Um confronto com o vírus
- Andreia Oliveira
- 13/07/2020
- Atualidade oanoemqueomundoparou Portugal
[Texto: Andreia Oliveira]
Ana Pinto tem 25 anos, vive em Viana do Castelo, é Enfermeira num Lar e a sua profissão não a deixou imune ao Covid-19, e integrou a lista de infetados em Portugal.
No dia nove de abril ficou em isolamento junto do seu namorado, que também ele é um caso positivo. Realizou dois testes à Covid-19 e ambos deram positivos, no entanto o primeiro resultado não a surpreendeu, pelo facto de ter desenvolvido sintomas no período de espera. Revela que tem alguns sintomas, mas que está estável.
“Porque lá está, eu trouxe o vírus para casa e o meu namorado ficou contamindo.”, confessa a enfermeira
Com firmeza, assume que a probabilidade de a doença progredir para uma situação mais grave, assustou- a no momento que recebeu a notícia que estava contaminada.
Como enfermeira, afirma que nunca teve receio em estar exposta a qualquer tipo de vírus, mas aquilo que a preocupa, agora que é portadora de um, “é o que o mesmo pode desencadear nas pessoas que lhe são próximas.”
“Se ele tivesse tido sintomas mais graves, aí eu sentir-me-ia culpada de alguma forma.”
O facto de ter de ficar em casa não a incomoda, sempre gostou do seu espaço e de organizar as suas coisas com tempo. Tempo esse que agora tem. Está habituada a visitar os pais e irmãos uma vez por semana, porém o isolamento obriga-a a distanciar-se fisicamente daqueles que mais ama.
“O maior desafio deste momento é lidar com o facto da minha colega estar a trabalhar sozinha, porque eu estou em casa infetada.”
Para lidar com toda a situação, conseguiu isolar todos os seus pensamentos relacionados com a doença tornando-se numa chefe de cozinha.Quanto ao futuro, acredita que vamos dar a volta por cima, porém “vai demorar um bocadinho… como profissional de saúde tenho noção disso.”
“Acredito que vamos voltar a ser felizes”, esclarece Ana.
Pode ouvir o testemunho completo aqui.