Portugueses em terras de Sua Majestade

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Portugueses em terras de Sua Majestade

{Testemunho recolhido por Eduardo Carvalho]

Márcia Gomes tem 21 anos e é natural de Gaia. Atualmente reside em Bournemouth, cidade a sul de Inglaterra. Mudou-se para terra de Sua Majestade quando acabou o ensino secundário. Apaixonada pelo mundo da cultura, embarcou na viagem dos seus sonhos com o namorado, depois de saber que haviam sido admitidos em faculdades da cidade. Márcia estuda ‘Costume and Performance Design’ na ‘Arts University’ de Bournemouth e está no último ano. Falta pouco até à sua formação em figurinos de teatro e cinema.

Para além disso, a par das aulas trabalha em regime part-time numa ‘franchising’ de sobremesas, emprego que demorou meses a conseguir para aliviar a carteira dos pais que a ajudam a pagar as propinas. 

Encontra-se a cumprir o isolamento social  desde o dia 20 de Março, altura em que o governo ordenou o confinamento e fechou os espaços públicos. Quanto ao contágio, relata que partilha a casa com o namorado e outra pessoa, pelo que tem sempre alguma incerteza quanto à possibilidade de ter contacto com a COVID-19, nem que seja numa ida essencial às compras. 

O curso que Márcia está a frequentar requer muito material que não se tem sempre à mão, ou que se possa sequer guardar em casa devido ao espaço limitado. Isso implica dispor de instalações específicas. A faculdade respondeu aos desafios dos estudantes, facultando máquinas de costura e outros materiais de trabalho. Todos estes obstáculos acrescidos levavam a que o trabalho fosse mais difícil de concretizar para cumprir o ‘high standard’ pelo qual a universidade é reconhecida. Isso semeou a dúvida: voltar ou não voltar  a Portugal durante o período de confinamento? 

Acabaram por decidir ficar, sujeitos a que os espaços abrissem a tempo e que a formação fosse algo que facilitada em termos de métodos de trabalho. Os dias serviam para trabalhar intensivamente a partir de casa e os fins de semana para descansar, desenhar e jogar videojogos com amigos de Portugal. 

Márcia adianta que aquilo que lhe faz mais falta é, sem dúvida, estar com a família. Deixa uma mensagem de esperança de que tudo irá voltar ao normal, ansiosa por acabar a graduação e voltar para abraçar a família e sentir o conforto dos amigos, atribuindo ao abraço um valor enorme e lembrando que não devemos tomar nada por garantido.

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