Beatriz Couto tem 21 anos e é natural de Vila Nova de Gaia. A gaiense é terapeuta ocupacional no Centro Clínico de Gaia. A jovem esteve em confinamento social durante 59 dias, desde o dia 7  de março até ao 4  de maio.

Não podendo exercer a sua profissão como antes, a jovem procura estar em contacto com os seus utentes – desde crianças a idosos – e ajudá-los da melhor forma possível à distância. Com esse objetivo, a jovem liga para saber o estado de saúde deles e conversar um bocadinho com eles para não se sentirem sozinhos ou esquecidos. 

A sociedade adapta-se a uma nova realidade. Beatriz admite  que este isolamento voluntário tem sido um grande desafio para si e para a sua família, pois encontra-se em fase de adaptação a uma nova rotina, tentando manter a que tinha antes. 

“O maior desafio com o qual eu me tenho deparado perante esta nova situação é, de facto, manter os níveis de saúde mental.”

A sociedade vive influenciada pelos efeitos da Covid-19. As terapias e o acompanhamento às crianças, jovens e adultos adquirem algumas dificuldades para realizarem os objetivos pretendidos para cada indivíduo. Sendo que muitas terapias, como por exemplo a terapia da fala e a fisioterapia, requerem uma atenção especial, de acordo com o histórico de cada utente.

“Eu escolhi uma profissão de proximidade às pessoas. Uma profissão em que cujo o contacto é necessário para eles e para mim. E em situações como as de hoje esta afirmação não podia fazer mais sentido.”, realça. 

Para resultar num trabalho positivo por parte do terapeuta, o acompanhamento presencial é fulcral para uma melhor avaliação dos progressos do indivíduo. Atualmente, devido à situação que se vive, esse trabalho e acompanhamento presencial não é possível ser concretizado.

Para além do aborrecimento que por vezes enfrenta, a jovem valoriza o apoio da família e dos amigos mais próximos. Beatriz admite que a desconfiança e o hábito de se estranhar o toque no outro indivíduo são algumas marcas que ficarão presentes na sociedade assim que tudo regressar à normalidade.

Ouvir o testemunho completo aqui.