Emigrante do Brasil impedida de dizer o último Adeus em Portugal
Dayane Almeida tem 31 anos e é natural de Belém do Pará, Brasil. Reside em Servion, na Suíça, há 12 anos e é esteticista. Filha de pais portugueses, tem dupla nacionalidade. A maioria da sua família vive em Portugal, país onde viveu dos 9 aos 19 anos.
As suas semanas de isolamento não foram fáceis. Tendo como som de fundo crianças a brincar, relata-nos de uma forma, aparentemente, tranquila o falecimento da sua avó. Este inimigo invisível impossibilitou-a de viajar até Portugal, para se despedir pela última vez. Descreve-nos que planeava uma páscoa especial, em família, a primeira desde que emigrou. Foi apanhada de surpresa quando se viu impossibilitada de viajar.
Costumava passar os dias a cuidar das suas clientes e das suas duas filhas, Inês de 8 anos e a Lara de 6. Esta rotina foi quebrada pelo vírus. Ficou impedida de exercer a sua profissão durante 6 semanas. A boa notícia é que, ao menos, teve a possibilidade de passar mais tempo de qualidade com a sua família. Viu séries e filmes, ajudou na realização dos trabalhos de casa e também aproveitou para passear nos bosques, dado o bom tempo que se fez sentir na Suíça.
Dada a situação económica mundial, foi obrigada a viver com o rendimento do seu marido e com uma ajuda mínima do governo, uma vez que o custo de vida neste país é bastante elevado.
Descreve este período pelo qual passamos como sendo “inimaginável, coisa de filme, que pensamos que nunca irá acontecer” e acha que temos de aprender a viver um dia de cada vez com esperança que melhores dias virão.
A entrevistada afirma que este tempo a fez repensar em alguns aspetos da vida. E que, muitas vezes, as pessoas esquecem-se que o mais importante é a família, o abraço dos seus entes queridos, o beijo, a natureza e os calorosos convívios com quem mais prezamos.
Como esteticista, conta-nos todas as suas medidas preventivas, no regresso à “normalidade”, desde o lavar as mãos até a esterilização de todos os equipamentos utilizados, o que fez aumentar a sua carga horária e reduzir o seu rendimento devido ao aumento dos custos de materiais.
Esperançosa, Dayane anseia pelo final desta pandemia com a descoberta de uma vacina.
“Vai acabar tudo bem”