Auto Viação Feirense saiu do Interface de Lourosa/Fiães, equipamento que custou dois milhões de euros aos cofres da autarquia. Passageiros da linha 9011 obrigados a usar a garagem da empresa como paragem. A mudança, sem aviso prévio, gerou protestos entre os utilizadores que enfrentam condições inadequadas, particularmente durante a manhã.

A situação que envolve a Auto Viação Feirense, o município de Santa Maria da Feira e a Área Metropolitana do Porto (AMP) afeta diretamente os passageiros da linha 9011 da rede UNIR. A Câmara Municipal construiu o Interface de Transportes Lourosa/Fiães para melhorar os transportes públicos, mas a Feirense suspendeu a utilização desta infraestrutura, alegando desacordo com as condições de aluguer exigidas pela AMP e geridas pela Xerbus, empresa responsável pelo interface.

De acordo com a diretora da área de transportes da Câmara de Santa Maria da Feira, a Feirense não cumpriu o regulamento ao recusar-se a pagar as taxas impostas para o uso do interface. Como resultado, a empresa transferiu a paragem para a garagem, sem as mínimas condições de abrigo e segurança para os passageiros. “A linha 9011 deve obrigatoriamente usar o interface, que foi construído para oferecer melhores condições aos cidadãos”, reiterou a responsável, sublinhando que a decisão da Feirense viola as regras estabelecidas.

A situação tem causado transtorno aos passageiros, principalmente nas primeiras horas da manhã, entre as 7 e as 8 horas. “Agora, somos obrigados a esperar numa garagem sem condições. Em dias de chuva é desumano”, declarou Maria Gonçalves, 43 anos, lojista que utiliza a linha para ir trabalhar.

Pedro Sousa, de 19 anos, estudante universitário, descreve a situação como “complicada e perigosa”, especialmente nas primeiras horas do dia, enquanto Ana Silva, 65 anos, aposentada, lamenta a falta de segurança e conforto: “É inadmissível que um espaço novo, que custou tanto dinheiro, esteja assim”.

A câmara já comunicou a irregularidade à AMP, responsável pela fiscalização da rede UNIR, mas até agora não houve resolução concreta.

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