A favor do ambiente em tempo de pandemia
A poluição pelo mundo fora sofreu mudanças drásticas, tanto positivas como negativas, face à pandemia da covid-19. A nível aéreo, aquático e terrestre são muitas as instituições e profissionais que fazem estudos mas ambientalistas e ativistas climáticos não estão otimistas. O que está a ter um efeito positivo a curto prazo nas alterações climáticas pode não passar de uma situação transitória.
Impactos a nível global face à covid-19
“Houve uma queda da poluição atmosférica especialmente devido à redução do tráfego nas cidades” relata num comunicado a Agência Europeia Atmosférica. Os países mais populacionais como Reino Unido, China e Estados Unidos da Ámerica obtiveram decréscimos mais acentuados nas emissões de dióxido de azoto (NO2). Os países europeus também fazem parte da lista.
Portugal não foi excessão a esta vaga de diminuição, verificando-se descidas na ordem dos 40%, que comparando ao ano de 2019, a redução foi de 51%.
Podemos verificar através de uma análise do mapa acima que os focos em Lisboa e Porto (Portugal) e em Madrid e Barcelona (Espanha) obtiveram níveis de CO2 no ar notoriamente inferiores com uma diferença de apenas de uma semana.
Segundo o ABC, jornal espanhol, os principais movimentos de acesso às grandes cidades (capitais) diminuíram em 64% e as viagens de grandes distâncias caíram em quase 62%, percentagem esta que assumiu uma quebra de poluição a rondar os 83%. O surto do novo coronavírus agregando a pandemia fez bons resultados a curto prazo, no que diz respeito ao ambiente, mas será que estes efeitos serão benignos?
O continente asiático não foi exceção nas reduções e nas melhorias do ambiente. A China, visto ser um dos países com maior poluição atmosférica e sonora do mundo, neste momento já tem o ar menos obstruído e mais respirável devido à diminuição da circulação automóvel, grande quantidade de fábricas encerradas e, por consequência do confinamento, pessoas a permanecerem nas suas casas. A covid-19 neste país já conseguiu matar milhares, sendo que, por ano, normalmente já morrem cerca de 0,28% associadas à fraca qualidade do ar.
As medidas de segurança e de higienização empregues pelos respetivos governos e o respeito pelo outro fez com que as pessoas permanecessem em casa e, por isso, fez com que os aviões não circulassem e as fábricas parassem de produzir, estabelecendo, assim, numa possível crise económica mas um acontecimento de sucesso ambiental.
É possível destacar também a redução dos voos domésticos na Europa estabelecendo uma consequência na redução em 25% das emissões de gás carbónico desde o mês de fevereiro, início do aparecimento da Covid-19 no contexto europeu. As contingências da circulação e da suspensão das atividades das fábricas industriais destacam a possibilidade de uma grande redução da poluição mundial.
A Agência Europeia do Ambiente alerta para que haja o máximo de cuidado possível pois a poluição do ar prejudica a saúde e pode levar a graves doenças respiratórias e cardiovasculares.
João Pimenta e Sara Mesquita
Poluição Aérea
Os aviões estão parados, os passaportes guardados e as imagens via satélite já são evidentes. A qualidade do ar tem evidenciado grandes diferenças com níveis positivos no que diz respeito aos números de dióxido de azoto e dióxido de nitrogénio. A China, sendo um país com enorme perturbação na qualidade do ar, já tem sentido uma melhoria na redução dos gases poluentes.
Nos últimos meses têm circulado imagens via satélite que exibem a redução notória dos gases poluentes em grandes cidades como a China e Itália, países que sofreram bastante com o surto da Covid-19.
Consoante os novos dados de um satélite da Agência Espacial Europeia é possível verificar uma diminuição nas concentrações de dióxido de azoto em cidades da Europa desde Paris e Madrid até Lisboa e Porto.
A imagem acima (retirada da plataforma Agência Espacial Europeia) salienta a diferença evidente nas concentrações médias dos níveis de dióxido de azoto entre 14 e 25 de março em Portugal e Espanha comparado com os dados da média mensal de concentrações em março de 2019.
As novas informações recolhidas pelo satélite Sentinela-5P, do Programa Copérnico da Comissão Europeia e da Agência Espacial Europeia (ESA) demonstram grandes reduções nas concentrações de dióxido de azoto em várias cidades europeias que estabelece já uma consequência das medidas rigorosas de isolamento.
A imagem anterior mostra as grandes diferenças no tráfego aéreo no país francês bem como as concentrações médias de dióxido de azoto entre 14 e 25 de março fazendo uma comparação entre valores de março de 2019.
O mesmo aconteceu no país italiano que foi fortemente prejudicado pelo surto do novo coronavírus. Existiu, assim, uma análise de dados a partir do solo de forma a ser possível adquirir uma interpretação das concentrações observadas. “Para estimativas quantitativas das mudanças nas emissões devido ao transporte e à indústria, precisamos de combinar os dados de Sentinela-5P com modelos de química atmosférica. Houve para além disso um declínio da poluição do ar sobre Itália, nomeadamente nas emissões de dióxido de azoto. Estes estudos já começaram mas levarão algum tempo para serem concluídos”, avisa a equipa de Henk Eskes, investigador do Instituto Meteorológico Real da Holanda.
