Estudantes deslocados desesperam por casa no Porto
- Beatriz Pacheco
- 31/12/2022
- Atualidade Sem categoria
Oferta é cada vez mais limitada e os preços das rendas crescem cada vez mais
Os estudantes veem-se obrigados a viver em casas com condições deploráveis e a pagar valores elevadíssimos para poderem estudar no Porto.
“Entre os inquiridos, há ainda aproximadamente 20% de estudantes que pagam mais de 400 euros por um quarto, dos quais 42% referem estar a fazer um grande esforço financeiro para suportar a despesa”, explica Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto, com base num inquérito a 1325 estudantes. Ainda segundo o estudo da FAP, um número elevado de estudantes não tem contratos de arrendamento, nem recibos de renda.
Patrícia Maio, vice-presidente executiva da Associação dos Proprietários e dos Agricultores do Norte de Portugal, reconhece problemas no mercado de arrendamento. “Neste momento, temos um desequilíbrio muito grande. Este desequilíbrio está a transmitir-se para o arrendamento, de uma forma que não considero nada justa. Tem de haver um equilíbrio para ambas as partes, tanto para os senhorios como para os inquilinos”, explica. Ciente das condições que os estudantes vivenciam, Patrícia Maio apela à intervenção do governo.
José Maria Silva, da Associação de Inquilinos e Condóminos do Norte De Portugal, lamenta que Portugal a habitação pública represente apenas 2% da oferta global de habitação, em comparação aos restantes países da Europa.
Preços elevados por toda a cidade
“Procurei por quase toda a cidade do Porto e, como já era de esperar, os preços eram sempre mais elevados a cada sítio novo que eu ia”, conta Érica Oliveira, aluna de Gestão na Universidade Portucalense.
Bruno Borges, aluno de Ciências da Comunicação, na Universidade Lusófona do Porto, teve mais sorte quando andou à procura de casa, mas sabe que a probabilidade de isto acontecer a um jovem, atualmente, é improvável.