Erosão costeira ameaça praias e negócios em Ovar 

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Erosão costeira ameaça praias e negócios em Ovar 

Cortegaça e Furadouro, em Ovar, estão a ser severamente afetadas pela erosão costeira, com o mar a provocar danos significativos nas infraestruturas. Moradores e comerciantes enfrentam sérios desafios, à medida que a segurança das comunidades fica cada vez mais ameaçada.

André Serralheiro- comerciante

As zonas costeiras de Ovar estão a sofrer os efeitos devastadores da erosão costeira, com o mar a destruir gradualmente as infraestruturas e a ameaçar a segurança dos moradores. André Serralheiro, comerciante no Furadouro, descreve a gravidade da situação: “O mar está cada vez mais encostado à marginal, e isso influencia-nos. Não só afeta o nosso negócio, mas também as pessoas que vivem aqui, muitas das quais já estão a desistir de morar no Furadouro”. O comerciante alerta ainda que o número de pessoas a fazer praia “reduziu drasticamente”, por não haver areal, o que intensifica os desafios económicos enfrentados pelos negócios locais.

O vereador da Câmara Municipal de Ovar, António Bebiano, sublinha a necessidade urgente de defender as praias urbanas, bem como as populações: “Têm que ser defendidas, custe o que custar”. Bebiano lamenta a falta de apoio da administração central: “Temos razão de queixa por sermos a faixa do litoral mais perigosa e sensível, e sentimos que a administração central não tem olhado para nós com a devida atenção”.

Paulo Silva, da divisão de Ambiente da câmara municipal, mostrou-se preocupado com a falta de investimento da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), sublinhando que a autarquia tem sido forçada a intervir em questões que não deveriam ser da sua competência, como a execução de trabalhos de proteção costeira. Além disso, Silva apontou que a ausência de apoio financeiro afeta a manutenção de áreas urbanas importantes, prejudicando a conservação do Furadouro.

Manuel Mackay- pescador

Para os moradores mais antigos, como Manuel Mackay, pescador no Furadouro, a situação parece irreversível. “Não há solução, pode retardar-se, mas o mar, mais tarde ou mais cedo, vai acabar com o Furadouro”, reflete Mackay, alertando para a magnitude do problema que continua a agravar-se com o passar dos anos.

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