Neste terceiro mapa são encontradas as diferenças das concentrações médias de dióxido de azoto também entre 14 e 25 de março na Itália, comparativamente com os dados de 2019.
A Global Modeling and Data Assimilation Office da NASA também exibiu alguns dados que demonstram que as medidas de isolamento implementadas pelas entidades governamentais mundiais estão a resultar numa forte diminuição de agentes poluentes do ar e evidenciam uma diminuição das emissões de gases poluentes em fortes países como a China, Itália e Índia.
Na província de Wuhan, cidade onde o surto do coronavírus se revelou, foram anunciados níveis de dióxido de nitrogénio abaixo da média verificada entre 2014 e 2019. As imagens via satélite das empresas ESA e NASA denunciam a forma como os níveis de poluição baixaram na China devido ao período de quarentena imposto pela pandemia que levou ao confinamento de pessoas e que levou, involuntariamente, à redução do tráfego de veículos com motor de combustão, os aviões, maioritariamente.
Na Europa, as diferenças quanto à poluição atmosférica são evidentes. Por exemplo, em Itália foi confirmado que houve quebras dos níveis de dióxido de nitrogénio entre 45/50%, comparado com esse mesmo período do ano de 2019.
Quanto a Portugal, demonstrou-se que em abril também houve uma redução drástica nos níveis de dióxido de azoto (NO2), sendo que em Lisboa, a redução foi de 80% e no Porto de cerca de 60%.
Com as restrições implementadas referentes às viagens dos vários países numa tentativa de conter a propagação do vírus, já existiu menos tráfego aéreo do que seria de esperar. Há uma redução das ligações aéreas numa altura em que o mundo tenta controlar a pandemia de Covid-19.
A ausência de aviões no céu é bastante notória quando comparado com o mesmo período de 2019. Na Europa, a organização internacional da aviação Eurocontrol, acredita que o tráfego aéreo caiu cerca de 90%, e em toda a Península Ibérica, cerca de 97%.
Isto foi algo que fez reduzir a poluição assim como a emissão de gases, esta obrigação de imobilização de viagens aéreas e também da vida das pessoas devido à pandemia. É possível verificar, até ao momento, efeitos positivos no ambiente, uma vez que têm circulado nas redes sociais imagens de vários sítios no Mundo onde é possível ver essas alterações assim como as imagens satélite.
Foi possível perceber também que houve uma redução drástica nas emissões de dióxido de azoto, nomeadamente na China, em que a diminuição rondou os 20 e os 30%.
Alguns dados divulgados pela Carbon Brief, a 4 de março, mostram as reduções notórias na China, onde foram registadas quebras de consumo de carvão em 36% e redução da aviação em cerca de 10%, algo que neste momento deve estar significativamente maior face à mesma data no ano anterior.
Para além disso, a Aliança Europeia de Saúde Pública avisou as pessoas que existe um maior risco de contágio em cidades mais poluídas. Isto acontece porque a poluição do ar, pode provocar também doenças respiratórias, entre outras que são associadas às doenças de risco do Covid-19. Portanto é possível concluir que as cidades onde existe maior poluição, agravam o estado de saúde de um doente infetado, tal como pode ser comprovado por um estudo feito em 2003 em que doentes infetados com coronavírus SARS têm maior probabilidade (cerca de 84%) de morrer numa cidade mais afetada pela poluição do que numa cidade menos afetada.
Raquel Moura e Sara Mesquita
Poluição Aquática
A poluição das águas pelo mundo fora também teve um sinal de mudança evidente. Esta doença trouxe-nos problemas graves porém também se podem destacar imensos benefícios derivados. Em Veneza, um dos destinos turísticos mais conhecidos do mundo, apresenta o exemplo dos canais que irrigam a cidade. A água encontra-se com tons mais claros, como há muito não se via, devido à circulação diária de muitos barcos e gôndolas.
Os moradores também mostraram espanto no que diz respeito à observação de peixes nos canais, algo que antes não era possível. As aves migratórias vieram substituir os flashes das máquinas dos turistas. Apesar dos canais da cidade se encontrarem limpos dado que houve diminuição de tráfego, e os peixes regressaram, não significa que a poluição da água tenha diminuído, porque os sedimentos possivelmente ficaram retidos no fundo.
Os níveis baixos de poluição em Portugal também já são bastante notórios, principalmente no rio Douro dado que estes níveis já não eram tão baixos desde o ano de 1985.
Segundo os estudos feitos no laboratório de Hidrobiologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), as últimas semanas foram semanas de grandes mudanças no que diz respeito à poluição nos rios. A análise da qualidade da água trouxe boas notícias dado que a contaminação fecal no rio Douro baixou e ir a banhos deixou tendencialmente de ser um problema. Os dados revelam também menos dióxido de carbono e menos bactérias.
