“Senti-me como qualquer criança com o sonho de chegar à equipa A do F.C. Porto”, a estreia e o percurso de Vítor Ferreira

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“Senti-me como qualquer criança com o sonho de chegar à equipa A do F.C. Porto”, a estreia e o percurso de Vítor Ferreira

O jogador Vítor Ferreira chegou ao Futebol Clube do Porto como infantil e foi o sexto campeão europeu da Youth League lançado por Sérgio Conceição. Garante que tentou “aproveitar todos os momentos e capitalizá-los ao máximo.”

Tem 20 anos e é mais conhecido por ‘Vitinha’. Começou no Casa do Benfica da Póvoa de Lanhoso (Centro de Formação e Treinos), no distrito de Braga, e com apenas 11 anos integrou o Futebol Clube do Porto (FCP). O médio é natural da Vila das Aves e recorda a sua última época nos azuis e brancos como “inesquecível” por considerar que o seu desempenho e os resultados obtidos pela equipa influenciaram o rumo da sua carreira. 

Com apenas 19 anos sagrou-se campeão nacional na categoria de juniores e campeão europeu de sub-19 ao serviço do FCP, sendo parte integrante da primeira equipa portuguesa a ganhar a Youth League. Um ano depois de ser campeão de juniores, somou um total de 19 jogos e dez golos marcados, entre a Equipa B e os sub-19 portistas, até ser chamado pelo treinador Sérgio Conceição. Estreou-se para a Taça de Portugal contra o Varzim Sport Clube (Póvoa de Varzim), cumprindo um total de 12 jogos entre a Taça e o Campeonato nacional, competições que os dragões viriam a ganhar, conquistando a dobradinha. Sobre a estreia na equipa principal, Vítor Ferreira revela que se sentiu “como qualquer criança com o sonho de chegar à equipa A do Futebol Clube do Porto”. A oportunidade foi dada também aos jogadores Fábio Vieira, João Mário, Fábio Silva e Romário Baró. 

“Foi um momento de superação, tive sempre muita dificuldade para ganhar o meu lugar, o meu espaço e, por isso, não foi como eu pensava que ia ser” 

Mas o percurso de Vítor não contou só com momentos bons. No segundo ano de juniores viu os sonhos irem “por água abaixo”. Segundo o atleta, a lesão ocorreu precisamente no ano em que precisava de se “afirmar e mostrar a todos o que valia”. Logo no início, partiu a clavícula e teve de “começar de fora”. Isso significou treinar à parte e não integrar a convocatória até ao final da recuperação que durou cerca de dois meses. “Foi mau porque tinha toda uma expectativa, tive sempre muita dificuldade para ganhar o meu lugar, o meu espaço, e não foi como eu pensava que ia ser”, relembra. Aliviado, recorda, ainda, o desfecho da lesão: “no fim acabou por ter corrido tudo muito bem, ganhámos tudo, portanto foi duro, mas foi uma aprendizagem”. 

Imagem cedida pelo jogador

Já em setembro de 2020 foi apresentado como reforço do ‘Wolves’, da liga Inglesa, por empréstimo durante uma temporada com opção de compra, que ronda os 20 milhões de euros. Rumou a Wolverhampton, que se situa aproximadamente a 200 quilómetros de Londres, para cumprir o sonho de jogar na Premier League tal como o jovem avançado Fábio Silva. 

Mostrou-se, desde logo, entusiasmado por partilhar balneário com Rúben Neves e João Moutinho, antigos jogadores do FCP, que incluem a equipa do treinador Nuno Espírito Santo. “São dois grandes jogadores, duas referências para mim, com muita qualidade, dá gosto jogar com eles”. Vítor garante, ainda, que tem aprendido com os colegas de equipa e acredita que quem convive com os melhores também se torna melhor, mostrando assim admiração pelos colegas, não só pelo lado técnico, mas também pessoal. “Sabia que eles como jogadores eram incríveis, mas estou a conhecê-los como pessoas e não me posso queixar de todo, são 5 estrelas.”

Tanto a estreia no Estádio do Dragão como no ‘Molineux Stadium’, estádio da atual equipa de Vítor, foram atípicas. A ausência de público nos estádios, consequência das medidas restritivas de saúde pública impostas pela atual pandemia por covid-19, influenciou o desempenho das equipas de futebol profissional. O jogador confidencia que “não é a mesma coisa, de todo, não tem sequer o mesmo significado”. Isso porque, apesar de os jogadores saberem que têm de “dar o máximo” e quererem “ganhar”, “inconscientemente não é igual.” O médio português acredita que a medida imposta pelas autoridades de saúde altera o comportamento dos atletas, já que na sua perspetiva “jogar sem público deixa os níveis de alerta mais em baixo”, resultando numa eficácia de jogo menos elevada. O jornal online Sapo comprovou-o realizando uma estatística da liga alemã, após ser aprovada a medida que interdita os adeptos de irem aos estádios. A ‘Bundesliga’ passou de uma percentagem de vitórias caseiras de 43.3% para 16.7%, desde que os jogos passaram a ser à porta fechada. Por este motivo, Vítor afirma que “o público deve poder voltar o mais rápido possível” — desde que garantidas as medidas de segurança de saúde pública. Apesar da vontade, conclui que “não cabe aos jogadores de futebol decidir se é o momento ideal para o regresso do público aos estádios” por questões de segurança.