Filipe Teles: “Quando um jornalista faz entretenimento, não está a fazer jornalismo.”
- Ana Gomes
- 22/04/2022
- #jornalismofrankenstein Sem categoria
[Por Ana Catarina Gomes e Ana Jorge]
Filipe Teles é um dos jornalistas cofundadores da plataforma digital com foco no jornalismo de investigação “Setenta e Quatro”. Estudou em Dublin, na Irlanda, e é coautor da série “Testa de Ferro”, que se debruçou sobre os negócios de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, e a sua relação com o Banco Espírito Santo e com o Novo Banco.
Filipe é um dos convidados da sétima edição da conferência anual Jornalismo Frankenstein, que irá decorrer na Universidade Lusófona do Porto, no dia 26 de abril de 2022 de manhã (10:00-13:30) e de tarde (15:00-18:30).
O que é para si jornalismo? E o que é para si entretenimento? Acha que deve existir uma fronteira clara entre ambos?
A fronteira entre jornalismo e entretenimento deve ser clara. A fusão entre entretenimento, publicidade ou marketing e o jornalismo é perigosa e desprestigia a profissão —deixa de ser jornalismo.
Quando um jornalista faz entretenimento, não está a fazer jornalismo. Aliás, é proibido, ao abrigo do Estatuto dos Jornalistas e do Código Deontológico, um jornalista fazer trabalhos de comunicação/entretenimento, pois compromete o seu estatuto de independência e integridade profissional. Jornalismo não é entretenimento, muito menos publicidade — ter de constatar isto hoje é um sinal dos tempos de crise que o jornalismo vive. De acordo com o segundo artigo do Estatuto do Jornalista, “Não constitui atividade jornalística o exercício de funções referidas no número anterior quando desempenhadas ao serviço de publicações que visem predominantemente promover atividades, produtos, serviços ou entidades de natureza comercial ou industrial.”
Infelizmente, estas fronteiras são cada vez menos claras e respeitadas por muitos profissionais que se dizem “jornalistas”.
O meu nome é Ana Gomes, tenho 21 anos, e sou natural de Braga. Frequento o 3º ano da Licenciatura de Ciências da Comunicação na Universidade Lusófona do Porto. Escolhi esta Licenciatura porque a área da Comunicação sempre foi algo que me despertou muito interesse.