O concelho de Espinho enfrenta uma crise de abandono de gatos. Com capacidade para acolher 80 animais, Associação Patinhas Sem Lar acolhe mais de 100 felinos. A superlotação pressiona as condições do abrigo e compromete a saúde e o bem-estar dos gatos. Câmara assinou protocolo para construção de novo equipamento.

“Infelizmente, ainda existem milhares de animais na rua”

Isabel Oliveira, voluntária e responsável pelo gatil

“Temos sítios onde chove”, descreve a voluntária responsável pela Associação Patinhas Sem Lar, Isabel Oliveira, que classifica a situação de “preocupante”. A instituição tem verba para a construção de um novo abrigo, mas a concretização do projeto depende ainda da obtenção de um terreno.

A autarquia assinou um protocolo com a Patinhas Sem Lar, assegurando 40 mil euros, em 2024, e 50 mil euros, em 2025, para a recolha e cuidado de animais errantes e estão a ser realizados esforços para a construção de um abrigo em terrenos municipais. 

Maria Manuel Cruz, presidente da Câmara de Espinho, explicou ao Infomedia que a autarquia concedeu já o direito de utilização de um terreno para que a Associação Patinhas Sem Lar possa construir um abrigo digno para acolher os animais abandonados.

Atualmente, a superlotação no abrigo compromete a saúde dos gatos, aumentando o risco de doenças como a panleucopenia felina, um vírus altamente contagioso. Segundo a voluntária, apesar dos esforços da equipa, a situação é insustentável. “Estamos fazer omeletes sem ovos”, afirma.

Campanhas de sensibilização

Para combater a superlotação, a associação promove a adoção e implementou um plano de esterilização gratuita de cães e gatos para famílias vulneráveis. Isabel Oliveira destaca que, em Portugal, “os gatos são mais adotáveis que os cães” e sublinha a necessidade de sensibilização para a adoção.

A presidente da Câmara Municipal de Espinho, Maria Manuel Cruz, destaca as ações que a autarquia tem realizado em colaboração com a Patinhas Sem Lar, designadamente a apelos no site da autarquia à adoção e não só à adoção, como também à castração.

De acordo com a autarquia, a Patinhas Sem Lar é a única associação que recebe apoio municipal. 

“Demos o direito de superfície durante um período alargado para que possam construir aí um abrigo com dignidade“

Maria Manuel Cruz

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