A dupla jornada dos jovens que trabalham enquanto estudam

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A dupla jornada dos jovens que trabalham enquanto estudam

O estatuto trabalhador-estudante

O estatuto de trabalhador-estudante é um benefício legal para aqueles que conciliam os estudos com o mundo laboral e foi criado para ajudar os profissionais que pretendem melhorar a sua formação e os estudantes que procuram suporte financeiro.
Este estatuto oferece direitos aos trabalhadores-estudantes, mas também engloba alguns deveres que devem ser cumpridos para que o estatuto seja mantido, como manter um aproveitamento escolar mínimo. Este estatuto permite conciliar, dentro do possível, a atividade profissional e a frequência das aulas.
Informação sobre estatuto
Inês Silva | Fotografia cedida pela mesma
Inês Silva | Fotografia cedida pela mesma

Inês Silva tem 20 anos e também está familiarizada com a dificuldade de trabalhar e estudar simultaneamente. Quando estava no 2º ano do curso de Turismo e Gestão de Empresas Turísticas na Universidade Lusófona do Porto [ULP], entrou na área do atendimento ao público. Optou por começar a trabalhar como lojista porque, “permite trabalhar um bocado as soft skills do atendimento ao público que são importantes na minha área”. Aqui falamos, por exemplo, de resolução de conflitos, trabalho em equipa e comunicação. Além disso, ajuda a que no fim do mês possa ter “o meu dinheiro sem depender de ninguém para as minhas coisas”.

Para Inês, a maior dificuldade de viver em horário duplo são os horários nas alturas de maior stress e aperto. Afirma que já trabalhou em empresas “que não respeitavam os horários da faculdade”, tornando a conciliação das duas tarefas ainda mais complicada. Além disso, o cansaço psicológico também se junta. Isto acontece na “altura em que tens de começar a estudar para as frequências e não tens vontade porque já vens cansada do trabalho”. Na opinião de Inês, é esta sobrecarregada psicológica que torna “muito difícil lidar com tudo o que é situação, por mais simples que seja”. 

O Estatuto ajuda a que os professores entendam que alguns de nós não estão ali só para estudar.

Inês Silva, 20 anos
Inês Silva como finalista | Fotografia cedida pela mesma
Inês Silva como finalista | Fotografia cedida pela mesma

Com uma carga semanal de 20 horas de trabalho e 40 horas de faculdade,  adquirir o estatuto trabalhador-estudante foi uma prioridade para Inês. Este estatuto ajuda em diversas situações. Permite-lhe gerir melhor as aulas e “ajuda a que os professores entendam que alguns não estão ali só para estudar.”

Apesar da ajuda que o estatuto dá, há outras táticas usadas para “facilitar o trabalho”. Inês tenta organizar as folgas de forma a ter mais tempo para estudar, já que não se pode “estudar só dois dias por semana.”. Também afirma que uma das coisas que mais pesa são os trabalhos de grupo. Por ser algo que “não depende só de mim”, procura “marcar as reuniões sempre que sai o meu horário”.

Assim, o estatuto trabalhador estudante é uma mais-valia para muitos estudantes, mas não se adequa a todas as ocasiões. Inês afirma ser positivo e facilitador, mas continua “sempre demasiado cansada para sentir que me empenhei o que queria tanto numa coisa como noutra”.

Rita Almeida

Rita Almeida, 21 anos, natural de Vale de Cambra. O gosto por comunicar e querer sempre saber mais surgiu muito cedo, definindo CC como carreira a seguir. Atualmente no terceiro ano do curso, na Universidade Lusófona do Porto, sou, também, colaboradora na editoria “Geração Z” na plataforma #infomedia.