Proprietários aumentam preço das refeições para não perder lucro

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Proprietários aumentam preço das refeições para não perder lucro

No Porto, cidade com tradição gastronómica, estabelecimentos viram-se obrigados a tomar medidas para não fechar

A subida da inflação levou os proprietários da restauração a fazer alterações na carta. Com os produtos cada vez mais caros, os patrões dizem-se obrigados a aumentar os preços para não perderem lucro e arruinar o negócio. A falta de carne no mercado, o custo de energia e a escassa criação de animais para abate tornam inevitável a subida do custo das refeições.

O restaurante “The Good Burguer”, junto a estação de comboios de São Bento, aumentou o preços de todos os produtos, especialmente no dos hambúrgueres e das bebidas, que subiram dez cêntimos. Para não perderem clientes, procuraram compensar no peso da carne. “Um hambúrguer que antes pesava 100 gramas, pesa agora 150. Isto permite ao cliente ficar mais satisfeito e haver uma certa justiça quando se paga mais pela comida”, afirma o gerente do restaurante, Paulo Gabriel.

Esplanada e porta de entrada do restaurante “The Good Burguer” /Fotografia: João Ferreira

Apesar de ser cada vez mais difícil manter o negócio, há estabelecimentos mais modestos que preferem não mexer nos preços. É o caso da “Casa Balsas”, pequeno espaço na Rua de Saraiva de Carvalho, no Porto, que optou por manter o preço das refeições diárias, justamente para não perder os poucos clientes que tem. “Prefiro estar a viver no limite, pois sei que se aumentar os preços perco os clientes”, refere a proprietária, Olinda Teles.

Fotografia: João Ferreira Porta de entrada da “Casa Balsas” / Fotografia: João Ferreira
Guerra é um dos motivos da inflação

O prolongar da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a covid e as alterações climáticas são os principais fatores que contribuem para o aumento da inflação e também para a escassez de alimentos. O aumento do preço dos produtos essenciais para o funcionamento dos estabelecimentos é sem dúvida a maior dificuldade que atravessa o setor da restauração. Os preços do açúcar, que aumentou de 80 cêntimos para 1,40 euros, e dos ovos, que em média aumentaram 10 cêntimos por dúzia, têm um impacto significativo. O café, que custava cerca de 30 euros por quilo aumentou para os cerca de 36 euros, dependendo dos fornecedores. O óleo alimentar vegetal (47%), a farinha (25%) e a manteiga (18%) também registaram subidas.