Aumentam os imigrantes sem-abrigo no Porto
- 22/10/2024
- Atualidade Portugal
Há mais imigrantes em condição de sem-abrigo, no Porto, apesar de nas contas da câmara municipal constarem apenas 26. Associações relatam o acréscimo de pedidos de ajuda e indicam a dificuldade no processo de regularização como um dos principais motivos para o aumento.
O número de imigrantes sem-abrigo no Porto aumentou, dizem associações que prestam serviços a pessoas em risco de exclusão social. A perceção dos técnicos é de que há cada vez mais imigrantes a viver na rua. Só a associação Legião da Boa Vontade presta apoio a 14 imigrantes. O incremento de imigrantes sem-abrigo é mencionado por Susana Veiga, assistente social da Legião, que afirma que se tem “ verificado um aumento das pessoas em situação de sem-abrigo, sendo também elas estrangeiras”. A dificuldade na regularização da documentação, no acesso à habitação e a um trabalho pleno capaz de fazer face as necessidades essenciais são alguns dos motivos que a assistente social indica para o aumento de imigrantes a viver nas ruas.
O CASA PORTO é outra das associações no terreno para auxiliar sem-abrigos. Os técnicos de apoio alegam que fazem tudo o que está ao seu alcance para minimizarem a situação, mesmo que isso signifique que não consigam retirar as pessoas da rua. Daniela Melo, assistente social do CASA, corrobora com a ideia de que há mais imigrantes necessitários de apoio. A também técnica e gestora de causa do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) refere que são vários os motivos para que os imigrantes acabem a viver na rua. Para além das dificuldades referidas por Susana Veiga, acrescenta que se depara com dependências, com pessoas que quando chegam a Portugal já se encontram desestruturadas e que, por isso, acabam por ficar em situações de vulnerabilidade, difíceis de reverter.

Ainda assim, Daniela Melo, deu conta que a nível nacional “o Porto é das cidades mais bem preparadas a nível de respostas para pessoas em situação de sem-abrigo”. Defende que o município está preparado para, dentro do possível, dar resposta à situação que se está a viver.
Quando questionada pelo número exato de imigrantes a viver na cidade, a Câmara Municipal do Porto remeteu a sua resposta para declarações do ano passado do vereador da coesão social. Fernando Paulo apresentou, no final de 2023, o inquérito que caracteriza a população sem-abrigo, no qual dá conta de 26 pessoas não originárias de Portugal nessa condição.
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