“Próxima Paragem: Fake News ou Cidadania Digital?”
[Texto de Mariana Oliveira e Raquel Valente]
Desinformação e fake news são os temas da VI edição da conferência anual Jornalismo Frankenstein, evento anual organizado pelos finalistas de Ciências da Comunicação da Universidade Lusófona do Porto (ULP). A transmissão será ao vivo através do facebook do #infomedia no dia 11 de maio, das 11h-13h30 e aberta à participação do público. Os convidados deste evento, que vão refletir sobre os desafios da desinformação são Cristina Tardáguila (agência Lupa), Maria José Brites (investigadora), Paulo Pena (Investigate Europe) e Gustavo Sampaio (Polígrafo).
Diretamente da Flórida, nos EUA, a fundadora da agência Lupa, Cristina Tardáguila, vai falar-nos sobre os métodos de verificação jornalística e os desafios da atualidade. A jornalista brasileira é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem pós-graduação em jornalismo pela Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid. A especialista em fact-checking passou pelas redações de O Globo, Folha de S. Paulo e pela revista piauí.
A investigadora em literacia dos media e do jornalismo, Maria José Brites, é professora na ULP e vice-presidente do Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias. É, também, coordenadora do projeto DiciEduca – Centros de Delinquência Juvenil com competências digitais e cívicas.
Já o jornalista Paulo Pena tem-se destacado pelos trabalhos de jornalismo de investigação e é co-fundador do Investigate Europe. Foi distinguido com o Prémio Gazeta – Revelação e com o Prémio Jornalismo Económico, com o artigo “Os nossos empregos vão mudar”. Passou pela revista Visão enquanto editor e repórter de investigação, durante 15 anos. O jornal Público e o Diário de Notícias também o acolheram como repórter.
Jornalista e diretor adjunto do Polígrafo, Gustavo Sampaio também já trabalhou no O Independente, na revista Sábado e no Jornal Económico. É autor de 3 livros de investigação jornalística: “Os Privilegiados” (2013), “Os Facilitadores” (2014) e “Porque Falha Portugal?” (2016).
Durante e após a conferência do Jornalismo Frankenstein, os internautas podem participar no evento através de comentários no facebook do #infomedia.
O poder da utilização do #infomedia
O #infomedia é um lugar onde os estudantes de jornalismo podem estar o mais próximo possível do ambiente de uma redação, daí a sua relevância. É essencial na construção de um bom portfólio. Ajuda na consistência dos trabalhos jornalísticos e permite uma maior visibilidade dos mesmos.
Faz parte das unidades curriculares Géneros Jornalísticos e Ciberjornalismo do 3º ano da licenciatura em Ciências da Comunicação, da ULP. Coordenado pelos finalistas de de jornalismo, sob a orientação da docente e jornalista Vanessa Rodrigues.
Segundo a criadora do ciberjornal, Vanessa Rodrigues, o #infomedia “nasce da necessidade de colocar em prática, de forma mais visível e comprometida, as competências lecionadas e adquiridas pelos estudantes ao longo do curso”.
“Sendo o #infomedia uma plataforma online, permite explorar ainda as possibilidades da web, com as suas especificidades (hibridização de géneros jornalísticos, multimedialidade, convergência com outras plataformas, promover experiências de navegação, produzir reportagens multimédia, etc”, explica a docente. Alinhando-se com esta ideia, Luís Loureiro, diretor e docente do curso, classifica esta plataforma como sendo “pedagógica, mas também (…) de responsabilização”.
Na perspetiva dos finalistas, este jornal trouxe muitos benefícios a nível académico.
“É uma plataforma que incentiva a criatividade e a produtividade dos estudantes finalistas. É uma ótima alternativa para iniciar a nossa atividade enquanto futuros jornalistas”, declara Beatriz Santos.
Também Francisco Moreira identifica vantagens na dinâmica proporcionada por esta redação online. “O #infomedia tem sido uma grande ferramenta para a nossa formação como estudantes de jornalismo por nos permitir estar em contacto com o processo de criação jornalístico”.
“O #infomedia é o nosso primeiro passo na prática jornalística. Este conceito abre-nos caminhos para decidir que tipo de jornalistas queremos ser e que histórias queremos contar”, complementa Diana Fonseca.
“O #infomedia possibilitou-nos partilhar os nossos primeiros artigos jornalísticos e ajudou-nos a ganhar contacto com a área da comunicação”, acrescenta Lourenço Hecker.
Este evento é o culminar de um ano de trabalho para os alunos de Ciências da Comunicação, permitindo uma reflexão mais apurada sobre o ofício e o futuro da atividade profissional. Depois, o trabalho de responsabilização no exercício jornalístico no #infomedia fornece-lhes não só ferramentas acerca do mundo digital, como também, coloca em prática as competências adquiridas nas diversas unidades curriculares, ao longo dos três anos.
As fakes news são uma fraude e induzem em erro os cidadãos, através de informação falsificada, ou até mesmo através da utilização de formatos noticiosos, aparentemente verdadeiros, que se mesclam de forma enganosa com o intuito de criar reações, muitas vezes com cariz ideológico. Nesse sentido, esta conferência pretende ser um espaço de reflexão e crítica para promover uma cidadania digital consciente e informada.