Jornalismo regional enfrenta dificuldades: Plano do Governo fica aquém das expectativas

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A falta de financiamento público e a diminuição das vendas de jornais comprometem a sustentabilidade dos media locais. As medidas anunciadas pelo Governo são consideradas insuficientes para combater a crise do setor.

A venda de jornais regionais tem diminuído Fotografia: Mariana Vilela  

A dependência excessiva da publicidade, a diminuição do número de leitores e a falta de financiamento público têm agravado a debilidade dos jornais regionais. “O projeto, embora incorpore medidas que podem beneficiar o setor, fica curto para a emergência que se vive na Comunicação Social”, reagiu o Sindicato dos Jornalistas (SJ), em comunicado e em reação ao Plano de Ação para os Media.

Miguel Midões, investigador da Universidade do Minho especializado em media regionais, considera que “infelizmente, o plano é curto” e que a ausência de financiamento público adequado pode pôr em risco a liberdade editorial dos meios de comunicação regionais que estão sujeitos a uma maior pressão por parte das instituições locais.

“Em lado algum se adivinha qualquer projeto do Governo para estabelecer novos modelos de financiamento do jornalismo como serviço público”, lamenta o SJ que tem apelado para a necessidade de maior sensibilização da sociedade para a importância do jornalismo, de incentivos fiscais e de mais apoios do Estado.

O diretor do jornal “O Paredense”, refere que a maioria dos assinantes são pessoas mais velhas. O crescente desinteresse das gerações mais jovens pelo jornal representa, segundo o diretor, “uma ameaça à sobrevivência destes meios de comunicação”. Com uma assinatura anual de apenas 20 euros tenta convencer os leitores a apoiar o projeto, “mas é uma luta constante”, lamenta.  

O vice-presidente do SJ alerta para “a inexistência de dados atualizados sobre o número de jornais regionais vendidos em Portugal”. A falta de informação “complica ainda mais a tarefa de quantificar o impacto da crise”, mas o declínio no consumo de notícias é evidente. “Estima-se que apenas 10% da população em Portugal compre jornais, em comparação com os 60% registados na Noruega”, sublinha Augusto Correia.

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