Entrevista ao Jornalista e Professor Miguel Midões
- Maria Bizarro
- 05/03/2024
- Sem categoria
Na terça-feira, dia 20 de fevereiro, o jornalista e professor universitário, Miguel Midões, participou do evento de lançamento da redação digital YouNDgital com o tema “Jornalismo, Liberdade e Direitos Humanos”no salão nobre da Universidade Lusófona do Porto, para contar aos presentes um pouco da sua experiência profissional e pessoal como jornalista.
No final da parte da manhã do evento fiz-lhe algumas perguntas sobre a sua participação no mesmo.
O que o motivou a compartilhar a sua experiência com os jovens?
“Olha eu gosto sempre, pra já quando era estudante de comunicação social, eu na altura cheguei a fazer quilómetros para ir ouvir algumas pessoas que estavam no mundo profissional, por exemplo uma vez fui a uma conferência, fui de Coimbra para Abrantes para ouvir uma conferência, porque estava lá a Maria Flor Pedroso que era jornalista da antena 1, que depois veio a ser editora de política e diretora de informação por aí fora, era uma referência para mim e eu queria ouvir o que ela tinha pra acrescentar na prática profissional e eu acho q esta ligação entre a academia e a profissão é fundamental faz todo o sentido, primeiro nós termos professores na academia que estiveram na profissão porque sabem daquilo que estão a falar, conseguem cruzar a teoria com a prática e também quando nós podemos ir à academia mesmo sendo profissionais e não sendo professores conseguimos ir partilhar aquilo que é a nossa experiência profissional, acho que é fundamental mesmo.”
De que forma acha que este evento e a sua experiência pessoal e profissional vão contribuir para o público?
“Olha eu acho que de certeza absoluta que aqui sentados estavam alguns alunos e alunas que tem o bichinho do jornalismo, até podem ter dúvidas se querem mesmo jornalismo mas eu acho que aquilo que eu vim contar, trazer, aquilo que é a minha experiência mostra que é possível, é possível fazer um caminho no jornalismo nem sempre é fácil, é preciso também ter muita dedicação e muita vontade de fazê-lo, mas existe, existe esse espaço para ser jornalista, existe espaço para dar a voz às pessoas, contar histórias à cerca do que se passa e acho que aquela imagem do jornalismo muito sentado e muito automático não seduz os jovens, eu acho que ainda há jovens com sangue na guelra como nós costumamos dizer, que querem ir para a rua, querem ouvir as pessoas, querem trazer essas histórias e portanto eu venho mostrar que isso é possível, eu tenho 20 anos de jornalismo já fiz tudo, atenção também já fiz jornalismo sentado, de noticiário, de estar a gravar por telefone, mas a maior parte do tempo foi de rua foi de contacto com as pessoas e isso é possível acontecer.”
Quais são os pontos principais que espera que o público retenha após sua apresentação?
“O que eu trouxe acho que foi o jornalismo como valor social ou seja nós conseguimos marcar a diferença sendo jornalistas, há determinados pontos, dificuldades da vida das pessoas que nós, sem querer ser justiceiros, sem querer subrepornos a polícia ou aos tribunais, nós conseguimos, contando a história ajudar ou encontrar caminhos para a solução daquele problema, no fundo é quase como se fosse um jornalismo de soluções no meio desta máquina maluca de jornalismo do dia a dia da produção contínua, é possível também fazer jornalismo de soluções, está ao nosso alcance e sobretudo nós sairmos da academia para o mundo profissional com uma noção clara de quais são os nossos direitos e deveres para que no dia a dia, que vão existir pressões políticas, económicas, sociais, pressões pessoais, que poucas vezes se fala nisso, nós consigamos lidar com isso e saber o que é que está do nosso lado e o que é que nós podemos fazer para avançar com aquela história, mesmo quando aquele político nos está a pressionar para nós não avançarmos com ela, isso é fundamental.”
Sente que conseguiu transmitir a sua mensagem e inspirar os estudantes que pretendem ser jornalistas?
“Olha, sinto, eu acho que sim, confesso que tou sempre muito atento aos olhares das audiências, e hoje em dia é muito difícil nós quase todos,até nós mesmo, já com muitos anos de experiência, estamos a ouvir alguém e escapa-nos o olhar para o telemóvel e vamos às redes sociais, é inevitável e então estou sempre a tentar perceber se a audiência está ou não está atenta e aqui via muitas caras interessadas e a acompanhar o que eu estava a falar e portanto eu acho que sim a mensagem passou e que cada um também agora vai fazer com ela aquilo que bem entender como é óbvio.”
Gostou de participar deste evento?
“Olha gostei muito, para já é a primeira vez aqui na Universidade Lusófona do Porto, nunca tinha vindo às vossas instalações, que estou a gostar também de conhecer, mas o evento diz-me tudo, é de jornalismo e o jornalismo está-me no sangue desde muito cedo, desde os 7 anos que eu quero ser jornalista, e fui nos últimos 20 anos, mas falar de direitos humanos é sempre fundamental e quando associamos o jornalismo aos direitos humanos e aquilo que o jornalismo pode contribuir para os direitos humanos é ótimo, por isso sim, eu acho que foi muito bom esta primeira vinda aqui a Lusófona.”
