Especial Jornalismo Frankenstein #2021
- Marta Bacelar
- 10/05/2021
- #jornalismofrankenstein Especial Portugal
Próxima Paragem: Fake News ou Cidadania Digital?
[Texto de Maria João Leal Pereira e Marta Bacelar]
[Testemunhos recolhidos por Ana Cláudia, Maria Pereira e Vanessa Sousa]
O Jornalismo Frankenstein, uma conferência que junta os finalistas de Ciências da Comunicação da Universidade Lusófona do Porto, está de volta. Este ano, com o intuito de celebrar os desafios do ciberjornalismo sob a mentoria da docente e jornalista Vanessa Rodrigues, a 6ª edição deste evento anual, dedica-se ao combate à desinformação: “Próxima Paragem: Fake News ou Cidadania Digital?”
O ciberjornal #infomedia tal como o Jornalismo Frankenstein foram criados pela professora Vanessa Rodrigues e os estudantes do ano letivo 2014/2015, com o apoio do diretor do curso da Licenciatura em Ciências da Comunicação, Luís Miguel Loureiro, professor e jornalista, com o intuito de permitir aos alunos praticar as competências adquiridas ao longo do curso, em particular, as unidades curriculares de géneros jornalísticos, ciberjornalismo, investigação jornalísticas, redação jornalísticas e jornalismo especializado. Alguns ex-alunos e antigos colaboradores testemunharam sobre a importância desta plataforma digital.
David Soares, finalista em 2019/2020, afirma que através do #infomedia teve a oportunidade de colocar os conhecimentos em prática e manter, pela primeira vez, contacto direto com os leitores. “Saber histórias, contar, observar, analisar, passar para o papel, redigir, retificar e por fim, levar ao leitor”.
Também Diana Ferreira, colaboradora no passado ano letivo, garante que foi uma experiência prática, enriquecedora e importante para a construção de um futuro jornalista. Esta vertente prática ofereceu uma perspetiva diferente aos trabalhos académicos. “Foi aprender a desenrascar, a entrevistar e a querer fazer cada vez mais”.
Foram vários os alunos que quiseram contribuir, através do seu testemunho, para o “Especial” deste Jornalismo Frankenstein. Enquanto finalistas da licenciatura de Ciências da Comunicação do presente ano letivo, concluímos que esta redação é o principal fator de impulso para o sucesso e é também um enorme desafio e prazer ser colaborador do #infomedia.
Vox Pop
[Maria João Leal Pereira e Marta Bacelar]
No âmbito da conferência Jornalismo Frankenstein o #infomedia foi à rua tentar saber mais sobre o que os cidadãos pensam relativamente às fake news e à desinformação.
Será que é fácil distinguir uma notícia de uma informação manipulada e distorcida?
Fake News: Contextualização Nacional
[Texto de Maria João Leal Pereira e Marta Bacelar]
[Pesquisa da atualidade por Ana Pascoal e Maria Chatillon]
As fake news, ou informação fraudulenta, têm sido uma preocupação cada vez maior. Apesar de não ser novidade, este fenómeno da desinformação e das falsas notícias encontrou nas redes sociais o aliado perfeito. Isto porque, este novo meio de comunicação veio facilitar a disseminação de informações falsas. No entanto, Luís Barreira de Sousa, português responsável pelo Sistema de Alerta Rápido (SAR) europeu contra a desinformação, garantiu ao Diário de Notícias que este fenómeno a nível externo, não é uma preocupação em Portugal. Sabe-se ainda que, em 2018, Portugal foi considerado, entre 37 países, o mais fiável em termos de veracidade informativa.
Com o intuito de combater este fenómeno e para que o conhecimento seja mais aprofundado surgiram vários projetos. Destaca-se assim, o programa de literacia para os media e jornalismo, que resulta de uma parceria entre o Sindicato dos Jornalistas e o Ministério da Educação. Este projeto é financiado pela Direção-Geral da Educação e pelo Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas (CENJOR). Pretende desenvolver competências para uma cultura de democracia e de aprendizagens com impacto na atitude individual de cada cidadão. Este planeamento conta com jornalistas e investigadores especializados nas áreas da educação para os media, para a literacia e para o jornalismo, em todo o país.
Neste contexto, surge o mestrado em Literacia dos Media e da Informação e Cidadania Digital, da Universidade Lusófona do Porto. Centra-se nas questões permanentes da sociedade mediatizada e pretende educar os media. A docente e oradora da 6ª edição do Jornalismo Frankenstein, Maria José Brites, é a diretora deste curso de 2º ciclo.
Fake News: Contextualização Internacional
[Texto de Maria João Leal Pereira e Marta Bacelar]
[Pesquisa da atualidade por Ana Laura Toledo]
A desinformação anda de mãos dadas com as fake news. O grande problema é que estas informações são divulgadas com a intenção de legitimar um ponto de vista ou incitar determinados comportamentos negativos. Por outras palavras, as informações distorcidas apelam ao lado emocional do leitor, fazendo com que este consuma determinado conteúdo sem confirmar a sua veracidade.
Com o surgimento global da pandemia provocada pela Covid-19, a divulgação de falsas notícias ou informações incorretas foi de tal maneira avassaladora que a Organização Mundial da Saúde (OMS) usou o termo infodemia (informação e pandemia) para se referir ao fluxo excessivo de informações distorcidas em formato de notícias, mensagens, vídeos e até mesmo áudios, em relação à Covid-19.
Esta prática fez com que até a existência do vírus fosse questionada, o que levou muitas pessoas a ignorar as medidas sanitárias. Para além disto, contribuíram para o aumento do medo e angústia das pessoas. O número estonteante de informações reveladas diariamente, fez ainda com que pessoas com sintomas da doença ingerissem medicamentos sem qualquer evidência científica.
Apresentamos ainda, outro exemplo claro. No momento das eleições presidenciais nos Estados Unidos, este fenómeno ganhou notoriedade mundial. Mediante o BuzzFeed News, estas eleições tiveram mais alcance do que as principais eleitorais de 19 fontes de notícias, nomeadamente jornais como New York Times, o Washington Post e, ainda, a NBC News. Foi também revelado que os serviços de espionagem dos Estados Unidos da América (EUA) acusaram Moscou de elaborar um plano que incluía a propaganda de fake news para favorecer a chegada de Donald Trump ao poder, ao invés de Hillary Clinton.
Exemplos como estes acontecem de forma constante. Por isso, o número de partilhas de notícias consideradas falsas, sobrepôs-se às verdadeiras. É de facto importante debater esta temática sobre a desinformação e a reeducação dos media. Por esse motivo, a conferência anual de amanhã, debruça-se sobre estes temas.