Em 35 anos de avaliação do ambiente e das águas do Douro registam-se nesta fase indicadores que mostram uma redução importante do CO2 e complementarmente nas águas do estuário na ordem dos 10% e 30% relativamente aos períodos homólogos dos últimos dez anos. O CO2 da água do estuário é o reflexo do CO2 da atmosfera e esta redução é sinal de que os valores são muito apreciáveis. As cidades de Vila Nova de Gaia e Porto têm, nesta fase, apenas a população que reside e as pessoas que vivem nas periferias mas que vão trabalhar para a cidade e a ausência de turistas e barcos que passaram a estar parados são algumas das razões para que tal tivesse acontecido.
Cidades vazias, menos dióxido de carbono e menos bactérias nas águas do Douro fizeram com que no mês de março de 2020 os níveis de poluição diminuíssem com valores na ordem de 3 a 3,5 vezes inferior que nos últimos dez anos. A transparência da água também melhorou, uma tendência que segundo os especialistas deve ser mantida na situação pós-pandemia.
Já em Aveiro na Ria, uma das implicações mais notórias na diminuição da poluição foi o facto de os moliceiros terem estado parados nestes últimos tempos, face ao estado de emergência e inexistência de turistas.
“Este ano está perdido. Não vamos ganhar para os custos”, disse à Lusa, Virgílio Porto, presidente da associação Laguna de Aveiro, que reúne vários operadores marítimo-turísticos. Os passeios de moliceiro são uma das principais atracções turísticas da cidade, estimando que no ano de 2019, tenham gerado um volume de negócios de 8 milhões de euros. As 27 embarcações que transportam milhares de pessoas todos os anos estão encostadas no cais há mais de um mês e os prejuízos dos operadores, que trabalham esmagadoramente com público estrangeiro, são elevados.
Uma outra medida tomada pela Sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro foi o adiamento da empreitada referente ao desassoreamento da Ria de Aveiro. Este é um aspeto que afeta gravemente este canal, que circunda a cidade. A acumulação de sedimentos, lodo e lixo afeta gravemente a poluição das águas bem como pode provocar a morte de milhares de espécies de peixes (como o caso da lampreia, da savelha e da enguia) que possam vir do mar, já que a ria possui uma junção de água doce e salgada.
Marta Oliveira e João Pimenta
E quais serão os impactos em algumas localidades portuguesas? – reportagens locais nas cidades de Aveiro, Castelo de Paiva, Gondomar e Marco de Canaveses
A pandemia da covid-19 teve efeitos positivos notórios a nível ambiental mas será que em todas as cidades e vilas de Portugal o mesmo se fez sentir?
“Isto foi algum positivo do ponto de vista da poluição da água mas negativo para a economia e para quem defende a economia” relata o Professor José Mota ligado à área do Planeamento Regional e Urbano. A cidade de Aveiro veio a sofrer positivamente numa primeira fase de pandemia porém só a longo prazo é que iremos perceber se os resultados se fazem realmente sentir.
Relato, escrito na altura do confinamento, um percurso simples feito desde da saída de minha casa até circular com o meu carro pelo centro de Aveiro e regressar.
Antes mesmo de sair de casa, a primeira preocupação é desinfetar as mãos ou mesmo lavá-las, realizo esta medida não só para minha proteção como para os demais. O cuidado se existe uma máscara bem como um desinfetante no carro é crucial, visto que para entrar em qualquer estabelecimento é necessário o uso da mesma.
Como moro numa zona que mistura a ruralidade com o citadino, tanto observo ruas sem as pessoas de idade que costumava ver ou sem as pessoas felizes à janela como uma redução drástica de carros. Os autocarros que na minha zona circulavam de hora a hora, passaram a ser inexistentes ou com horários muito reduzidos. Como comprovei por uma pesquisa feita à linha 3 da minha zona da rede AveiroBus. Esta passou a efetuar apenas 2-3 percursos por dia bem como deslocamentos pontuais marcados antecipadamente para quem precisasse a determinada hora e não obtivesse autocarro. Sinto um pouco desleixo por parte dos carteiros e transportadoras de refeições nos cuidados que devem ter para a proteção de todos (exemplo: excessiva aproximação do carteiro ou outras transportadoras ou o não uso de luvas por parte da uber-eats).
Conduzir no meio duma pandemia como esta provoca em mim um sentimento devastador. Não existem pessoas ou as poucas que se veem estão com todo o equipamento de proteção, as empresas/lojas estão fechadas (maior parte com papéis nas portas de entrada a desculparem-se pelo fecho ou a agendarem datas de possíveis reaberturas). O policiamento é evidente em várias rotundas no centro da cidade onde os condutores que não aparentam razão de valor maior para circularem, são aconselhados a regressar às suas casas. Os polícias nas ruas que observem pessoas a infringir as regras impostas pela Direção Geral da Saúde ou sem os materiais de proteção necessários são logo identificadas bem como possivelmente autuadas.
