Síndrome de Tourette: Uma vida além de tiques

Voltar
Escreva o que procura e prima Enter
Síndrome de Tourette: Uma vida além de tiques

A síndrome de Tourette é uma doença neurológica que faz com o seu portador realize atos involuntários, rápidos e repetidos, os chamados tiques. Estes tiques são motores e vocais que tendem a dificultar a vida social do portador desta patologia e assim influencia na qualidade vida do mesmo.

Joyce Luz, portadora da síndrome de Tourette, nasceu com o genes, no entanto desenvolveu a doença com o passar do tempo, foi diagnosticada com a patologia aos 18 anos ao perceber que não conseguia formular frases e que os movimentos involuntários se repetiam com mais frequência.

Joyce Luz

Tem como objetivo levar ao maior numero de pessoas, o máximo de conhecimento sobre a doença, para isso trabalha atualmente como criadora de conteúdos nas redes sociais.

A maior dificuldade para mim é lidar com as pessoas, porque a desinformação é muito grande o que muitas vezes causas situações desagradáveis Afirmou a entrevistada.

Estima-se que apenas 1% da população sofra com a doença, sendo esta três vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Fonte: Scielo Brasil

Geralmente os tiques da síndrome de Tourette têm início entre entre os 5 e os 7 anos porém tendencionalmente intensificam-se entre os 8 e os 12 anos, começando com movimentos simples, como piscar os olhos ou movimentar as mãos e os braços, fazer careta, mexer a cabeça de um lado e do outro.

Havendo um agravamento da doença o portador passa a realizar movimentos como gritar, gemer, dizer palavrões, cuspir, tossir, chutar, torcer-se, repetir determinadas palavras, assobiar, grunhir ou emitir outros sons. Há portadores que têm a capacidade de suprimir os movimentos causados pela doença durante situações sociais, outros porém, apresentam maior dificuldade nesse sentido, especialmente se estiverem num momento de stress emocional, tornando mais complexa a vida social, escolar e/ou profissional dos mesmos.

As causas desta patologia não são totalmente conhecidas, sabe-se apenas através de estudos científicos que provavelmente há a existência de uma componente genética e de anomalias em neurotransmissores cerebrais, nomeadamente a dopamina.

Um tique não é suficiente para se afirmar que se trata da síndrome de Tourette, até porque a doença pode ser confundida com outras patologias, como ansiedade, perturbação de hiperactividade, défice de atenção e perturbação obsessivo-compulsiva. O diagnóstico da síndrome é feito através das manifestações clínicas e evoluções das mesmas, em que o médico poderá pedir exames necessários de forma a despistar patologias como as que foram acima citadas.

Uma vez que esta síndrome é uma doença crónica ou seja não tem cura, ela pode ser controlada através do tratamento, e como cada caso é um caso, o tratamento deve ser orientado por um neurologista, e normalmente só é iniciado quando os sintomas da doença afetam as atividades diárias ou colocam a vida do portador em risco.

Nalguns casos, os tiques podem melhorar e até mesmo desaparecer depois da adolescência, porém, noutros casos os tiques poderão manter-se na vida adulta mas com melhorias significativas entre os 20 a 25 anos. O que permite que a pessoa tenha melhor qualidade de vida.

A síndrome não causa nenhum problema cognitivo, aliás acredita-se que um portador da síndrome acaba por ter um entendimento e inteligência mais aguçada do que alguém patologicamente incomum.

Joyce Luz

Apesar de afirmar que há uma grande dificuldade em termos de empregabilidade para um portador da doença, a nossa entrevistada encontra-se no ensino superior, frequenta o curso de psicologia no intuito de ajudar pessoas que sofram com a mesma patologia e pretende fazer também o curso de medicina.

 Curiosidade: A Síndrome de Tourette tem o nome do médico francês Gilles de la Tourette, que a descreveu pela primeira vez em 1885.