Leve uma lembrança: o comércio tradicional no centro do Porto

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Leve uma lembrança: o comércio tradicional no centro do Porto

[Fotorreportagem de André Silva, Beatriz Santos, Diana Fonseca e Miguel Valdoleiros, no âmbito da Unidade Curricular de Jornalismo Especializado]

Uma cidade cheia de nome, história e tradição – assim é o Porto, reconhecido por elementos característicos que o distingue de outros locais portugueses.

E quanto a recordações que se pode levar da Invicta?

Nas ruas mais emblemáticas, como a de Santa Catarina e a de 31 de Janeiro, que são vizinhas perpendiculares, várias lojas de comércio tradicional têm uma oferta à medida.

Começa-se a subir a Rua 31 de Janeiro, famosa pela sua inclinação – é íngreme e ainda se caminham perto de 300 metros, até chegar ao topo, onde se cruza com a Rua Santa Catarina.

Pela calçada de pedra, encontra-se José Azevedo na sua loja de Souvenirs. É a segunda que se vê na passagem, no lado direito da rua.

Logo na primeira abordagem, mostra-se disponível para conversar, pois a verdade é que o movimento é escasso nos últimos tempos, devido à pandemia.

O negócio em conjunto com a esposa já conta com 12 anos. “É uma loja talhada para o turismo”, comenta.

Uma grande parte dos produtos que vende são de origem portuguesa. Apesar de não serem todos, foca-se no comércio nacional para atrair mais o turista que espera levar algo que represente o país.

E o que procuram os clientes?

“Neste momento, levam as coisas mais baratas: ímans, postais, t-shirts, vinho do Porto, miniaturas, canecas e andorinhas”.

Continua-se no mesmo trajeto e avista-se a Casa António, que vende exclusivamente produtos portugueses.

A senhora que vê é Helena Rebelo. Desafiada por uma amiga, iniciou este negócio em 2018.

Quem passa de rompante pensa que é uma loja virada para o turismo. Porém, engana-se. O objetivo é chegar a todo o tipo de pessoas, mas Helena admite que os portugueses não valorizam muito este comércio mais tradicional.

Quem visita não procura um produto em particular. No entanto, os homens optam pelos cintos e as mulheres pelos lenços/écharpes.

Pretendia aumentar o espaço da loja – estava a dinamizar o piso inferior – mas a crise pandémica atrasou os planos.

“A receita é quase nula”, confessa.

Olha-se em frente e avistam-se cataventos coloridos. O cenário é chamativo e obriga a acelerar o passo, não só porque chove mas também porque a curiosidade começa a crescer.

Uma loja portuguesa – é o nome deste espaço, aberto há 4 anos.

É gerido por Cláudia Castanheiro, uma apaixonada pelas artes.

É daqui que surge um negócio essencialmente artesanal, após ficar desempregada no ramo da contabilidade.

“Comecei a fazer estas coisas e a fazer feiras”, explica.

Agora expande a uma variedade de artistas portugueses, para além de si.

A mobilidade principal na loja é turista e com a pandemia o fluxo decresceu significativamente.

A localização no centro do Porto foi uma oportunidade – numa rua conhecida e com uma vista privilegiada para a histórica Estação de São Bento.

E agora chega-se à rua mais comercial do centro do Porto, Santa Catarina, que se estende por mais de 1 quilómetro.

É aqui que se encontra a loja Rimani Veronica, um franchising italiano de comércio de bordados. Apesar de não ser portuguesa, continua a apostar num conceito tradicional.

A palavra italiana “Rimani” signfica “bordado”. Este negócio expande-se já pelo país, tendo lojas em Lisboa e na ilha da Madeira.

E o que diferencia este negócio?

A personalização dos produtos é o que cativa o potencial cliente.

O negócio chegou ao Porto em meados de fevereiro de 2020, coincidindo com o início da pandemia. Mesmo assim tem funcionado e já conta com clientes assíduos. O que procuram são os aventais e a roupa de bebé.

E rua fora vão surgindo outras lojas dentro deste conceito. De forma geral, todas apontam o contexto pandémico como prejudicial para o negócio, pois uma grande parte da afluência vem do turismo.