O pouco que existe aberto são mesmo farmácias e pastelarias, onde as pessoas mantém o distanciamento social obrigatório (ex: delineamento no chão com marcas e setas para as pessoas saberem por onde podem circular). Voltar a casa depois dum passeio higiénico fez-me questionar a minha liberdade e a valorizar o facto de puder sair à rua, no passado, sem qualquer restrição, puder viver e estar ocupado sem ter de me preocupar com uma enfermidade.”
Consegue ver aqui, a entrevista na íntegra ao professor José Mota que aborda não só pormenores relativos à poluição resultante da pandemia bem como determinados detalhes referentes à cidade de Aveiro.
João Pimenta
Alterações em Castelo de Paiva em tempos de pandemia
Em Castelo de Paiva, apesar de ser uma vila, ocorreram imensas alterações no trânsito, nomeadamente nas primeiras semanas em que as ruas se encontravam vazias. No entanto, nestes últimos dias de desconfinamento já tem havido novamente uma maior circulação de carros.
Quando tudo isto iniciou, nomeadamente no princípio do confinamento a preocupação das pessoas foi notória, a redução de circulação de carros, principalmente, foi evidente. Como moro numa zona mais rural, a movimentação das pessoas continuou a existir nem que fosse por pessoas que faziam exercício físico ao ar livre ou até mesmo as pessoas mais idosas que iam trabalhar para os campos todos os dias. Houve um dia em que saí de casa para ir ao supermercado, provavelmente na 2ª semana de confinamento, e senti um alívio enorme. As pessoas estavam na sua maioria, finalmente a respeitar o que lhes havia sido pedido.
Contudo, isto trouxe um novo problema. O facto das pessoas começarem a seguir regras, como usar máscaras e luvas, fez com que as pessoas tivessem atitudes como atirar máscaras e luvas usadas para o chão, aumentando a poluição no nosso concelho, tal como acredito que aconteceu um pouco por todo o país, o que é preocupante. De todas as vezes que saio de casa, passo em locais onde existem máscaras e luvas espalhadas pelo chão nomeadamente perto de contentores do lixo e perto de supermercados. Saio de casa cada vez mais preocupada, medo que não respeitem o que lhes é pedido e principalmente que tenham estes comportamentos que põem em causa o ambiente.
Esta será a nossa nova realidade, temos de aprender a viver com ela, mesmo que por uns tempos e, sobretudo, fazer de tudo para respeitar o nosso planeta. Se houve algo que este vírus ensinou, foi o facto de que a Terra está bem melhor sem nós, somos nós que precisamos dela e só cuidando do meio ambiente é que conseguimos ter tudo o que precisamos para continuar aqui. A Terra respirou de alívio quando finalmente todo o Mundo parou, a poluição diminuiu e é possível que continue a acontecer, desde que as pessoas sejam conscientes e tomem atitudes que não voltem a pôr em causa o ambiente, para isso é necessário que estas atitudes deixem de se repetir e que as pessoas comecem finalmente a perceber a gravidade da poluição e as suas consequências.
Raquel Moura
A mudança quase involuntária de Marco de Canaveses
Atividades como passear à beira-rio, preparar almoços de família num parque de lazer e conviver com os amigos na companhia de um copo enquanto se ouve música num bar deixaram de existir. A Covid-19 veio introduzir várias diferenças na vida do quotidiano e, por isso, reduzir grande parte dos vícios dos habitantes de Marco de Canaveses. É o que diz o engenheiro Joaquim Moura, elemento presente na divisão de ambiente e serviços urbanos da cidade do Tâmega.
Joaquim Moura, chefe de divisão de ambiente e serviços urbanos no município de Marco de Canaveses, relata as diferenças e contrastes ambientais observados após o início do confinamento dos habitantes marcuenses. De acordo com os cuidados que existem, o engenheiro refere que estão a ser tomadas todas as medidas e novas regras na deposição dos resíduos sólidos, de forma a evidenciar sobre a forma do tratamento do lixo doméstico.
Com as novas medidas implementadas pelo Município de Marco de Canaveses prevê-se uma diminuição considerável da poluição no rio Tâmega e da poluição geral na cidade. Face ao impacto do surto do novo coronavírus foram implementadas novas medidas para avalizar a proteção da saúde coletiva dos trabalhadores e o combate geral à pandemia.
Os cuidados estabelecidos pela Câmara Municipal em conjunto com o engenheiro Joaquim Moura foram adotados para que a população disponha os resíduos em sacos fechados e que os deposite no contentor apropriado, de forma a não depositar resíduos seletivos fora dos contentores do lixo. É necessário também que a população marcuense “evite a deposição na via pública de detritos volumosos, vulgarmente designados de «monos», não colocando resíduos verdes que resultam das limpezas dos jardins e que se proceda à sua compostagem para não impedir a deposição de resíduos indiferenciados.”
