Bombeiros em Portugal: um trabalho para além da farda

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Bombeiros em Portugal: um trabalho para além da farda

Associações Humanitárias: ser bombeiro sem farda

As Associações Humanitárias de Bombeiros são pessoas coletivas sem fins lucrativos, cuja finalidade é a proteção de pessoas e bens, designadamente o socorro a feridos, doentes e/ou náufragos, e a extinção de incêndios, detendo e mantendo em atividade, para o efeito, um corpo de bombeiros voluntários ou misto

Estas entidades funcionam através de associados e contribuições que os cidadãos façam. Vivem da boa vontade das pessoas e “subsídios dados pela Câmara Municipal e outras instituições como a Liga dos Bombeiros.” Esta é a chama que os mantém vivos. Sem estas parcerias “era muito difícil sobreviver”, conta a Presidente da Assembleia Geral, Ângela Matos Gomes.

A Direção, a Assembleia Geral e o Conselho Fiscal são corpos sociais que dirigem a associação. Corpos sem farda que se preocupam com os bombeiros e que estão ao lado dos verdadeiros operacionais. Frequentemente deixam a vida pessoal para, também, prestarem um serviço de voluntariado e trabalhar para o bem da comunidade. Um serviço que mantém o corpo de bombeiros operacional.

O papel do Presidente passa por fazer uma interface entre a “associação e a sua missão”, bem como das “diversas entidades que se relacionam.” Representa a associação “junto de todo e qualquer entidade, dos órgãos sociais, dos sócios, da comunidade.” Tudo isto, “traduz-se num mendigo de fato e gravata porque a principal função é angariar fundos e meios para poder realizar a missão”, afirma Miguel Aguiar Soares, presidente. À direção compete “gerir os dinheiros e as necessidades”, enquanto o Conselho Fiscal averigua “as contas e se os dinheiros estão ou não a ser bem geridos.”  À Assembleia Geral compete fazer valer “os estatutos e alterar determinadas regras [se forem necessárias]”, representando os sócios e “zelando sempre pelo interesse dos mesmos.”

A intervenção desenvolve “tudo aquilo que é possível para manter e dotar um corpo de bombeiros”, trabalhando a sua “solvabilidade, a prestação de serviço, a angariação de fundos e o pagamento inerente à atividade”, declara o Presidente dos Bombeiros de Vale de Cambra.

Os interesses da entidade do quadro ativo e de comando “não são coincidentes”, diz a Presidente da Assembleia e o Presidente da Direção, referindo ainda que “não devem imiscuir-se em questões operacionais.” Em caso de incidentes “não têm nada a decidir sobre isso.” Não podem tripulá-lo. Essa tarefa pertence aos corpos de bombeiros. Esses têm de “interagir com a comunidade debelando o mal que possa mitigar.”

A lei nº 32/2007 de 13 de agosto sob a epigrafe “impedimentos” determina que os Presidentes da Assembleia geral e dos órgãos de administração e fiscalização estão impedidos de exercer quaisquer funções no quadro de comando e no quadro ativo do respetivo corpo de bombeiros.
Mariana Venâncio

Mariana Venâncio, 20 anos. Com muitos sonhos por realizar. Hoje, estou a concretizar mais um, estar no curso de Ciências da Comunicação. Ainda com sonhos pela frente, mas cada vez mais próxima de os realizar. Acreditar. Sempre! Gosto de sonhar. Faço parte da editoria de Saúde e é por lá que me quero aventurar!