Linha do TGV obriga a demolições em Ovar e Santa Maria da Feira
- Francisca Eichmann
- 23/10/2024
- Atualidade Portugal Transportes
A construção da Linha Ferroviária de Alta Velocidade que vai ligar o Porto a Lisboa provocará demolições de 27 casas e 40 anexos e três empresas nos concelhos.
De acordo com a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, a obra destruirá 27 casas, 40 anexos e três indústrias, localizadas no Lusopark. Para além desta implicação, a Linha Ferroviária de Alta Velocidade (LAV), vai distanciar e isolar as populações em Santa Maria da Feira, devido ao efeito “muro” que vai servir de barreira para os habitantes se deslocarem. A Câmara Municipal de Ovar não consegue apresentar um número concreto de pessoas que serão afetadas.
Ambas as câmaras municipais apresentaram um traçado alternativo ao Governo que seria ligeiramente alterado para poente, e assim, afetaria menos habitações. Não houve lugar a negociação para discutir a questão e a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira ainda aguarda pela resposta das autoridades competentes para que o Lusopark não seja afetado. O traçado aprovado “não sendo perfeito, é o que menos prejuízo e impacto causa no concelho”, afirma a Câmara Municipal de Ovar.
Impactos ambientais
Para além dos impactos sociais e económicos, a construção desta linha ferroviária causa impactos ambientais nas regiões. A destruição direta do coberto vegetal nas zonas onde estão previstas escavações e aterros são uma preocupação para a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. A execução deste projeto resultará também numa alteração visual e funcional do território, considerada negativa.
A população afetada pela construção da linha do TGV será indemnizada conforme o valor patrimonial prejudicado. A Câmara Municipal de Ovar ressalta que a Infraestruturas de Portugal (IP) procederá às expropriações dos terrenos que forem necessárias e pagará aos seus proprietários o valor que vier a ser definido. Diz ainda, que a câmara municipal estará “disponível, dentro das suas competências e possibilidades, para ajudar os munícipes que necessitarem de apoio”.
Relativamente ao setor empresarial, as medidas compensatórias a aplicar serão definidas pelo Programa de Gestão de Impactes Sociais (PGIS), articulando com os municípios medidas a aplicar para cada situação.
O Ministério das Infraestruturas não prestou qualquer declaração sobre as medidas que estão previstas para minimizar o impacto da linha do TGV nas populações.