Relativamente às máscaras e às luvas, materiais de máximo índice de contaminação, é necessário colocar os mesmos em “sacos de lixo resistentes e descartáveis, com enchimento até dois terços da sua capacidade.” De forma a existir um maior sucesso nestas medidas impostas pelo Município de Marco de Canaveses é necessário que a população tenha um esforço redobrado e, por isso, o engenheiro Joaquim Moura pede, ainda, que os sacos fechados devem ser inseridos interiormente de um segundo caso para que haja um risco menor de contaminação nos trabalhadores. O mesmo engenheiro alerta que os serviços municipais sempre estiveram em funcionamento bem como a recolha de resíduos sólidos urbanos e de higienização.
Numa entrevista ao jornal A Verdade (informação dirigida aos habitantes da região Tâmega e Sousa), a presidente do Município de Marco de Canaveses, Cristina Vieira, refere que “os trabalhadores continuam na linha da frente a garantir a prestação de serviços públicos de recolha de resíduos e higienização do espaço público pelo que solicito o apoio, a colaboração e o respeito de todos para que estes trabalhadores possam continuar a desempenhar a sua função da melhor forma, e possam ver salvaguardados o seu bem-estar e o das suas famílias. São trabalhadores imprescindíveis que, diariamente saem à rua no desempenho de funções essenciais para que todos possamos atravessar e ultrapassar este período. A colaboração de todos é de crucial importância. Sejamos todos agentes de saúde pública.”
A qualidade do ar não tem sofrido grandes alterações no que diz respeito ao índice de qualidade do ar europeu e aos níveis de poeira do deserto e níveis de gases (NO2, SO2, Ozônio). Segundo o portal de estado do ambiente em Portugal (REA), é possível verificar que no ano de 2017 em relação ao ano de 2016 existiu uma diminuição de excedências ao valor limite anual de NO2 (dióxido de azoto) na zona do Porto Litoral englobando estações de fundo, tráfego e industriais. Em 2016 os valores rondavam os 75 µg/m3 e em 2017 emergiu uma diminuição notória a rondar os 54 µg/m3. Apesar da diminuição os valores excedem o valor que é previsto ser normal (40 µg/m3).
De acordo com a imagem acima, dados retirados da plataforma METEOBLUE, podemos verificar que em marco de canaveses, em junho de 2020, apresenta valores a nível de qualidade do ar europeu a rondar os 30 CAQI, numa escala de 1 a 100. Com números também positivos é possível averiguar que os níveis de partículas de poeria do deserto estão estáveis, bem como os níveis de gases de NO2, SO2 e Ozônio. O nível de NO2 apresenta números a rondar os 50 µg/m3 e os 70 µg/m3. Os valores continuam a exceder os 40 µg/m3 e, por isso, ainda é uma grande preocupação para o nível de qualidade do ar e de quem vive dele, ou seja, todos.
Por sua vez, a deposição de lixo na via pública já realçada aos olhos de todos. Se antes já era visto restos de lixo nas vias públicas, agora são observadas máscaras, luvas, frascos de álcool gel, o que dificulta ainda mais o desenvolvimento do bom ambiente. As redes sociais foram um dos meios de entretenimento mais requisitados durante a pandemia e, nelas, as queixas também foram divulgadas. A junta de freguesia do Marco de Canaveses publicou nas redes sociais os atos desleixados da população marcuense, lamentando a deposição de lixo fora dos contentores em abril. Segundo o jornal A Verdade, Celso Santana, presidente da Junta de Freguesia do Marco, tomou a iniciativa de remover todos os resíduos “Encontramos lixo doméstico, sacos com roupa usadas, inclusive tinha lá um móvel de apoio. As pessoas, para deixarem o lixo naquele local, passaram por vários contentores do lixo e ecopontos, é lamentável”, referiu o próprio em testemunho ao jornal.
O autarca afirma que existem vários ecopontos e contentores distribuídos pela cidade e, após o início da pandemia, o município de marco de canaveses quis reforçar a capacidade dos mesmos para que tais atitudes não acontecessem, “temos feito um esforço enorme, no entanto, há quem não tenha sensibilidade.”
Também a partir das redes sociais, o restaurante Faraó de Marco de Canaveses também mostrou o seu descontentamento ao publicar várias fotos de resíduos de lixo à porta do estabelecimento. Os donos não conseguiram ficar indiferentes a este tipo de atos e resolveram referir no Facebook “numa altura em que tanto se comunica os cuidados preventivos a ter, eis que fomos surpreendidos pelo ato irresponsável de algumas pessoas que se deslocam à caixa Multibanco junto das nossas instalações”, acrescentam ainda “No chão, para além dos comprovativos bancários, deparamo-nos com várias luvas e máscaras, quando a apenas dois metros têm um caixote do lixo. Esperamos que estas pessoas percebam o erro que fizeram e que possam no futuro remediar a sua atitude, para bem-estar de todos nós”, afirmando o grande descontentamento na situação.
