[Texto de: Diogo Araújo e Francisco Moreira] Joana Santos Resende é um dos nomes em maior destaque do andebol português, no estrangeiro. A atleta nasceu a 23 de março de 2001, no Porto. A jovem portuense, lateral esquerda de posição, herdou a classe, a paixão, o gosto pela modalidade e “quiçá” a qualidade, seguindo as pisadas do pai, Carlos Resende, que também era lateral esquerdo, e para muitos considerado um dos melhores jogadores nacionais de sempre, que conta com passagens pelo Futebol Clube do Porto e o pelo histórico ABC de Braga. Atualmente, é treinador do Futebol Clube de Gaia. Também a irmã de Joana, Patrícia Resende, tem 23 anos, joga andebol, e nesta época representa o Colégio de Gaia.

A jovem de 20 anos iniciou a sua carreira no andebol aos nove quando se juntou aos minis do Clube de Andebol de Leça da Palmeira, onde permaneceu até ao escalão de júnior. Foram nove épocas ao serviço do clube de Matosinhos, onde fez grande parte da sua formação. Na época de 2017/2018 optou por uma mudança e decidiu ingressar no Colégio de Gaia, equipa onde joga atualmente a sua irmã (a equipa de Vila Nova de Gaia foi fundada em 1933 e conta com 3 Taças da I Divisão de Andebol Feminino, 4 Taças de Portugal de Andebol Feminino e ainda 3 Supertaças Portuguesas de Andebol Feminino). Joana representou a equipa principal do clube gaiense por apenas duas temporadas, mas mesmo assim conseguiu deixar a sua marca ao apontar 198 golos em 37 partidas, o que equivale a uma média de aproximadamente cinco golos por jogo.

Atualmente, os seus ídolos são Stine Oftedal, atleta bicampeã mundial pela seleção da Noruega. Nos homens começou por apreciar e acompanhar o trajeto do pai, Carlos Resende, mas, no que toca aos atletas de agora, os seus favoritos são Sander Sagosen, jogador do Kiel (emblema de maior destaque na Alemanha) e o histórico português Gilberto Duarte, que atualmente representa o Montpellier de França, mas que fez parte do “hepta” campeonato conquistado pelo Futebol Clube do Porto, entre 2008/2009 e 2014/2015.

Os números estrondosos apontados pela atleta não deixaram ninguém indiferente, o que suscitou o interesse de grandes clubes nacionais. Em 2019/2020, Joana mudou-se para a capital e transferiu-se para o Sport Lisboa e Benfica, emblema com a qual assinou um contrato de formação. Numa única época ao serviço dos encarnados, realizou 16 partidas, onde marcou por 60 ocasiões. Os bons desempenhos de Joana valeram-lhe um passe para França. Na época atual, a atleta decidiu fazer o ponto de viragem na sua carreira e agarrar um desafio imperdível no estrangeiro ao transferir-se para o Paris 92, clube que disputa a Ligue Butagaz Energie (primeira divisão francesa) e a EHF European League Women (principal competição europeia de clubes) e assinou o seu primeiro contrato profissional. O Paris 92, equipa que Joana representa agora, foi fundado em 1999 e é atualmente uma das equipas com maior sucesso do andebol francês.

A qualidade de Joana não era de todo desconhecida, é tão certo que a atleta já anteriormente tinha representado a seleção portuguesa nas camadas jovens e espantado toda a gente, como, por exemplo, na Seleção Nacional de sub-19, onde fez sete jogos e marcou 55 golos. Joana Resende também representa a Seleção Nacional Principal de andebol feminino, onde já conta com cinco partidas e 12 golos marcados ao serviço da equipa das “quinas”, o que perfaz na totalidade 12 jogos e 67 golos ao serviço do país. Este registo equivale a uma média de aproximadamente seis golos por jogo, o que demonstra que Joana costuma estar sempre de “mão quente” quando entra no terreno. A atleta também participou na qualificação para o Mundial Feminino de Andebol.

A atleta que agora representa o Paris 92, apesar de ter ainda 20 anos, já conta com quatro títulos na sua carreira: duas I Divisões de Iniciados de Andebol Feminino que conquistou ao serviço do Clube de Andebol de Leça da Palmeira e ainda a “dobradinha” [conquista do campeonato e da Taça de Portugal] na época 2018/2019 ao serviço do Colégio de Gaia. Em termos individuais, a jogadora portuguesa já ganhou o prémio de melhor marcadora do Women’s EHF Euro 2019 em sub-19 e ganhou também o prémio de atleta revelação atribuído pela Federação Portuguesa de Andebol. Com todo o sucesso demonstrado e com apenas 20 anos, o futuro é risonho para a atleta portuguesa, que eleva o nome da nação lusa para o estrangeiro e dá a conhecer o que Portugal tem de bom no andebol feminino.