“Nós temos que olhar sempre para estas ferramentas como ferramentas de apoio, não como as respostas finais” Daniel Catalão

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“Nós temos que olhar sempre para estas ferramentas como ferramentas de apoio, não como as respostas finais” Daniel Catalão

[Catarina Almeida e Inês Diana Silva]

Daniel Catalão é jornalista na RTP, doutorado em Media Digitais pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, professor Especialista em Audiovisuais e Produção dos Media no Instituto Politécnico de Bragança e professor na Universidade Lusófona do Porto. É também apresentador do programa Tec@Net que traz abordagens variadas sobre novidades e avanços no ramo tecnológico. Na oitava edição do Jornalismo Frankenstein falou sobre a inteligência artificial e não deixou de fora o Chat GPT.

#infomedia: Como é que ferramentas como a inteligência artificial, o chat GPT, coisas desse género, podem ser úteis, ou não, do seu ponto de vista para a criação deste tipo de narrativas híbridas, webdocs e coisas desse género?

Resposta: Eu acho que é extremamente útil, desde logo porque pode ser uma fonte de inspiração. Nós às vezes temos uma ideia… ponto um, convém sempre saber o que é que queremos e se dominamos o assunto. Só aí é que as ferramentas poderão ser úteis, não podemos cometer erros gravíssimos.

A partir desse ponto, ele pode ser uma boa fonte de inspiração, pode-nos dar uma série de ideias, que vão ao encontro daquilo que nós queremos e nós vamos escolher algumas ou uma. Depois pode ser um orientador também, pode-nos dar pistas, pode ser um researcher, pode ser o nosso pesquisador da matéria que vamos abordar e dar-nos ali um conjunto de pontos já mastigados e devidamente organizados, para não termos que demorar muito tempo a fazer determinado tipo de pesquisas. E pode-nos dar pistas sobre os caminhos a seguir para o trabalho que vamos desenvolver.

Nós temos que olhar sempre para estas ferramentas como ferramentas de apoio, não como as respostas finais, porque isso pode ser dramático, porque todo o resultado pode ser completamente enviesado e espalhar-nos ao comprido. E isso é que é grave, porque colocamos a nossa reputação em jogo.

Agora, se usarmos como ferramentas para fazer tarefas que são repetitivas ou às vezes muito demoradas, ah, isso aí é extraordinário, não tínhamos dúvida nenhuma e temos que as usar.

Daniel Catalão na sessão da tarde do Jornalismo Frankenstein

#infomedia: Apresenta o TechNet, um programa que aborda novidades do Internet e da tecnologia no geral. Quanto tempo é que normalmente é despendido para fazer as pesquisas de forma a avançar ao espectador a informação necessária e de uma forma cativadora?

Resposta: Eu não te posso dar um tempo, porque é algo que está sempre a ocorrer. É sempre algo que está a ocorrer, porque eu recebo comunicados de imprensa, ou sou convidado para ir às apresentações, aos lançamentos mundiais dos produtos, ou sou eu que contato com as marcas, ou estou sempre a ler. E, portanto, é algo que vai sempre acontecendo. Eu não dedico ao longo do dia um determinado tempo, é algo que vai acontecendo. E sempre que há algum momento de que eu disponho, vou guardando o material para depois poder desenvolver e ir escrevendo.

Vou confessar, vou confessar aqui. Enquanto estávamos nesta sessão, eu escrevi uma notícia que vou gravar amanhã, uma reportagem que vou fazer amanhã. Portanto, como vês, fui aproveitando determinados momentos. E, portanto, não é no dia a dia que não há uma contabilização de tempo que eu possa fazer dessa forma.

As coisas vão ocorrendo, porque as ideias vão surgindo, vou tomando nota e depois vou escrevendo, depois tenho um momento, vou escrever. Portanto, não há propriamente uma dedicação de tempo. É algo que está sempre a mim, faz sempre parte de mim, em qualquer momento.