A RESINORTE, empresa de valorização e tratamento de resíduos sólidos e que integra como utilizador o município de marco de canaveses, tem como principais objetivos a triagem, recolha, valorização e tratamento de resíduos urbanos do norte central para que contribua para um desenvolvimento sustentável de um bom ambiente. Devido ao aumento de pessoas infetadas por Covid-19 em Portugal, a RESINORTE adotou algumas regras específicas para que não existisse qualquer risco de contágio. Regras como: máscaras, luvas e lenços devem ser colocados no lixo comum; a população deve também manter a higienização dos caixotes de lixo e lavar as mãos após o ato de deixar os resíduos no mesmo; não devem ser colocados monos (materiais que não cabem nos contentores) para recolha em fase de pandemia; o lixo contaminado deve estar fechado num saco e ser depositado dentro do contentor de lixo comum e, ainda, não deixar sacos de lixo no chão mesmo se não existir espaço dentro do contentor.
Em março de 2020, o município de Marco de Canaveses deparou-se com uma acusação feita pelo Bloco de Esquerda de que estavam a ser dirigidas descargas diretamente para o rio Tâmega, rio que passa no concelho marcuense. De acordo com o jornal A Verdade, o partido político referiu que o funcionamento da ETAR é “irregular, provocando focos de poluição.” O engenheiro Joaquim Moura refere que tomou conhecimento da situação e que tudo não passou de um momento infeliz e de pouca duração. Ao jornal foram referidas várias considerações do vereador Bruno Magalhães, que afirma “A água pluvial é limpa e pode circular nas nossas terras, a céu aberto, nas bermas das estradas e não pode ser tratada na ETAR, que não tem essa capacidade e cria problemas, mesmo que sejam pontuais e por pouco tempo há sempre problemas e constrangimentos que temos de evitar”, tentando desculpar-se pelo sucedido. Apesar deste acontecimento, o engenheiro Joaquim de Moura refere que as águas do Tâmega estão a ser tratadas da melhor maneira para que a poluição não seja mais um problema, apesar de ainda estar muito presente.
Com o início do desconfinamento, os habitantes de marco de canaveses começaram a sentir uma maior liberdade em sair à rua. Com a abertura dos restaurantes, dos ginásios, dos cafés, etc., já se começa a sentir uma maior normalidade pois as pessoas iniciam as suas rotinas que já não faziam há três meses.
Contudo, algumas não têm o mesmo respeito pelas outras porque decidem sair de casa sem quaisquer cuidados, nem com uma simples máscara na cara. “Quando saí de casa pela primeira vez para ir jantar a um restaurante senti uma grande segurança depositada pelos empregados e cozinheiros do estabelecimento. Mas, antes de entrar, reparei em algumas máscaras e luvas no chão com um caixote do lixo a cinco metros dali. Senti logo de imediato uma falta de respeito por aqueles que se esforçam para manter tudo limpo e para que nada falhe”, referiu Francisca Diogo, residente na freguesia de Soalhães, concelho de Marco de Canaveses.
Francisca tem 20 anos e sentiu o sonho interrompido de ser locutora de rádio. Em março estava à espera de poder estagiar para uma estação de rádio, mas com o surto do novo coronavírus nada disso foi possível.
Refere que já observa vários carros a circular na rua e vários aglomerados de pessoas que com a chegada do tempo quente dirigem-se às esplanadas para comer um gelado ou até mesmo pôr a conversa em dia. “Junto dos parques de merendas e das plataformas do rio Tâmega já são notórios os almoços e lanches que há três meses as famílias e amigos deixaram de fazer. Verificam-se os restos de comida e lixo das cadeias de fast-food no chão e já se vê algum lixo perto do rio, mas, comparativamente ao que existia antes, isto não é nada. Nota-se que os hábitos da população mudaram bastante e sente-se o medo proveniente deste novo coronavírus”, afirma Francisca.
A própria alerta para que as pessoas tenham uma especial atenção ao lixo que depositam no chão pois “o que achamos que é pouco, ao fim de vários pensamentos assim vai acabar por ser muito.” Afirma ainda que “é necessário que as pessoas tomem consciência dos seus atos e que estes podem mesmo deixar marcas permanentes no presente e no futuro. É urgente tomarmos os cuidados necessários para que esta melhoria, embora involuntária, não tenha sido em vão”, reforçando a ideia de que este vírus veio traçar o conceito de que o ambiente só está satisfeito com a ausência das pessoas.
A cidade de Marco de Canaveses, tal como outras cidades durante a pandemia, cumpriu com o isolamento social e isso contribuiu para que o ambiente, de alguma forma, pudesse “respirar.” Foram tomadas várias medidas de recolha do lixo o que fez com que muitos tomassem consciência dos seus atos para que não pudessem ser contagiados pelo vírus invisível. Para que nada volte a recuar, o município alerta e implora para que os marcuenses sejam fiéis ao ambiente e que permanecem com algumas das atitudes que têm todo ao longo destes meses.
Sara Mesquita
A cidade de Gondomar em tempos de Pandemia
Na cidade de Gondomar verifiquei que existiram algumas mudanças notórias apenas no primeiro mês da quarentena. A poluição acabou por não afetar a cidade na sua generalidade. Nos setores onde se sentiram mais diferenças, foram tomadas rapidamente medidas.
