Incansável, na Linha da Frente

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Incansável, na Linha da Frente

Armandina Silva tem 48 anos, é especializada na área da pediatria há 15 anos, porém, trabalha na área há 21. Vive, atualmente, em Paços de Ferreira.

Desde o início da pandemia que esta profissional de saúde se mantém na “Linha da Frente”, tomando vários cuidados e precauções, como a utilização de máscara, de viseira, do fato que deve vestir em conjunto com a bata impermeável, luvas e outros materiais considerados obrigatórios para se prevenir enquanto trabalha. Por outro lado tem de saber gerenciar a vida familiar, tendo em conta todo o perigo ao qual está exposta.

A pediatra conta-nos um pouco acerca do seu dia a dia, nomeadamente na área onde trabalha, lugar onde lida com crianças que, como refere ao longo do seu testemunho, podem vir a ser portadoras de Covid-19, apesar da probabilidade ser menor. Lida, da mesma forma, com dois grandes grupos, enquanto um deles intitula de “Casos de suspeita de Covid-19” ou outro baseia-se na sua área, o grupo das “Crianças”.

Além disso, todo o processo que envolve a saída de casa em direção ao Hospital de Guimarães, a forma como se comporta dentro do mesmo, comentando que o maior desafio é mesmo “Tentamos ter o mínimo contacto entre os dois grupos [crianças e casos de suspeita de covid-19], de forma a que se houver alguma infeção ou alguma contaminação, não passar para o serviço todo”, pensando primeiro nos demais e assegurando o “corte” na possível cadeia de transmissão.

Aquando a volta para casa, a médica toma dois banhos, um no hospital e outro já em casa. O segundo banho é antecipado pela “área suja”, como lhe chama Armandina, lugar onde deixa toda a roupa que utilizou durante o serviço, para não existir, de igual forma, uma cadeia de transmissão, desta vez, com a família.

Além disso, comenta sobre as medidas decretadas pelo governo, como também das afirmações provindas do próprio sobre o setor da saúde, “Em relação ao material de proteção individual, tem sido dito de forma sistemática pelo governo que não havia falta de material, isto não é bem assim. Há relatos de vários colegas de todos os Hospitais que não têm esse material de proteção e que está a escassear.”, relata.

A médica acrescenta que “Esta situação de pandemia ensina-nos a dar valor às coisas que no dia a dia nós damos como certas”, comenta, emoldurando a pandemia como meio de valorização do quotidiano. Viver em tempos de pandemia é difícil, porém, é ainda mais complicado para aqueles que se mantêm, incansavelmente, na “Linha da Frente”.

Ouvir o testemunho completo aqui.