O nascimento de uma filha durante a pandemia
- Sara Mesquita
- 04/06/2020
- Atualidade oanoemqueomundoparou
Carlos Correia, 43 anos, é natural de Marco de Canaveses, freguesia de Alpendorada. Num misto de felicidade e algum nervosismo, testemunha-nos a sua experiência ao ser pai pela primeira vez a 12 de março, no início da pandemia. Formou-se em letras e doutorou-se em Línguas: Português, Grego e Latim. Neste momento, Carlos é professor de português na escola E.B. 2,3 de Souselo, em Cinfães, e diretor pedagógico da Academia das Artes de Marco de Canaveses, ARTâmega. No seu testemunho explica-nos as dificuldades que tem tido ao conciliar todas estas funções e, ainda, dar toda a atenção à sua filha de sangue, Benedita, à sua filha de coração, Letícia, e à sua companheira, Susana.
Admite estar em isolamento social de forma a impedir a propagação do vírus Covid-19 para que todos aqueles de quem gosta se sintam protegidos. O maior desafio que encontrou desde o nascimento da Benedita é lidar com a situação da pandemia tendo uma bebé tão pequena e indefesa, numa altura em que o surto do novo coronavírus já chegara a Portugal.
Demonstra ter uma grande satisfação pelos cuidados médicos dedicados desde o nascimento da Benedita. “Em termos médicos, o centro de saúde de Alpendorada tem prestado um apoio fundamental e fantástico. Sempre disponíveis para atender as nossas dúvidas para encontrar a melhor solução.”
Contudo, Carlos Correia mostra-se triste por não poder ter os seus pais e restante família por perto para poder contemplar e dar um pouco de carinho a Benedita. Num sentimento de angústia diz ter alcançado uma solução para que todos os familiares próximos a pudessem ver e assistir aos seus choros e gargalhadas. “Apesar do isolamento social a que estamos obrigados e que têm impedido os familiares mais próximos de conhecerem de perto a Benedita, todos eles têm estado próximos sobretudo, através da chamada de vídeo e, dessa forma, têm prestado um apoio fundamental para vencer a saudade.”
Acrescenta, ainda, que todos temos uma lição a tirar neste momento de modo a perceber o que é realmente importante na vida.“Saber distinguir o que é fundamental e o que é acessório.” Carlos acredita que todos devem valorizar o esforço das pessoas que estão à frente dos destinos do país, em especial, aqueles que estão todos os dias na linha da frente que continuam a dedicar-se aos serviços essenciais.
“Acima de tudo, sinto muita falta do convívio familiar, dos afetos, de poder partilhar com todos os familiares e com todos os amigos a minha filha.”
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