Contrariamente ao primeiro mês em que as pessoas cumpriram, o mesmo não se verificou no mês seguinte (ex: Amontoados de pessoas em serviços de primeira instância ). Apesar de grande parte do comércio se encontrar encerrado, verifiquei muita movimentação por parte da população. As lojas que se encontravam abertas eram padarias, cafés mas só com a possibilidade de take away, supermercados, mini-mercados, mercearias e farmácias. Houve uma redução notoria nos transportes públicos, uma vez que, em tempos normais, existem autocarros e camionetas com bastante frequência e nesta fase os horários foram reduzidos de uma forma drástica. A nível de polícia nas ruas, senti que houve um aumento significativo, uma vez que era necessário um maior controlo perante uma percentagem da população.
Segundo a minha entrevistada, Joana Ferreira da Costa, dirigente intermediária da secção do ambiente da Câmara Municipal de Gondomar, no que toca à recolha de lixo em tempos de pandemia, menciona que no âmbito das ““Orientações e Recomendações para a gestão de resíduos em situação de pandemia por SARS-CoV-2 (COVID-19)” dadas pela agência portuguesa do ambiente e a garantia da proteção da saúde pública, dos trabalhadores e prevenção em relação à disseminação da doença, compatibilizando-a com a necessidade de uma gestão eficaz e eficiente dos resíduos a mesma afirma que foram tidas em consideração várias medidas.
Houve um reforço da periodicidade da recolha dos resíduos urbanos indiferenciados, sempre que necessário, tendo em consideração, entre outros fatores, a possibilidade de existir uma taxa de absentismo elevada dos seus próprios trabalhadores. Um aumento da frequência de higienização das viaturas de recolha, por fora e por dentro, se possível com utilização de um desinfetante. Reforço do controlo da correta deposição dos resíduos urbanos em contentores e criação de piquetes de ação rápida para limpeza e remoção de resíduos urbanos se identificada deposição fora de contentores. Reforço da higienização e da desinfeção dos contentores de resíduos urbanos, tendo em consideração, entre outros fatores, a possibilidade de existir uma taxa de absentismo elevada dos seus próprios trabalhadores. A higienização dos contentores deve ser efetuada com recurso a um produto desinfetante, devendo ser dada especial atenção aos locais de contacto com os utilizadores, como pegas e tampas.
Em relação a novos cuidados a ter na Gestão de Resíduos Urbanos em tempo de pandemia, a LIPOR e seus municípios associados que são Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde, pedem aos habitantes que cumpram novas regras na utilização e reciclagem do lixo doméstico.
No caso de pessoas da família infetadas ou até mesmo em vigilância por suspeita também terão de ter cuidados, em maior frequência.
Afirma também que aconselham que todos os resíduos originados por quem está doente ou por quem presta auxílio devem ser colocados em sacos de lixo resistentes e descartáveis e os sacos não devem estar totalmente cheios.”
Segundo Iva Ferreira, técnica superior do ambiente na Câmara Municipal de Gondomar afirma que antes da pandemia, considera que na sua generalidade, os níveis de poluição cuja responsabilidade de monitorização é atribuída pela legislação em vigor às Autarquias, passam pela monitorização da qualidade da água para consumo, a dos rios, das ETAR e o ruído ambiente.
Este tipo de parâmetros são assumidos pela CM Gondomar ou seus concessionários. Outro tipo de fontes de poluição, como é o caso da Qualidade do ar urbana (fontes com origem na poluição automóvel e partículas ppm (poeiras)) e fontes de poluição industrial, a responsabilidade é do Estado Central, nomeadamente da Agência Portuguesa de Ambiente.
“Embora a pandemia da COVID-19 esteja identificada como um problema de saúde pública, a sua ocorrência no país e no mundo em nada interferiu com a modificação da determinação dos parâmetros ambientais citados, apenas com a mudança de hábitos comportamentais das pessoas e adaptação das instituições e sociedade às diretrizes da DGS.”
Relativamente ao Rio tinto e à extrema poluição do mesmo, Iva Ferreira afirma que a partir do ano de 2000 foi elaborado o Estudo de Estratégia de Valorização Ambiental e Paisagística do Vale do Rio Tinto nos Concelhos do Porto, Gondomar e Valongo, elaborado pela WS ATKINS, que identificou os principais problemas associados à valorização ambiental do Rio Tinto e ditou os estudos seguintes.
Em 2014 foi celebrado um Protocolo de cooperação entre as entidades LIPOR, Município de Valongo, Município de Gondomar, Município da Maia, Águas do Porto, Universidade Fernando Pessoa e Agência Portuguesa do Ambiente com o intuito de levar a cabo o Programa de Monitorização para Avaliação de Qualidade da Água e dos Sedimentos Rio Tinto. Este projeto foi executado. Tem sido notável a evolução da qualidade da água do Rio Tinto de um estado mau para um estado razoável. Pretende-se ainda melhorar o estado ecológico da linha de água após finalização das obras ainda em curso.
