A utilização da canábis está a crescer entre os jovens, especialmente na faixa etária dos 15 aos 24 anos e é a droga de maior consumo em Portugal. Em cinco anos, a quantidade de jovens que apresenta um consumo de risco elevado desta substância quase duplicou. Consequentemente, dependência também cresceu.

O facto de der uma droga de fácil acesso e menos danosa explicam o crescimento do consumo da canábis entre os jovens, de acordo com Jorge Barbosa, do Centro de Respostas Integradas (CRI).

Entre os jovens que participaram no inquérito “Comportamentos aditivos aos 18 anos”, realizado em 2022, cerca de 34% já tinham consumido drogas ao longo da vida, 27% nos últimos 12 meses e 16% nos últimos 30 dias.

A canábis destacou-se como a substância mais prevalente, sendo que 3% dos inquiridos consumiram canábis diariamente e 8% combinaram a droga com álcool. O risco de efeitos físicos e emocionais aumentou. O desconforto emocional e a participação em relações sexuais sem proteção foram dificuldades associadas por cerca de 30% dos consumidores. O uso de canábis também apresenta diferenças regionais importantes, com a região do Algarve com uma predominância de 30% e 21% na região da Madeira.

A partir dos estudos realizados é possível perceber que o consumo desta substância é mais elevado nos rapazes, porém, de acordo com Jorge Barbosa, esta diferença entre os géneros está a diminuir, sendo que o consumo entre as raparigas está cada vez mais evidente.

Embora a canábis seja a principal droga consumida pelos jovens, é notável o crescimento de outras drogas, como anfetaminas e cocaína, que veem a levantar questões preocupantes. A necessidade urgente de reforço de medidas de prevenção e sensibilização são mencionadas pelas autoridades e instituições que combatem adições. “Diversas medidas de prevenção já estão a ser reproduzidas em várias escolas”, afirma Jorge Barbosa.