade de Saúde Familiar (USF). O hospital mais próximo é na sede do concelho, o Hospital São Sebastião.
Existem duas farmácias que estão de serviço permanente de forma alternada, de modo a garantir o funcionamento durante 24 horas por dia. Há, também, algumas clínicas privadas, laboratórios de análises e centros de exames clínicos.
Lourosa é, ainda, servida por uma Corporação de Bombeiros, Bombeiros Voluntários de Lourosa (B.V.L).
Filipe Silva não tem necessitado de grandes cuidados médicos, contudo sente-se satisfeito por ter um hospital muito próximo e uma USF que tem vindo a melhorar o seu serviço.
Segundo Ana Maria Pereira, desde que o Posto Médico deu lugar à USF, isso favoreceu “tremendamente” a população de Lourosa. Destaca ainda o papel importante que os B.V.L desempenham, bem como a proximidade ao Hospital São Sebastião, que considera de “excelência”.
A sua preocupação tem a ver com a necessidade de consultas da especialidade: “aí sim, demora muito tempo e, por vezes, recorre-se ao privado porque é mais célere”.
No concelho de Santa Maria da Feira existem 14 USF e nove postos médicos. “Todos têm médico e enfermeiro de família. Acho que somos o único município do país que tem esta resposta aos cuidados de saúde primários”, enaltece o autarca feirense.
Emídio Sousa destaca ainda a qualidade dos profissionais e das instalações hospitalares de Santa Maria da Feira, referindo, ainda, que as populações concelhias têm também ao seu dispor os principais hospitais do Porto e de Gaia, que são excelentes nas especialidades.
– Bancos e Correios –
A cidade de Lourosa tem uma estação de CTT e vários bancos à disposição. Existe uma vasta rede de caixas multibanco distribuídas por grandes superfícies e em alguns prédios.
Segundo Filipe, os CTT não correspondem às necessidades da população, faltando “maior rapidez de distribuição, que talvez se deva ao facto de terem poucos profissionais ou devido ao horário de funcionamento ser reduzido”.
A educadora de infância salienta a facilidade de acesso a caixas multibanco, “espalhadas por toda a freguesia. Quanto a bancos também estamos bem servidos”.
Relativamente aos CTT, considera que a sua privatização piorou bastante a qualidade do serviço.
Para Emídio Sousa, a quantidade de agências, balcões e caixas multibanco é suficiente, embora acredite que com a digitalização dos serviços e com o passar do tempo vai haver cada vez mais bancos a encerrar.
– Comércio –
No Largo da Feira dos Dez, em Lourosa, decorre semanalmente (aos sábados de manhã) um mercado, onde se encontra de tudo um pouco, desde produtos alimentares frescos e biológicos, outros produtos alimentares, produtos de higiene e limpeza e até calçado e roupa.
Além disso, existem duas lojas do Pingo Doce e uma do Lidl, mercearias e frutarias, cafés, restaurantes, bares, lojas de roupa, lojas de utilidades.
O comércio tradicional convive com as grandes superfícies, havendo pessoas que fazem compras em ambos e outras que preferem um ou outro.
Sandra Soares, contabilista, habitante de Lourosa, não tem preferência, “pois encontramos uma grande variedade e produtos nas grandes superfícies, mas nos pequenos comércios encontramos os melhores preços. Por mais que as pessoas pensem que é nas grandes superfícies que se compra tudo mais barato… não é verdade”.
“Estamos servidos, muito bem servidos”, é o que acha Ana Maria Pereira relativamente ao comércio. Contudo, na sua opinião, muito do pequeno comércio foi extinto devido à existência de grandes superfícies, facto que lamenta. “Prefiro o comércio tradicional, mas se tenho que me deslocar a uma grande superfície, acabo por fazer lá as compras todas”.
Quando questionado em relação ao comércio concelhio e ao facto de o comércio local poder ser prejudicado pelas grandes superfícies, Emídio Sousa refere: “depende do conceito que tenhamos de comércio local”. Acredita que a oferta só beneficia o consumidor e que há negócios de pequeno comércio que nunca irão ser substituídos pelos hipermercados.
– Cultura –
Na freguesia de Lourosa, a nível cultural, existem alguns pontos de interesse: um grupo de Rancho Popular, Os Malmequeres de Lourosa, que participa em festivais de folclore e promove noites de fado e um grupo de teatro constituído por um conjunto de cidadãos, que se organizam entre si, ensaiam e apresentam duas ou três peças por ano. Há, também, uma biblioteca com espaço para que os utentes possam fazer pesquisas e ler livros e jornais. Celebram-se, ainda, anualmente, duas festas populares: Senhora da Saúde e São Miguel.
Na sede do concelho, proliferam os eventos culturais. “Acho que se dá mais primazia à terra que é concelho, no caso, Santa Maria da Feira. Apercebo-me disso, por iniciativas já propostas ao concelho, por pessoas que me são próximas, e que não foram usadas em Lourosa, mas foram adaptadas para serem realizadas nessa cidade”, atira Filipe Silva.
Para o autarca feirense, a cultura é “absolutamente fundamental; um povo sem cultura é um povo sem memória, um povo sem futuro”.
Com orgulho, enumera os vários eventos culturais que têm lugar em Santa Maria da Feira e garante que o investimento na cultura “é para manter”.
– Parques –
O Parque da Cidade, muitas vezes denominado o “Pulmão de Lourosa”, tem uma maior área verde e aí podem encontrar-se algumas zonas de interesse para quem dele queira desfrutar: parque infantil, campo de areia, campo sintético, equipamentos para atividade física e bancos de madeira para usufruir de um bom descanso e apreciar a natureza envolvente, ordenada com caminhos e trilhos.
No entanto, para Ana Maria não é suficiente, pois acredita que a cidade carece de locais para o lazer dos mais jovens.
A nível concelhio, o Presidente da Câmara acha que os parques existentes são suficientes, mas “estamos sempre a tentar melhorar”.
– Ambiente Rural vs Ambiente Citadino –
Filipe Silva, embora considere que “o campo é claramente um sítio mais calmo e com melhor qualidade de vida” gostaria de viver na cidade porque “existe uma maior oferta daquilo que gosto”.
Sandra Soares tem uma opinião contrária: “gosto muito do local onde moro, é tranquilo, e depois de um dia de trabalho, gosto de voltar para casa e de estar num ambiente calmo”.
À pergunta se trocaria o meio rural pelo citadino, Ana Maria Pereira responde firmemente que não.
– Próximas obras a serem realizadas –
Emídio Sousa, neste mandato, quer terminar a reabilitação da rede viária e dos centros urbanos de todas as freguesias do concelho, bem como a pavimentação de estradas que ficaram em mau estado, após a construção das ETAR.
Para o futuro, tem projetos bem definidos, principalmente na área da economia, da habitação e da educação.
Reportagem realizada no âmbito da Unidade Curricular (UC) de Ciberjornalismo e editada pela docente Vanessa Rodrigues