O relato de uma enfermeira do Hospital S. João
- Renata Andrade
- 27/05/2020
- #Social Atualidade oanoemqueomundoparou
Bárbara Passos tem 34 anos. Vive no Porto e é enfermeira na unidade de internamento de cirurgia plástica, estética e reconstrutiva do Hospital S. João.
No seu dia-a-dia, Bárbara é responsável pelo tratamento de diversas patologias como intervenções com finalidades estéticas ou necessárias depois de acidentes.
Hoje vê o seu trabalho tornar-se mais complicado, ditado pelas circunstâncias atuais. Além dos cuidados já necessários na unidade onde trabalha, tem que lidar com pacientes com baixa imunidade e, por isso, vulneráveis ao novo coronavírus.
A enfermeira já passou por várias unidades, quer no Hospital S. João quer noutros hospitais onde trabalhou. Refere que nunca sentiu tanta pressão nos corredores do Hospital como nos últimos tempos.
Bárbara Passos confessa que “já aconteceu o caso de ter pacientes, no início da pandemia, que não tinham sido testados e que acabaram por falecer.” “O stress de não sabermos, realmente, se alguns pacientes morreram por causas relativas à sua patologia ou porque estavam infetados pelo Covid-19, foi algo que, no início disto tudo, causou um desgaste psicológico intenso em todos os profissionais que trabalham comigo.”
Na área da Cirurgia Plástica, as medidas adotadas, como refere Bárbara Passos, não são suficientes.
Por outro lado, o vírus veio trazer um grande desafio à vida da enfermeira- é mãe solteira e vê-se forçada a ter que conciliar as duas grandes missões da sua vida.
Em tempo de pandemia, Bárbara tem, então, que lidar com alguns obstáculos, estando na linha da frente da batalha contra a Covid-19: a falta de apoios com o filho de 2 anos, a pressão e o desgaste da profissão e o medo do contágio que pode estar em qualquer corredor do seu trabalho são alguns dos desafios que tem que enfrentar neste novo dia-a-dia.
No futuro, quer abraçar mais e agradecer mais.
Fique a conhecer o testemunho de Bárbara Passos aqui.