Em 2017 a Lipor e municípios associados, adjudicaram e executaram o Projeto do Percurso Ecológico do Rio Tinto – Laboratório RIOS+ da Lipor na periferia das instalações da Lipor em Baguim do Monte, tendo criado a figura Guarda rios que diariamente monitoriza o rio e alerta para eventuais descargas de saneamento. Este projeto permitiu a requalificação das margens do Rio Tinto com técnicas de Engenharia Verde ao longo do atual percurso ecológico do Parque Aventura da Lipor.
A 21 junho de 2018 foi inaugurado o Parque Urbano de Rio Tinto, totalmente pago pelo Município. O Parque Urbano de Rio Tinto, obra de requalificação urbana, foi um investimento de cerca de 2,6 milhões de euros, abrange 36.500 metros quadrados no centro de Rio Tinto e conta com equipamentos de lazer, lugares de estacionamento, um anfiteatro, uma esplanada, equipamentos desportivos e equipamentos caninos, aproximando as pessoas ao rio Tinto e Ribeira da Castanheira.
A construção do intercetor de Rio Tinto, obra financiada pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos (POSEUR), que teve início em 2017 e tem um valor estimado de 9,7 milhões de euros, sendo apoiada pelo Fundo de Coesão em cerca de 7,9 milhões. A empreitada inclui a colocação de um equipamento (emissário) entre as estações de tratamento de águas residuais (ETAR) do Meiral, em Gondomar, e do Freixo, no Porto, bem como a construção de 6,5 quilómetros de passadiço para ligar o Parque Oriental, em Campanhã, ao novo Parque Urbano de Rio Tinto já concluído. Além do passadiço e da reabilitação do rio, quer ao nível hidráulico, quer de vegetação ao redor, a obra inclui pequenas zonas de fruição, como a praça que vai surgir na zona do Pêgo Negro, no Freixo, Porto, e melhoramento de acessos a habitações. Refira-se que o Tinto era, em 2017, o rio mais degradado, em termos ecológicos e químicos, da região hidrográfica do Norte.
Foi intervencionada a Estação Elevatória da Maia que pontualmente contribuía para a degradação da qualidade da água da ribeira da Granja que desaguava no Rio Tinto, junto à Lipor.
As obras de reabilitação e beneficiação das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Rio Tinto, estão concluídas. Um investimento global de 4 milhões de euros, que visou aumentar a capacidade das estações de tratamento, assegurando assim um aumento do nível de cobertura do sistema, com reflexos evidentes na fiabilidade, qualidade e desemprenho operacional de todo o sistema de tratamento com vista ao cumprimento dos parâmetros legais de descarga no meio hídrico.
No dia 2 de junho de 2020, no âmbito do projeto D-NOSES, foram instalados 2 painéis informativos junto dos passadiços do rio Tinto, entre o Parque Urbano de Rio Tinto e o Meiral. Este projeto, promovido pela Lipor e municípios associados, visa incentivar a participação ativa da população no mapeamento e medição do problema de odores do rio Tinto, utilizando, para tal, a aplicação “odourcollect”, disponível em www.lipor.pt, no Google Play e na Apple Store. O D-NOSES, acrónimo para “Decentralised Network for Odour Sensing, Empowerment and Sustainability”, é um projeto europeu que pretende criar ferramentas para resolver o problema dos odores a uma escala global, tendo como ponto de partida casos de estudo locais, como o do rio Tinto, em 10 países europeus. O contributo dos cidadãos na deteção e comunicação de odores associados à contaminação da linha de água, é mais um passo na defesa da valorização ecológica do rio Tinto.
A técnica afirma também que pretendem concluir as obras e os seus efeitos aferidos. Espera-se que este efluente do Douro atingirá o que tecnicamente se designa de Bom Estado Ecológico.
A partir do dia 1 de junho, data em que os todos os estabelecimentos que ainda não tinham aberto até à data, abriram, a normalidade começou a ficar cada vez mais visível. Sinto que quem está a ter uma maior dificuldade de adaptação são os idosos pelo que observo no dia a dia, devido à colocação da máscara que nem sempre está da forma correta.
Relativamente às mascaras e luvas usadas pelos cidadãos, têm havido uma despreocupação por parte dos mesmos. Existem cada vez mais luvas e máscaras no chão o que faz com que a cidade de Gondomar fique mais poluída.
Noto também que as pessoas procuram mais espaços abertos como jardins, esplanadas, o parque urbano de rio tinto e principalmente os passadiços de gramido, que tinham sido fechados. Os impactos negativos passam pelo facto do mau uso das máscaras, porque depois de várias caminhadas que faço, vi imensas no chão, o que me deixou incomodada.
Em suma, acho que as medidas adotadas ajudaram o país a voltar ao normal, mas de uma forma geral acho que se estas não forem levadas a sério o estado de emergência pode voltar. A população têm de refletir e perceber que o ambiente e os vários tipos de poluição sofreram alterações e que durante a quarentena muita coisa melhorou. Com isto, dá para perceber basta querer e ainda estamos a tempo de salvar o planeta.
Marta Oliveira