Inês Rocha: “O jornalismo pode beber algumas técnicas do entretenimento para melhor comunicar a mensagem, mas não pode descurar nunca o compromisso com a verdade.”

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Inês Rocha: “O jornalismo pode beber algumas técnicas do entretenimento para melhor comunicar a mensagem, mas não pode descurar nunca o compromisso com a verdade.”

[Por Ana Catarina Gomes e Ana Jorge]

Inês Rocha | Fotografia via Google Imagens

Inês Rocha formou-se em Ciências da Comunicação na Universidade do Porto, em 2012. Estagiou no Jornal de Notícias e passou por pequenos projetos até ingressar na equipa da Renascença em 2013.

Inês é uma das convidadas da VII edição da conferência anual Jornalismo Frankenstein, que irá decorrer na Universidade Lusófona do Porto, no dia 26 de abril de 2022 de manhã (10:00-13:30) e de tarde (15:00-18:30). 


1-O que é para si entretenimento? E o que é para si jornalismo? Há ou deverá haver uma diferença clara na sua perspetiva?

Há uma diferença clara: num existe um compromisso com a verdade, noutro a missão é simplesmente entreter o espetador/leitor/ouvinte.

A missão do jornalista é informar, mostrar as várias realidades tal como são, com o máximo de isenção possível —mas é bom lembrar que fazer jornalismo também é fazer escolhas e é questionável que possamos ser 100% isentos.

A missão do entretenimento é outra. É proporcionar um escape da realidade, é divertir, entreter. O jornalismo pode beber algumas técnicas do entretenimento para melhor comunicar a mensagem, mas não pode descurar nunca o compromisso com a verdade.


2 – Na sua opinião, em que medida existem más práticas jornalísticas que afastam as pessoas da informação e as aproximam do entretenimento?

Por um lado, quando os jornalistas falham com o seu compromisso com a verdade, estão a minar a confiança do público na informação, o que vai degradando a imagem do jornalista e contribui para afastar cada vez mais o público.

Por outro lado, muitas vezes falhamos no nosso papel de filtrar o que é mais importante e bombardeamos o público com tanta informação que ele fica perdido. É normal que haja algum desencantamento com a informação. O entretenimento é mais fácil de digerir.


3- Na sua perspetiva, o facto do jornalismo, por vezes, se “misturar” com o entretenimento não acaba por tirar alguma credibilidade ao verdadeiro ato de jornalismo?

Depende do que estejamos a falar. Acho que é possível misturar as duas realidades sem minar a credibilidade necessária ao jornalismo. Mas nem sempre isso acontece. 

Muitas vezes misturar jornalismo com entretenimento significa ceder ao sensacionalismo. Nesse caso sim, tira muita credibilidade ao jornalismo.

Ana Jorge

Sou a Ana Jorge e tenho 21 anos. Atualmente, frequento a licenciatura de Ciências da Comunicação na Universidade Lusófona do Porto e trabalho como manequim profissional na Best Models SA. Para o meu futuro, ambiciono trabalhar em entretenimento televisivo, em rádio e em representação.