Jovens preferem streaming às salas de cinema

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Jovens preferem streaming às salas de cinema

Os jovens portugueses estão a trocar os grandes ecrãs de cinema pelos serviços digitais. As vendas de bilhetes em Portugal voltaram a cair, no ano passado e os dados do setor espelham um aumento na tendência das plataformas de streaming. Maior oferta de conteúdo, preços justos e conveniência justificam a alteração no consumo.

Para muitos jovens, o preço do bilhete é o principal motivo para preferirem as plataformas de streaming, “Pelo preço de um bilhete de cinema, com mais um ou dois euros, conseguimos ter vários filmes, séries e documentários, coisa que no cinema não temos. O bilhete só dá para uma vez”, explica João Santos, de 21 anos. “Não acho que o preço seja assim uma coisa absurda, mas acho que realmente não compensa tanto ultimamente porque está quase ao preço de uma mensalidade”, argumenta Marta Bessa, de 20 anos.

O número de espectadores nas salas de cinema em 2024 foi de 11.838.962, o que representa uma queda de 3,8% face ao ano anterior, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). Apesar da descida na afluência, as receitas registaram uma ligeira subida, resultado do aumento do preço médio do bilhete, que se fixou em 6,19 euros. No ano passado, existiam em Portugal 559 ecrãs de cinema, mas este ano já encerraram 37 salas e outras nove deverão fechar até ao final de 2025.

Cinema Trindade

Os cinemas mostram-se empenhados em atrair o público mais jovem para as estreias com promoções e usando as redes sociais: “Temos apostado em bilhetes promocionais durante a semana, parcerias com marcas e influenciadores, sessões exclusivas para estudantes, eventos interativos e estreias com música ao vivo. Além disso, reforçámos a presença nas redes sociais, especialmente no TikTok e no Instagram, para comunicar diretamente com esse público”, explica uma funcionária do Cinema NOS. As plataformas de streaming podem por vezes ajudar na forma como os estudantes se interessam pelo cinema, mas não escondem a dificuldade associadas à alteração das preferências dos mais jovens. “Também funcionam como complemento, já que criam novos hábitos de consumo e até ajudam a promover o gosto pelo audiovisual. Muitos filmes ganham notoriedade no streaming e depois atraem o público para ver produções semelhantes no cinema”, diz, acrescentando que os filmes de média dimensão, sem grande apelo visual são os mais afetados. “Quando o filme está disponível em casa no mesmo dia, muitos preferem esperar”, conclui a funcionária.