Trabalhadores-Estudantes reagem positivamente à pandemia

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Trabalhadores-Estudantes reagem positivamente à pandemia

A Visão de um Economista

Carlos Oliveira.
Imagem cedida pelo entrevistado.

Carlos Oliveira, licenciado em Economia pela Universidade da Beira Interior, afirma que a pandemia “veio reestruturar bastante a atividade económica em Portugal e no Mundo”. Explica que os setores apesar de continuarem com a sua atividade económica normal, foram obrigados a trabalharem de uma maneira completamente diferente, “a principal mudança foi o teletrabalho sendo que era algo que estava muito no berço”. As empresas por norma não consideravam o teletrabalho como uma prestação de serviços ou uma atividade que fosse rentável e que funcionasse para os trabalhadores.

A indústria, apesar de se ter mantido, também se reestruturou. No caso do setor primário, “o setor da agricultura”, não houve grandes alterações, “manteve-se, era essencial, portanto não houve grandes condicionantes”. No setor secundário também não existiram grandes mudanças. Porém, o setor terciário, além de ter sido onde “houve realmente menos trabalho, alguns serviços tiveram mesmo de ser adaptados, por exemplo, muitas empresas adaptaram-se para que as suas lojas de venda ao público passassem a vender on-line”.

Para além disso, os confinamentos tiveram impacto na quantidade de trabalho existente, havia “menos transmissão de vendas, menos passagem de capacidade económico-financeira, acaba por ser provocada uma diminuição da atividade económica”. Ainda assim, o economista evidencia que as pessoas tinham mais dinheiro nas suas contas bancárias, porque não tinham onde o gastar.

Não se gastava dinheiro porque estávamos em casa, nem sequer tínhamos onde o gastar. Grande parte das atividade do dia-a-dia não existiam, portanto, as pessoas não podiam comprar umas calças, não podiam comprar um livro, não podiam ir ao cinema, não podia ir jantar fora, almoçar, viajar, não podiam ir dormir num hotel. Isto trouxe um impacto na atividade económica.

Carlos explica que houve impactos que não poderão ser recuperados, todo este ano de perdas “condicionou a capacidade financeira das empresas, daí haver muitas vão ter que acabar por fechar”. Diz que a “pandemia trouxe novas ideias às pessoas, houve um reinventar da atividade”, mas, de qualquer das formas, a economia só vai continuar a avançar com a erradicação da COVID-19. Se o vírus não desaparecer ou não for controlado resultará “numa queda económica, em todo o mundo, um blackout total que iria ser catastrófico”.

Carlos Oliveira fala sobre os apoios do Estado com lay offs e o impacto que isto poderá vir a ter na economia.

Ainda assim, há muitos setores que cresceram como é o caso do setor da distribuição alimentar “as pessoas em casa comiam mais, portanto também houve mais venda agrícola, as grandes cadeias de distribuição alimentar cresceram, abriram mais lojas, ganharam mais dinheiro, venderam mais produtos. O ano passado foi o ano em que mais vinho se vendeu, vendeu-se mais lazer, nunca se gastou tanta internet, portanto, houve setores que claramente cresceram”. Carlos refere ainda “em todas as situações económicas de problemas, há sempre alguém que tem um momento menos bom e há sempre alguém que se aproveita e tem uma vantagem em relação a esse momento menos bom”.